Autor: Paul Hoffman
Título original: The last four things
Após o 1º livro da saga, sobre o qual escrevi há poucos dias, passei de imediato para este, e como disse na análise anterior, acabei por ler toda a trilogia de seguida. Posto isto, posso dizer que este livro é o mais fraco dos três, principalmente por apresentar um ritmo que em alguns momentos é demasiado lento e tornando estas páginas em algo que podia ser mais curto desenvolvendo o mesmo.
Esse será, provavelmente, o problema deste livro, o de demorar a desenvolver e muito do que é aqui desenvolvido apenas terá resultados no próximo livro, deixando este como algo que parece apenas arrastado no meio da trilogia. Todavia, as coisas boas continuam ao seu nível, começando pela personagem principal, Cale, que continua a surpreender e a ser coeso na personalidade criada no livro anterior. O autor aproveita para explorar personagens que foram menos aprofundadas no livro anterior mas que sempre mostraram que seriam importantes. E assim o autor alarga a nossa visão e deixamos de estar tão concentrados em Cale.
A isto juntam-se diálogos interessantes, mas são vários os que não demonstram a sua finalidade e o leitor pode ficar sem perceber o porquê daquela conversa e, novamente, pode ficar a sensação de "arrastamento" do enredo. Felizmente no último livro alguns destes diálogos são "explicados" mas também é verdade que algumas perguntas ficam no ar, tanto neste livro como no próximo.
Um dos aspetos que mais gostei foi o mundo criado pelo autor. Existe aqui uma mistura entre vários conceitos que existem na realidade e outros que o autor começou a explorar no primeiro livro, e que me agradou bastante, principalmente pela forma como o autor as descreve. A parte religiosa continua muito forte, tal como a crueldade com que o autor explora o poder religioso, mas também o poder e a influência que esse poder tem neste mundo. A atmosfera do enredo continua sombria, muito graças a estes factores e ao personagem principal, e novamente volto a concordar com a tentativa do autor em acrescentar momentos cómicos que "desanuviam" a leitura. É verdade que alguns leitores podem sentir que o livro se torna algo infantil com os momentos mais alegres, mas acredito que sem estes momentos o enredo seria demasiado pesado, o que não seria bom neste livro onde o ritmo é mais lento.
Globalmente, como disse antes, este é o livro mais fraco da trilogia, mas sendo o segundo percebe-se que há aqui construção, só que demasiado arrastada. O problema é que neste livro não se vê o resultado dessa mesma construção e o livro, apesar de ter mais um final bom, não consegue ter o impacto do livro anterior e fica a sensação que o autor pode estar a passar ao lado da oportunidade de fazer algo mesmo relevante. Felizmente o 3º livro é melhor e completa estas páginas que, acredito, agradarão à maioria mas sem conseguir viciar como o anterior, pois em alguns momentos o autor parece perdido.
Luís Pinto
a saga continua debaixo de olho. À espera da opinião ao próximo!
ResponderEliminarEu também estou à espera
EliminarNão conhecia esta série de livro mas a ideia base agrada-me. Vou esperar também pela opinião ao terceiro livro e talvez a compre. Beijos e boas leituras
ResponderEliminarJá li toda a trilogia e este é mesmo o mais fraco dos 3. Eu apreciei bastante o final do 3º e é para mim o melhor e percebo quando dizes que depois algumas coisas encaixam mais à frente. recomendo a trilogia a quem gostar do género.
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