segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A VINGANÇA SERVE-SE FRIA

 

Autor: Joe Abercrombie 


Sinopse: Depois de ser traída, a mercenária mais temida do reino está em busca de vingança…

Durante quase vinte anos, a guerra provocou uma devastação sangrenta. O implacável grão-duque de Orso está preso numa violenta disputa com a Liga dos Oito. Enquanto os exércitos marcham, as cabeças rolam e as cidades ardem, banqueiros, sacerdotes e poderes ocultos jogam nos bastidores um jogo mortal para escolher quem governará. A guerra pode ser um inferno, mas para Monza Murcatto, conhecida como a Serpente de Talins, a mais famosa e temida mercenária ao serviço do grão-duque de Orso, a guerra também é uma bela forma de fazer dinheiro. As suas vitórias tornaram-na imensamente poderosa e popular - demasiado popular, na opinião do grão-duque e dos seus conselheiros.

Traída, esfaqueada, atirada de uma falésia e deixada como morta, a recompensa de Monza é um corpo quebrado e um desejo ardente de vingança. E agora, qualquer que seja o preço, os sete culpados terão de morrer.

 

Ao fim de ler tantos livros de fantasia, obviamente que já são poucos aqueles que me surpreendem, o que é perfeitamente normal com qualquer pessoa que já tenha lido muito de um género literário.
No caso da literatura fantástica, esta tarefa de fazer algo original pode parecer mais fácil, pois a imaginação é o limite, mas em muitos casos é mais difícil, pois existem certos temas e certos conceitos de magia ou de criação de mundo dos quais é complicado fugir.


Neste livro, obviamente que existem certos aspetos que me são familiares, mas também foi um livro que me surpreendeu principalmente forma como como explorou um conceito base, a vingança. A vingança é um dos fluxos e catalisadores mais usados na literatura e aqui foi usado de forma bastante original. Para isso, muito ajudam algumas personagens, muito bem criadas e que tornam toda a narrativa muito mais rica e mais original mas, principalmente, mais madura. Este é um livro que tanto consegue ser suave como forte e duro. A narrativa, que tenta explorar personagens e mundo dentro da mesma medida, é bastante dependente de uma necessidade que o leitor ganha de sentir a vingança, de querer a vingança, e com isso a leitura acelera, ganhando um ritmo que nem todos os livros de fantasia ousam atingir perante a possibilidade de se perder detalhes interessantes do mundo e do sistema de magia. Neste caso, não existe essa perda.


Outro aspeto importante são os diálogos, que sinceramente gostei, porque ajudam a compreender melhor este mundo mas sem baixar muito o ritmo. Pelo meio é importante salientar que o autor demonstra que muito deste mundo fica ainda por explorar nos livros seguintes. Globalmente, e sem querer revelar nada, posso dizer que gostei mais deste livro do que esperava. Os personagens principais fazem a diferença e fiquei com muita vontade de ler os próximos livros. Como esta história não acaba aqui, não irei explorar muito, mas espero que o autor continue a aumentar este mundo, porque claramente ainda tem muito para ser mostrado. Venha o próximo livro com a mesma carga de vingança, porque, a verdade é que poucos temas nos agarram com tanta força.

Luís Pinto


 


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