segunda-feira, 28 de maio de 2012

BLADE RUNNER - Perigo Iminente

Autor: Philip K. Dick


Título original: Do Androids dream of electric sheep?


PKD é um dos autores mais importantes da ficção-científica e indiscutivelmente um dos que levou a ficção-científica às massas, muito graças às várias adaptações feitas para o cinema a partir das suas obras.
O seu grande sucesso é o livro O Homem do Castelo Alto, talvez o melhor livro de sempre no seu género, tornando-o num autor reconhecido, mas a popularidade vem com este livro, passado para o cinema com o nome Bale Runner.
 Mais tarde PKD lança livros como este Do Androids dream of electric sheep?, Ubik, A Scanner Darkly, entre muitos outros. As adaptações ao cinema são muitas: Blade Runner, A Scanner Darkly, Total Recall, Relatório Minoritário, Pago para Esquecer, The Adjustment Bureau, e a lista continua...

A primeira coisa a dizer é: esqueçam o filme no caso de o terem visto. Uma das ideias bases do livro é o que move o filme, mas o livro é, sem qualquer dúvidas, muito mais complexo, muito mais profundo. Resumindo: muito melhor do que a muito boa adaptação de Ridley Scott.

Num mundo apocalíptico, em que a maioria dos humanos vive noutros planetas, os que ficaram na Terra estão rodeados por um mundo onde não existem outras formas de vida, ao ponto de um animal ser o mais caro dos sonhos. Ao entrarmos neste mundo percebemos que o título original do livro é a pergunta que remete para todas as outras: Os Andróides sonham com carneiros eléctricos? O nosso personagem principal, Rick Deckard, sonha com um animal verdadeiro, mas a falta de dinheiro obriga-o a ter apenas um carneiro eléctrico: réplica perfeita do animal, mas eléctrico, e mais barato. Mas Rick sonha com outro ser vivo, com o qual se possa ligar. É isso que o difere dos Andróides: a empatia com o que te rodeia. Mas será essa diferença tão importante?

Aquilo que este livro nos pergunta, de forma indirecta, é: O que distingue um humano de um andróide? O que significa ser humano? Um andróide, fisicamente igual, com igual capacidade de processamento que o nosso cérebro, estaria muito longe da nossa capacidade de pensar, sentir e reagir? Será amar algo mais que não se consiga apenas com maior capacidade de processamento?
Estará a base do processamento do nosso cérebro tão longe do processo binário da actual inteligência artificial? Se não.. então os andróides são seres vivos? O que é estar vivo? Sentirá um andróide a necessidade de amar, ou de acreditar em Deus? Se o Andróide tem consciência de que irá morrer enquanto tem consciência que existe; isso não será o suficiente para também ele estar vivo?
Daqui a muitos anos, estas perguntas serão as mais importantes...

Este livro é o exemplo básico de como um livro de ficção-científica consegue tocar em temas complexos, não tendo respostas para muitos. É obrigação do leitor pensar e tentar perceber o que este livro lhe tenta transmitir. Temas como paranóia, crise de identidade, depressão, auto-confiança, estão presentes; mas também o poder da religião, com toda a esperança e cegueira que provoca. E ainda de forma muito indirecta, este livro fala sobre a morte: esta muda tudo. Muda todas as sensações, todas as perspectivas, e um andróide sabe quando vai morrer. Que vida diferente deve ser, ter tal conhecimento.

A escrita usada neste livro pode ser um entrave a alguns leitores, pela sua falta de emotividade. Eu adorei tal facto, pois leva o leitor a ter uma noção do mundo mais próxima da que os Andróides têm, sem a empatia do que os rodeia. É, consequentemente, difícil ter uma ligação com a personagem principal e muito menos encontrar qualquer beleza neste mundo... tudo genial e que encaixa de forma perfeita na história.

O fim será certamente uma mistura de sensações, e acredito que cada leitor a verá de forma diferente. Cada um tirará as suas conclusões, mas todos poderão dizer o mesmo: por mais que faças, tudo se torna insignificante a uma escala suficientemente superior. E o universo é muito grande...


Este livro é obrigatório, por todas as questões que levanta, por tudo o que PDK criou, pela singular religião, pelo mundo, pela forma como as pessoas olham os animais... resumidamente, por tudo. Qualquer pessoa, fã ou não do género, deverá um dia ler este livro, e perguntar-se: faria eu o mesmo que Rick Deckard? Talvez a necessidade de proximidade com algo vivo seja essencial à concretização pessoal e consequente felicidade.
Obrigatório!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

PASSATEMPO: Os Filhos de Krondor - o Príncipe Herdeiro

PASSATEMPO

OS FILHOS DE KRONDOR - O Príncipe Herdeiro

2 livros para oferecer!

O Blog Ler y Criticar está quase a fazer o seu primeiro aniversário, e para começarmos já a festejar um pouco, temos para vos oferecer, em parceria com a editora Saída de Emergência, dois exemplares desta nova saga do autor Raymond E. Feist!

As personagens da extraordinária saga O Mago!

A editora Saída de Emergência volta assim a este mundo, com O Príncipe Herdeiro a ser o primeiro de dois livros que completarão a saga!

Para se habilitarem a ganhar, basta responder às perguntas. Para tal leiam o excerto disponível no site da editora, neste link!






Condições do passatempo:
O Passatempo termina às 23:59 de 1 de Junho.
A Editora Saída de Emergência sorteará os vencedores entre os participantes com as 5 respostas correctas
O envio dos exemplares é da responsabilidade da editora (correio registado)
Em caso da improvável ruptura de stock o vencedor deverá escolher outros livros do catálogo da editora
Só serão aceites participações de Portugal (continente e ilhas)
Só será aceite uma participação por pessoa!
A Editora não se responsabiliza por extravio dos CTT, moradas incorrectas ou envios não reclamados.
BOA SORTE A TODOS!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O LIVRO DO DESLUMBRAMENTO


Autor: Lord Dunsany


Título original: The Book of Wonder e The Last Book of Wonder


Numa altura em que toda a fantasia literária era rejeitada pela sociedade, Lord Dunsany lançou dois livros: The Book of Wonder e quatro anos mais tarde The Last Book of Wonder.
Com uma imaginação prodigiosa, Dunsany viria a influenciar grandes autores do fantástico, como Tolkien, Gene Wolf, Arthur C. Clarke, H. P. Lovecraft, Ursula K. Le Guin, Robert E. Howard, entre muitos outros. A ironia é todos estes autores serem famosos, mas Dunsany não, sendo este o único livro do autor editado em Portugal.

O grande problema que este livro terá para a generalidade do público, é o facto de ser um livro de contos, em que a grande maioria não tem mais de três ou quatro páginas. Aqueles que gostem de aprofundar personagens ou de histórias longas e complexas, não irão encontrar isso neste livro. No entanto, e isto foi a grande surpresa que tive, Dunsany tem a extraordinária capacidade de descrever numa frase o que normalmente é feito em meia dúzia. Ficou claro, ao fim de poucas páginas, que este livro é daquelas obras que só são devidamente apreciadas se as lermos devagar, pois cada linha descreve cenários de rara beleza com outros tantos significados. Acreditem, que quem gostar de fantasia pura, voltará muitas vezes a reler uma frase, apenas para conseguir visualizar melhor tudo o que Dunsany imaginou.

Aos poucos, um bocadinho em cada conto, ganhamos a noção que estamos a ler um livro que terá sido revolucionário para a altura, e se agora, após ter lido muita fantasia, muito do que está aqui já foi explorado por outros autores, a questão é: o que haveria antes deste livro? Foram vários os momentos em que me senti novamente como uma criança a ler um conto infantil pela sua beleza, mas desta vez a história é para adultos.
 Dos mais de trinta contos neste livro, houve alguns que não apreciei, li-os e nada me transmitiram (talvez por falta de capacidade da minha parte em perceber o conteúdo), mas foram uma minoria. A grande maioria dos contos são bons, todos eles respirando fantasia, vida e algumas lições; numa (quase sempre) mistura entre realidade e fantasia que adorei; e não irei esquecer tão cedo os contos : "Treze à mesa" e "Chu-bu e Sheemish". Este último achei-o genial!

Pouco mais posso falar sobre este livro, sem estragar a surpresa em qualquer conto. Se não estivesse a fazer um esforço para nada revelar, estaria aqui muito tempo a escrever sobre todos os mundos que Dunsany criou! Que imaginação prodigiosa!
Posso ainda assegurar que adorei o facto de Dunsany ter criado um equilíbrio entre finais felizes e outros que são tudo menos isso. Qualquer pessoa que não tenha problema em ler contos (com todas as suas limitações) e aprecie fantasia, deverá gostar deste livro, mas ficam avisados: isto é fantasia pura, deve ser apreciada como tal e ser lido com a vontade de entrar neste mundo! Se o fizerem, então preparem-se, pois cada página será um mundo novo: belo, rico, cheio de humor e ironia. Um livro que merece estar na estante de qualquer grande fã de fantasia! E já agora, o preço? 5 euros na Feira do Livro! Melhor era difícil.
Aconselho-vos a dar uma vista de olhos, tentar perceber o que este livro vos pode oferecer, e se estiverem interessados, a leitura valerá a pena! 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

STAR WARS: O Regresso de Jedi



Autor: James Kahn


Título original: Star Wars - Return of the Jedi


Ano: 4 ABY (após Batalha de Yavin)

Da trilogia inicial (episódios 4, 5 e 6) este filme foi o que gostei menos. Continuava excelente, mas eu sempre dei mais valor à história do que à acção, e sempre senti que este filme tinha menos história do que os anteriores. Felizmente, e para minha surpresa, este livro é o melhor desta trilogia, sendo o que faz melhor o seu "papel de livro", dando mais informações sobre o filme, e ao mesmo tempo torna-se no mais agradável de ler, pelo menos para o meu gosto. A escrita torna a leitura rápida, interessante e objectiva.

Praticamente tudo o que acontece no filme, acontece aqui e sem alterações, estando a diferença no conteúdo extra. Não são muitas as adições, mas são importantes. O autor leva-nos ao interior da mente de Luke e principalmente de Vader, como nenhum outro autor fez nesta primeira trilogia. Este foi para mim o ponto mais interessante do livro, pois as dúvidas de Luke e de Vader preenchem a história de forma perfeita, e acredito que quem não saiba o fim da saga, ficará preso ao livro nestes momentos.

Uma vez mais o livro consegue, em termos de conteúdo, estar acima do filme, sendo mais completo, complexo e esclarecedor. As personagens são fieis ao filme mas mais desenvolvidas, com curiosidades interessantes para serem lidas. Em relação à história, não me vou alongar para não retirar a surpresa a quem não viu os filmes, mas acreditem que vale a pena pensar em todo o caminho de Vader, indiscutivelmente a personagem principal, sendo simultaneamente a personagem que "mais fundo cai" e na qual tudo encaixa. No fim sabemos que toda a sua vida teve como motor, o seu amor extremo.

Sendo este o último livro, o autor tentou explicar muito do passado, principalmente do que aconteceu nos filmes/livros que seriam futuramente publicados (episódios 1, 2 e 3). Este é para mim o único problema do livro, porque claramente ficamos a perceber que George Lucas apenas tinha uma ideia do que acontecera na Guerra dos Clones. Existem várias incoerências sem grande importância mas o facto de este livro nos dizer que Anakin nunca soube que Padmé estava grávida, é a prova dessa vaga ideia por parte de Lucas (ou não fosse a gravidez de Padmé o catalisador da queda de Anakin).

No entanto estes pormenores não estragam o livro nem a saga, e ao fim de ler os 6 livros, sigo-vos com toda a certeza: se não viram os filmes, então leiam os livros! Todos eles superiores em todos os aspectos (tirando a componente visual que nenhum livro poderia alcançar), tornam esta saga obrigatória para quem gostar do género. Para os que já viram os filmes, os livros dão conteúdos novos (principalmente os episódios 2 e 3) e serão uma leitura agradável e com algumas surpresas. Se quem começar a explorar mais este universo, então leiam estes 6 livros.

Um dia voltarei a esta saga, pois adoro-a. Para a memória ficará o muito completo e revelador Episódio 3 (com uma visão muito bem conseguida sobre Anakin e suas acções) e o excelente Episódio 5 (com diálogos geniais entre Luke e Yoda). Mas acima disso estará sempre a personagem Darth Vader, que com este último livro, completa-se ainda mais, obrigando-nos a pensar sobre as suas acções, e mesmo quem não goste deste género literário, não poderá retirar a qualidade que esta imortal personagem tem. Genial.

Mais livros Star Wars em breve!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O MONSTRO DE FLORENÇA - Uma história verdadeira

Autor: Douglas Preston e Mario Spezi


Título original: The Monster of Florence - A True Story


Douglas Preston, autor de enorme sucesso, muito graças à sua saga Pendergest (uma série de ficção onde a investigação criminal domina), traz-nos agora uma história verídica, a investigação d'O Monstro de Florença, onde ele próprio tem um inesperado papel.
Sempre gostei de ler histórias verídicas e "crimes reais" não são excepção, mas o facto de os próprios autores estarem "misturados" na investigação dá um toque único a este livro, e que prende qualquer leitor até ao fim.

O grande trunfo deste livro está na primeira parte, na qual Preston explica, de forma quase sempre cronológica, os crimes e o desenrolar da investigação por forma a se tentar descobrir a identidade do serial-killer que inspirou Thomas Harris a inventar o grande Hannibal Lecter. A forma como Preston expõe todo o desenrolar destes acontecimentos entre os anos de 1968 e 1985, está tão cativante que parece estarmos a ler ficção e não uma história verdadeira, tal é o ritmo e a forma quase perfeita como o autor entrelaça e nos dá toda a informação necessária. O resultado é é que comecei a ler este livro e não consegui parar!

A segunda parte do livro começa quando Preston "entra em cena" contra vontade própria, e é a partir deste momento que começamos a ficar de boca aberta. A verdade é que nem sempre a justiça prevalece e a História da Humanidade está repleta desses casos, mas a revolta é ainda maior quando notamos que são os interesses pessoais a pisar o valor de justiça e a objectividade da investigação. Como parece fácil manipular toda a ideia de um povo quando é benéfico para todos os que têm poder. E assim, Preston vai mostrando os erros, os interesses e os limites que cada um define para si próprio, na busca de notoriedade, reconhecimento, etc...

O livro é forte, principalmente porque desde a primeira página que temos noção que é verdade o que lemos, e se pensam que é forte apenas pelas descrições dos crimes, enganam-se... o que igualmente aterroriza o leitor é pensar em toda a incompetência na investigação e que certamente não será única... quantos inocentes estão presos? Quantos culpados ficaram por apanhar? Por vezes, até as mais promissoras pistas, levam apenas a mais pistas...

Devo ainda dizer que Preston não se limita a falar dos crimes em si, mas explica também muito da história da cidade e curiosidades interessantes que encaixam perfeitamente na história, tornando-a mais sólida, sem nunca ser uma leitura enfadonha. Nunca me senti perdido, nem no "espaço" nem na investigação, o que só demonstra o grande trabalho de Preston.

Sobre a história prefiro não falar para não relevar nada, mas poso dizer que, dentro do seu género, está no meu top 10, sendo provavelmente o melhor que li nos últimos dois ou três anos. No seu género é um livro obrigatório e peca apenas por não ter um final mais marcante... mas temos de perceber que é uma história verdadeira, não ficção.Se gostarem deste género ou quiserem experimentar pela primeira vez, este livro é uma excelente escolha.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

STAR WARS: O Império Contra-Ataca


Autor: Donald F. Glut

Título original: Star Wars - The Empire Strikes Back


Ano: 3 ABY (after Battle of Yavin)

O 5º episódio Star Wars é considerado por muitos como o melhor filme da saga. Pessoalmente não me consigo decidir mas é óbvio que sempre olhei para este filme como um dos melhores dentro do género, e como tal, as expectativas em relação ao livro eram grandes.

- Um grande guerreiro? - A criatura abanou a cabeça, com o cabelo todo branco a descair-lhe em torno das orelhas pontiagudas. - As guerras não fazem grande ninguém. 

Falando um pouco sobre as diferenças entre filme e livro, a verdade é que são poucas, e como tal quem tiver visto o filme não irá ler grandes cenas que não tenham aparecido. A diferença está um "bocadinho" em cada página, com o autor a dar mais profundidade a certos momentos e ligações. A relação entre Leia e Solo está muito melhor, mais compacta e credível, as acções de Vader são mais complexas e simultaneamente mais fáceis de se perceberem, mas é no treino entre Yoda e Luke que o livro ganha uma dimensão superior, tornando-se melhor do que o filme. 

- Não e não! - atalhou Yoda, impaciente - Não vais tentar. Vais fazer. Fazer! Ou então nada. Não tens de tentar.

A história está excelente e nota-se que o autor teve a capacidade de não baixar o ritmo em demasia, criando uma narrativa que obriga o leitor a continuar a ler. Em relação às personagens, apenas posso dizer que estão todas melhores do que no filme. Com mais "tempo" para cada uma, temos uma visão melhorada de Vader, Luke, Yoda, Solo, entre outros. Esta profundidade, baixa obviamente o ritmo, mas nunca deixa de ser uma leitura compulsiva.

- Seres luminosos somos nós, e não esta matéria imperfeita - rematou ele, beliscando a pele de Luke.

Agora, o que torna este filme/livro tão bom? Tudo. O encaixe perfeito de ficção-científica, filosofia e o toque indirecto uma religião e forma de encarar a nossa importância no universo em que vivemos. Darth Vader, o grande personagem da saga, tem um papel fortíssimo em tornar esta história em algo realmente negro, sem esperança ou sorriso, onde vemos Luke a cair e a falhar. Por outro lado temos Yoda, capaz de, com sábias palavras, oferecer esperança e o significado que Luke necessita para continuar. Mas afinal, até que ponto o medo condiciona uma pessoa? Até que ponto Luke está apenas a enfrentas Vader e não a soma dos seus medos?

- Eu... - começou ele, maravilhado. - Não acredito!
- É por isso - declarou Yoda com veemência - que não consegues.

Tal como disse noutras opiniões, o livro Star Wars: A vingança dos Sith, é o livro que mais oferece de novo aos leitores, estando muito acima do filme a um nível que não esperava; mas este Star Wars: O Império Contra-Ataca é o grande livro da saga pelo que revela, mesmo sem se distanciar tanto do filme, com diálogos excelentes, uma visão inspiradora e acontecimentos /revelações que marcaram tanto a saga como o próprio cinema. Afinal de contas, está aqui a frase mais famosa da 7ª arte (e que não revelarei para quem nunca tenha visto/lido esta saga).
Uma vez mais o livro está acima do filme: mais completo e mais esclarecedor, sendo uma leitura interessante para qualquer fã, mas serão aqueles que nunca viram os filmes que terão aqui um livro magnífico. 

Digo-o sem qualquer dúvida: todos aqueles que nunca viram a saga, leiam estes livros! 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Passatempo: O Monstro de Florença - Vencedor!

PASSATEMPO

O MONSTRO DE FLORENÇA
Uma História Verdadeira

VENCEDOR!

Chegou ao fim mais um Passatempo, desta vez com a colaboração da Editorial Presença!

E o vencedor é:

Celeste Gonçalves Leal Dias


Parabéns à vencedora e uma vez mais obrigado a todos os que participaram e responderam às duas perguntas.

Estou neste momento a ler o livro e terei uma opinião ainda esta semana. 

Fiquem atentos!

Mais passatempos em breve!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Passatempo: Clube de Combate - Vencedor!

PASSATEMPO

CLUBE DE COMBATE

VENCEDOR!

Chega ao fim mais um Passatempo, e desta vez oferecemos um dos livros mais marcantes dos últimos anos e que se tornou num ícone após a adaptação ao cinema numa grande realização de David Fincher!

O vencedor do Passatempo é:

Francisco Lopes Goma

Parabéns Francisco!

Aos restantes participantes, obrigado pelas vossas participações e aproveitem para participar no nosso passatempo "O Monstro de Florença" que acaba já no domingo!

Mais passatempos em breve! 
Obrigado a todos!

ALEX 9 - A Coroa dos Deuses


Autor: Martin S. Braun


Após um primeiro livro bastante viciante e com o desenrolar de acontecimentos a pedir muitas explicações, comecei de imediato a ler este 2º livro da trilogia Alex 9.

Começo por realçar que este livro continua tão viciante quanto o primeiro, muito graças ao seu ritmo elevadíssimo e cheio de acção, mas principalmente porque os capítulos estão bem montados e acabam sempre no momento em que algo importante irá acontecer ou algum segredo revelado. Esta tendência, muito usada nos últimos anos, de forma a tornar a leitura compulsiva, é facilmente executado por qualquer escritor, mas quando empregue de forma errada ou excessiva, pode destruir o livro. Neste caso acho que tal não acontece, principalmente porque nunca me senti frustrado ao ler estas páginas e senti sempre o impulso de continuar e continuar...

Por outro lado, com a visão do leitor a voar rapidamente de um local para outro, acabamos por em certos momentos não conseguir uma ligação com o momento em si, não nos aproximando das personagens. Tal facto em nada destrói a história ou o prazer de a ler, mas faz-me aconselhar as pessoas a ler os livros de seguida para uma melhor compreensão das personagens e consequentes acções, tanto no campo de batalha como nos "bastidores".

No entanto, o que devemos ter noção é que este livro, sendo tão viciante como o anterior, consegue ter muito mais qualidade. A escrita de Braun está menos repetitiva, com mais significado e acima de tudo, com "tempo" para nos mostrar mais das personagens (seria difícil mostrar mais, visto que o livro não é muito grande), tornando-as mais profundas e consequentemente o livro mais maduro. O livro torna-se em certos momentos tão superior ao anterior que só demonstra como o autor se esforçou por evoluir o livro em todos os aspectos.

As personagens estão melhores, a acção continua boa e a intriga começa a revelar-se, mesmo percebendo que a grande maioria das respostas está inevitavelmente a criar mais perguntas. A mistura de fantasia com ficção-científica continua boa, nunca me pareceu forçada e acima de tudo consegue sustentar o enredo, o que para mim será sempre fundamental. Continua a ser uma fantasia visualmente mais leve do que a tendência actual, com descrições menos violentas, mostrando que é uma leitura que agradará a jovens e adultos.

Existiram, dois ou três pormenores que achei forçados, mas que em nada mancham o livro e como tal nem me darei ao trabalho de argumentar sobre eles. Como tal, no geral, este livro mostra, de forma indiscutível, que há bons livros de fantástico feitos em Portugal, e este será certamente um dos melhores do seu género. Espero agora pelo final da trilogia onde espero que o autor consiga responder a todas as perguntas, tornar as personagens mais profundas e sólidas, sem nunca perder este ritmo alucinante. Num gosto mais pessoal, gostaria de sentir medo pela vida de algumas personagens, principalmente Alex 9, pois em nenhum momento senti que algo lhe poderia acontecer. Claro que com o último livro, tal sensação deverá desaparecer. Se conseguir tudo isto, e acredito que sim pois a história desenrola-se nesse sentido, esta trilogia será um enorme prazer para qualquer fã do género. 
Em julho teremos mais Alex 9...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

ALEX 9 - A Guardiã da Espada



Autor: Martin S. Braun



Este livro é o início da trilogia Alex 9, escrita por Martin S. Braun (pseudónimo de Bruno Martins Soares) e tem um problema: o facto de na nossa sociedade estar enraizada a ideia que o que é português não é bom. Claro que muitos de nós já afastámos essa ideia, mas no geral, ela ainda está presente.
Esta ideia está espalhada pelos mais variados temas, mas um dos que mais sofre é a literatura fantástica, em primeiro lugar porque ainda existe a ideia que literatura fantástica é um género literário inferior (os que acham isso leiam O Senhor dos Anéis, Guerra dos Tronos, O Mago, O Jogo Final, e irão perceber que todos os géneros literários têm bons e maus livros). Para além disso, há um número muito grande de leitores que torce o nariz quando percebe que o autor é português.
Vamos tentar, de forma isenta, alterar um pouco essa ideia.

 A história de Alex 9 é o grande trunfo deste livro. Original, rápida e cheia de acção, rapidamente se percebe que estamos perante uma boa mistura de fantasia com ficção-científica. No entanto este primeiro livro ao apresentar um ritmo tão elevado, e querendo prolongar o mistério ao máximo, não sustenta a sua própria história ao não explicar muito do que acontece, deixando as explicações para os próximos livros. Para quem acaba de ler o primeiro livro, esta falta de explicação pode dar origem a uma ideia que muito no livro acontece de forma forçada (se pararmos a leitura e pensarmos um pouco), no entanto eu já li o segundo livro, e agradou-me começar a sentir as explicações do que antes aconteceu. Problema resolvido…

Sendo um livro com conteúdo científico, com um número elevado de personagens, esta história não deveria ser olhada como “para um público juvenil”, no entanto é o próprio autor que leva o livro nesse sentido, pela sua forma de escrita. Na minha opinião a escrita de Braun, ao apresentar sempre um ritmo alto e muito virada para a acção, peca por não aprofundar as personagens, ao ponto de quando acabei o livro, reavaliar algumas e não conseguir lembrar-me de características da personalidade de três ou quatro que são importantes no enredo. Mas, uma vez mais, esta sensação de falta de profundidade de algumas personagens, o que pode desagradar a um público mais maduro, desaparece no segundo livro, com o autor a revelar-nos muito mais sobre as personagens que movem o enredo, tornando-o um livro muito mais adulto. Problema resolvido…

Os capítulos muito curtos obrigam-nos a alguma ginástica mental mas oferece ao livro uma dinâmica muito agradável, ideal para este género de literatura, e devo confessar que este livro nunca foi uma leitura que desse trabalho, principalmente porque o autor consegue uma excelente montagem nas sequências dos capítulos, existindo uma objectividade óbvia na sua disposição.

Este livro é uma boa leitura, nunca sendo excelente, e tem como grande trunfo conseguir agarrar-nos de forma frenética às suas páginas. Infelizmente é um livro que está abaixo do segundo (em termos de qualidade, não em termos de vício), principalmente porque o segundo livro está muito mais maduro, compacto e principalmente acaba com todos os defeitos deste primeiro livro, quer no tipo de escrita usada pelo autor, quer na forma como adensa a personalidade das personagens.
No geral e dentro do seu género, Alex 9 é indiscutivelmente do melhor que é feito no nosso país, e só por tentar escrever neste género em Portugal já merece o nosso aplauso, tal como a editora por arriscar em autores portugueses.  
Se procuram um livro dentro deste género, que seja mais leve nas suas descrições e na violência, Alex 9 é uma trilogia que apresenta qualidade e ainda mais importante, uma grande evolução do autor/história do primeiro para o segundo livro.Se esta evolução continuar, então estaremos perante uma grande trilogia, sem dúvida.
Opinião ao segundo livro para breve e uma enorme vontade em ler o terceiro.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Passatempo: O Monstro de Florença - Uma História Verdadeira


PASSATEMPO

O MONSTRO DE FLORENÇA - Uma História Verdadeira


Numa parceria com a Editorial Presença temos para vos oferecer um exemplar do livro O Monstro de Florença, um livro de Douglas Preston com a colaboração de Mario Spezi.


Para se habilitarem a ganhar basta ler o pequeno texto em baixo e responder a duas perguntas.


Passatempo aberto até às 23:59 de 13 de Maio
Aceite apenas uma participação por pessoa
Válido apenas para Portugal continental e ilhas


O livro estará a partir de amanhã disponível no site da editora.


Texto:
Em 2000, Douglas Preston mudou-se para uma pequena villa nas colinas a sul de Florença. Um amigo apresentou-o a Mario Spezi, um repórter criminal lendário que conhecia a fundo a polícia, e foi a partir desse encontro que Preston soube dos crimes do Monstro de Florença. Profundamente intrigado com esta série de duplos homicídios que se desenrolaram entre os anos 70 e 80 e tiveram como vítimas casais enamorados abatidos em momentos românticos, Preston inicia com Spezi uma investigação por conta própria que os levará aos meandros mais bizarros da mente criminosa e da incompetência policial. O Monstro de Florença é um relato verdadeiro e absolutamente fascinante.

Considerado pela crítica como obrigatório para os apreciadores de histórias de crimes reais, foi ainda considerado pela Amazon.com como o livro do mês.

"Esta fascinante colaboração, entre um autor de bestsellers americano e um repórter italiano, produziu um thriller extremamente invulgar em que os próprios autores se tornam suspeitos". - CBS News


Aproveitem e tornem-se fãs do blog!

Boa sorte a todos!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

STAR WARS: A Guerra das Estrelas

Autor: George Lucas e Alan Dean Foster

Título original: Star Wars: A New Hope


Ano: 0 BBY

Star Wars Episódio IV marcou o início de uma geração, de uma mitologia. O início da saga com maior sucesso no cinema e que levou milhões de pessoas a sonhar de olhos abertos. A brilhante criação de George Lucas mudaria a ficção-científica, tornando-a popular a um número nunca antes visto, apetecível, ainda mais fascinante.

Neste primeiro livro Alan Dean Foster pega no guião do filme, escrito por Lucas, e transforma-o de forma subtil, tornando-o um livro. Em primeiro lugar devo dizer que pela forma como o livro é escrito e pelo que revela de forma muito indirecta, será sempre preferível ler este livro após ler os três primeiros, e não pela ordem que foram publicados. Acreditem que terão uma compreensão muito maior se souberem o que aconteceu nos Episódios anteriores, e isto é algo que nos filmes não fica tão vincado nem é necessário.

- Eu acho preocupante esta falta de fé - atreveu-se a dizer Vader.

Comparando ainda um pouco o filme com o livro, este é claramente o livro que está mais próximo do filme, e consequentemente o que oferece menos material novo. No entanto continua a ser bem mais completo do que a versão cinematográfica, com alguns momentos que foram cortados no filme, com diálogos mais completos e maior compreensão de algumas personagens e decisões. Grande exemplo disso são Tarkin e Leia, personagens que no livro ganham uma maior atenção, com o leitor a ter um conhecimento profundo dos planos de Leia, mas essencialmente da personalidade muito interessante de Tarkin, que no filme não é bem explorada. Nota-se também que no livro Vader tem uma preponderância muito maior.

- Estes não são os dróides que procuram - disse Kenobi com uma voz amável.

A escrita de Dean Foster é de leitura fácil, sem grandes quebras de ritmo com descrições mais extensas, e encaixa com relativa facilidade no que se pede para este tipo de livro. No entanto nota-se que esta foi a primeira tentativa de colocar o universo Star Wars num livro. Apesar de explicar muito mais do que o filme, ainda falta explicar muito mais, e falta dar aquilo que os outros livros da saga dão: uma visão muito mais abrangente do universo, da Força e principalmente do passado.

No global este livro está ligeiramente melhor do que o filme, mais completo e que se lê à velocidade da luz. Darth Vader e Han Solo (as minhas personagens preferidas) dão a esta saga o que faltava: momentos de humor e outros de arrepio, mas todas as outras personagens estão bem criadas e conseguem ter algo mais do que nos filmes, o que torna a leitura mais interessante.

- Tenho estado à espera já há algum tempo, Obi-Wan Kenobi - entoou Darth Vader, solenemente. - Finalmente que nos encontramos de novo. O Círculo completou-se. - Kenobi sentiu satisfação debaixo daquela odiosa máscara. - A presença que eu senti há pouco só podia ser a tua.

Preparem-se para a grande Batalha de Yavin, o ano Zero no calendário Star Wars, preparem-se para saber mais sobre Vader, sobre Leia, Kenobi e também sobre a amizade de Luke e Biggs. Tempo ainda para dizer que esta Edição Especial da editora traz-nos algumas imagens do filme, ajudando a quem não os tenha visto, a visualizar melhor todo este esplendor gráfico criado nesta saga.
Mais sobre a saga dentro de dias. O melhor ainda está para vir!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O PUNHAL DO SOBERANO

Autor: Robin Hobb

Título Original: Royal Assassin


Após acabar este segundo livro da Saga do Assassino (a primeira metade da versão original "Royal Assassin"), posso garantir que estou viciado.

Há livros que apresentam qualidade, outros que são viciantes. A junção destas duas características não é obrigatória, e a verdade é que por vezes temos obras-primas que não são viciantes, ou então livros medianos que por algum motivo nos conseguem agarrar, lê-mos compulsivamente e no fim, apesar de sabermos que são livros que em nada se destacam, a verdade é que nos deram prazer, nos obrigaram a ler a cada momento de tempo livre.

O Punhal do Soberano consegue juntar estas duas características, sendo bom e viciante, e muito graças à evolução da escrita da própria autora. Sendo este livro como um diário da personagem principal, o ritmo será sempre lento em termos de acontecimentos, sendo por vezes as repetições banais do dia-a-dia. Levantar, vestir, comer... a evolução da personagem.
Escrever uma saga assim sem ter uma escrita apelativa seria matá-la e tal notou-se de forma muito suave no primeiro livro. Ao fim de meia dúzia de livros começaria a ser monótono. Mas Hobb faz uma transformação muito boa da sua escrita do primeiro livro para este. Mais viva, mais objectiva e com mais significado, Hobb demonstra ainda ter noção que o essencial é levar o leitor a gostar da personagem que escreve a história.

Fitz, o nosso narrador, evolui, e com ele a escrita da autora juntamente com a história. A forma como Hobb escreve é o grande trunfo deste livro na minha opinião. Para além desse ponto, Hobb começa este livro nos acontecimentos imediatamente a seguir ao anterior, levando o leitor a começar a ler sem qualquer necessidade de novas introduções, pois já sabemos onde estamos enquadrados. Tudo isto aumenta o ritmo e a vontade em ler mais!

Em termos de história este livro não consegue bater o primeiro, por um simples motivo: trata-se apenas de metade do livro original, não tendo um fim de cortar a respiração e deixando a sensação que o melhor está para vir (o desvendar da trama). Posto isto, este livro é uma evolução necessária para as personagens e serve como ponte para o próximo. Com a história a nunca passar do "morno", são as personagens que se destacam e em todas elas há evolução e revelações. Especial destaque para Bobo que está melhor, vincando a sua personalidade e motivações, e Lobito consegue dar toda uma nova perspectiva (muito interessante) e que ajuda a não vermos apenas a história pelos olhos de Fitz, tornando-se uma excelente aquisição para o livro. Mas este livro vive de Fitz e Veracidade.

A evolução, quase palpável de Fitz foi o que me agarrou. A busca pelo significado das suas acções, a descoberta da adolescência, da responsabilidade e aqueles momentos de reflexão em que percebeu onde errou. Se nos próximos livros a escrita da autora evoluir em maturidade juntamente com Fitz, então será impossível parar. 
Por outro lado, Veracidade é para mim a personagem mais fascinante, por todas as suas motivações e sacrifícios que não vou aqui revelar. É uma personagem que promete.

Não há, para já, muito a dizer sobre este livro, por ser apenas metade do original, mas tenho de evidenciar o importante: Hobb precisa de manter esta fórmula. Uma escrita viva e uma cadência de acontecimentos que não deixem o leitor pensar para lá do que está a ler. Se o ritmo baixar, o leitor terá a capacidade de questionar certos acontecimentos, aos quais Hobb poderá não dar resposta, porque o leitor está "agarrado" aos olhos de Fitz. A verdade é que ainda se trata de uma história com poucas personagens, muito restrita em termos de espaço e limitada ao que Fitz vê. E se por um lado isso é excelente para nos surpreender, Hobb tem de conseguir que o leitor esteja sempre atento ao detalhe e motivado a ler.

Mas com esta fórmula, Hobb tem tudo, mesmo tudo, para criar uma saga que agarre qualquer leitor e que se torne uma das favoritas para quem a ler. Eu estou "agarrado" e recomendo esta saga a quem goste do género. Se estão interessados, arrisquem!
Uma grande aposta desta editora!