Autor: Robin Hobb
Sinopse: Em tempos existiu em Torre do Cervo um assassino real. Para aqueles que simpatizavam com ele era conhecido como Fitz; para os que o odiavam era o Bastardo Manhoso. Mais tarde esse homem desapareceu e surgiu um respeitável senhor rural chamado Tomé Texugo, pacato, marido e pai.
Mas agora também esse homem desapareceu, deixando no seu lugar FitzCavalaria Visionário, príncipe reconhecido da casa real, tio do rei, pai de uma criança raptada cuja existência quase todos ignoram, amigo de um velho Bobo quebrado e cego cuja saúde vai recuperando de forma dolorosamente lenta.
Entre todas estas forças que o puxam nas mais diversas direções, a quais irá ele ceder, e quem, ao certo, cederá? O pai ou o amigo? O príncipe ou o assassino?
Chegou uma vez mais o momento de continuar com a saga do nosso amigo Fitz. Ao fim de mais de uma dezena de livros, é incrível como ainda é um prazer regressar a esta história.
Esse é, claramente, um dos grandes trunfos desta autora: a capacidade de continuar a inovar, a agarrar-nos de formas diferentes e de não ser repetitiva numa narrativa bastante focada em personagens. Aliás, ser repetitivo numa narrativa que se foca demasiado nas persoangens é um erro comum, mas Hobb não o comete, pois as personagens continuam a desenvolver-se, a serem aprofundadas e a passarem por novas decisões que os definem.
É também graças a essas personagens que a saga é tão boa. Os livros de Hobb, que claramente tem uma boa história, tem como trunfo as suas personagens que já conhecemos de forma quase plena. A abordagem da autora a algumas personagens é fascinante, criando uma sensação brutalmente realista sobre a psicologia de cada um, tornando o enredo bastante coerente.
Em termos de história, existem algumas surpresas, positivas, e que, novamente, estão totalmente focadas nas decisões das personagens e na forma como estas reagem a algo. O livro começa logo em grande velocidade, com a intriga já bem implementada e pronta para aumentar de nível. A isso a autora junta o facto de várias vezes dar pistas para o que poderá ser o caminho dos próximos livros que terminam esta saga, deixando uma enorme vontade de continuar já a ler.
Estando quase a terminar esta saga quando chegarem os próximos livros, não quero estar a criar qualquer tipo de revelação. Aliás, qualquer pessoa que conheça este blog, provavelmente saberá que aprecio bastante o trabalho de Robin Hobb nesta saga, pois poucos livros me levaram a criar uma ligação emocional tão forte com as personagens. Aqui Hobb continua em grande nível, sempre com grande qualidade e acabando num momento muito bem conseguido e bem pensado. Duvido que Hobb "estrague a pintura" nos próximos livros, por isso acredito que no final, esta será mais uma saga a recomendar. Para já, muito bom, e totalmente recomendado a que goste do género!
Luís Pinto
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