sábado, 25 de julho de 2020

O TEATRO DE FANTOCHES


Autor: M. W. Craven



Sinopse: Haverá algo pior do que ser queimado vivo?
Um assassino em série anda à solta. Ele raptou, mutilou e queimou homens nos círculos de pedra pré-históricos do condado de Cúmbria. Não deixou pistas, e a polícia está desorientada. Quando o nome do inspetor Washington Poe é encontrado gravado nos restos carbonizados da terceira vítima, ele é chamado a participar na investigação.
Poe não se quer envolver, mas o cruel assassino tem um plano e, por alguma razão, o inspetor faz parte dele. Acaba, então, por formar equipa com a brilhante, mas socialmente desajustada, analista de dados Tilly Bradshaw, e juntos irão identificar pistas que só Poe consegue seguir.
À medida que o número de corpos carbonizados aumenta, Poe percebe que há muito mais em jogo do que poderia imaginar. E, num final chocante que destrói tudo aquilo em que acreditava sobre si mesmo, o inspetor descobre que há coisas ainda piores do que ser queimado vivo…


Se seguem este blog, sabem que de vez em quando gosto de regressar aos Thrillers e ter uma leitura mais forte, mais frenética. Desta vez foi este o livro escolhido, e que grande escolha! O Teatro de Fantoches apresenta uma mistura interessante de uma ideia original e inteligente com outros toques já bastante usados dentro do género policial, mas que aqui nesta mistura fazem bastante sentido. O autor tem, acima de tudo, um livro inteligente, apesar de ter as suas falhas, mas que está muito bem montado, muito bem pensado do início ao fim, com pistas que nos são dadas logo nas primeiras páginas e que apenas uma leitura atenta as poderá reconhecer mais à frente.

Em primeiro lugar é preciso dizer que o autor utiliza durante todo o seu livro a estratégia de capítulos pequenos em em cada um é criada uma nova pergunta, um novo mistério que nos faz avançar, quer seja uma revelação ou uma nova pista. O autor consegue bastante bem criar este ritmo praticamente sem quebras, tirando um ou outro momento em que a narrativa acaba uma conversa a meio para nos deixar sem respostas, mas que acaba sempre por parecer um corte forçado, pois outras perguntas deveriam ser feitas.

A seguir é preciso mencionar que o livro começa rápido e depois é sempre a acelerar, principalmente na segunda metade quando as personagens já estão desenvolvidas e o autor foca-se na ação e nas revelações. Aos poucos o livro torna-se bastante psicológico, muito mais virado para a mente das personagens do que parecia no início, e isso agradou-me. Mas para isso eram necessárias boas personagens, e foi isso que o autor criou, não só porque este duo se liga bastante bem, mas também porque as suas personalidades conseguem aproximar o leitor e são um catalisador na narrativa.

Contudo, um thriller tem sempre como grande foco a história, a forma como é contada, as revelações, os caminhos que leva para nos enganar e até que ponto o consegue. Este é um livro forte, com momentos marcantes e que nos levam a questionar algumas coisas. É um livro que dificilmente se consegue parar de ler porque, acima de tudo, queremos perceber o porquê. Queremos saber o motivo e o objetivo de tudo o que estamos a ler. O final não agradará a todos, o que é normal e na maioria das vezes é um elogio. 

O que posso dizer é que este foi um dos thrillers mais viciantes que li nos últimos tempos. Tem tudo o que um thriller precisa de ter e será uma leitura fantástica para este verão. Se este é o estilo que gostam, este livro tem de estar convosco. Eu, da minha parte, irei ver mais coisas sobre este autor. Recomendado!

Luís Pinto


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