Autor: Eric Weiner
Título original: Man seeks God
Eric Weiner, jornalista, decide fazer uma viagem pelo mundo à procura de Deus, e quem sabe, respostas às eternas perguntas: há vida depois da morte? Deus existe? Qual é o significado de tudo? Poderá a fé ser ganha ou é inata?
O que me despertou a atenção neste livro não foi a busca em si, mas antes o facto de o autor não se limitar a apenas uma visão. Weiner viaja pelo mundo e procura respostas nas várias religiões, tornando este livro numa mistura de várias teorias e formas de encarar a vida, o sofrimento, a alegria e a imortalidade, entre muitos outros temas.
China, Israel, Turquia, Nepal e EUA, são alguns dos locais onde o autor tenta encontrar o seu Deus, ou pelo menos, retirar alguma sabedoria das pessoas que vai encontrando, e é isto que acaba por dar identidade ao livro. O autor ouve, questiona e tira as suas conclusões. Claro que qualquer leitor, deverá também questionar, tal como o autor, e respeitar as suas conclusões, sem que se sinta obrigado a aceitá-las.
Dentro dessa perspectiva, este é um livro que mostra muita da sabedoria que a religião nos pode oferecer, mesmo para quem não acredite em algo divino. A comparação entre realidades, mentalidades e força da fé torna este livro interessante, até mesmo a um ponto mais geográfico, sendo possível traçar linhas que mostram como a religião também se adapta ao local.
O que mais gostei neste livro, e é talvez a grande base desta leitura, são as personagens que Weiner encontra. Sábias, diferentes e portadoras de uma fé que poderá chocar com outras religiões, é interessante ver como muitas dizem o mesmo por outras palavras, e como umas aceitam mais facilmente diferentes religiões do que outras.
Para mim, este livro, que é uma busca de um homem que tem a capacidade de questionar muito do que o rodeia, é uma montra de várias "filosofias" de vida. Algumas das suas perguntas podem não fazer sentido para mim, e algumas das suas conclusões também não fazem, mas o livro nunca nos obriga a seguir o raciocínio do autor. E talvez, no fim, muitos leitores questionem se o Deus em que acreditam, é uma figura global, ou se cada um de nós, cria o seu próprio Deus, e se existir tal criação individual, poderá esse facto retirar credibilidade sobre o que acreditamos? Pragmaticamente olhando, esta busca nunca terá fim até que cada pessoa assim decida, e por isso, será uma busca diferente para cada leitor. Uns irão gostar deste livro, outros não, mas certamente, cada um de nós conseguirá retirar muitas conclusões, não só sobre religião, mas também sobre a forma como podemos encarar a vida e a morte, e até, qual o nosso papel na comunidade. Deveremos ser individualistas como a sociedade nos ensina, ou poderemos sobreviver como um coletivo de ajuda?
Aconselho este livro a quem queira ler sobra uma viagem onde várias culturas são apresentadas com as suas diferenças e igualdades em relação à religião e à filosofia de quem tenta compreender o universo e a existência em si. Não é uma enciclopédia, nem deverá ser o caminho que cada um de nós seguirá, mas trata-se de uma leitura divertida, com sabedoria e factos interessantes. Para quem goste do tema e queira ver as mesmas questões respondidas de "vários ângulos", este livro pode demonstrar vários pontos de vista, cabendo a cada leitor não se limitar a ler, e retirar as suas conclusões, tal como o autor fez.
Luis Pinto
Parece um livro interessante. Obrigada pela análise.
ResponderEliminarUma opinião interessante, sem dúvida. Não conhecia o livro e a ideia é interessante.
ResponderEliminarBoas leituras!
Fiquei convencida. Não conheço o livro nem o autor mas já fiz umas pesquisas depois de ler a tua opinião e vou comprar porque o tema interessa-me bastante.
ResponderEliminar***