segunda-feira, 24 de novembro de 2014

MAZE RUNNER: A cura mortal


Autor: James Dashner

Título original: The death cure



Sinopse: Thomas atravessou o Labirinto; sobreviveu à Terra Queimada. A CRUEL roubou-lhe a vida, as memórias, e até mesmo os amigos. Mas agora as Experiências acabaram, e a CRUEL planeia devolver as memórias aos sobreviventes e completar assim a cura para o Fulgor. Só que Thomas recuperou ao longo do tempo muito mais memórias do que os membros da CRUEL julgam, o suficiente para saber que não pode confiar numa única palavra do que dizem. Conseguirá ele sobreviver à cura?



Este terceiro livro da saga Maze Runner é mais uma leitura compulsiva... mas será um bom final? Em primeiro lugar, existe a possibilidade de este não ser o final da saga, mas vamos deixar essa hipótese de lado e vamos analisar este livro como se fosse o fim da trilogia.

Pensemos no seguinte: escrever uma distopia é relativamente fácil (sem retirar qualquer mérito a quem o faça)... escrever uma boa distopia é extremamente difícil. O segredo de uma distopia capaz de nos agarrar é ter um mundo do qual sabemos pouco e uma narrativa que nos recorda, de forma constante, que não sabemos tudo sobre este mundo. O que nos agarra a Maze Runner desde a primeira página da saga é que estamos num mundo completamente diferente, com segredos, com perguntas sem resposta, com conspirações, e partilhamos essa ignorância com o personagem principal. Esta é a base usada nos últimos anos e que tem ajudado a que este género esteja na moda.  Estes livros exploram em nós uma parte da nossa essência humana... queremos respostas sobre o que nos rodeia! O problema é que esta fórmula não chega para fazer um bom livro, porque as boas distopias (1984, Admirável Mundo Novo, entre outros...) conseguem responder às perguntas de forma coerente e lógica, criando um mundo coeso, sólido, credível. Esta é a diferença!

Agora, onde se enquadra Maze Runner? Sejamos objetivos: Maze Runner não irá responder às perguntas do leitor mais exigente, principalmente porque as respostas que oferece não são conclusivas, dando origem a novas perguntas. No entanto, é inegável que Maze nos prende, e bem, até à última página, com um ritmo elevado, muita ação e alguns momentos marcantes.

Será o tipo de leitor que vocês são que irá determinar o prazer desta leitura. No meu caso, existem momentos em que gostava que o autor tivesse abrandado, pois em alguns acontecimentos, nos mais sentimentais, aqueles em que há reencontros ou mortes, tudo é demasiado rápido. Diria que Dahsner não aproveita os bons momentos que cria para marcar o leitor, porque esses momentos existem, mas não são um soco no estômago.

O enredo começa onde acaba o livro anterior e o ritmo já está elevado. Tom continua a ser um personagem interessante que ganha qualidade pelas suas convicções mas que perde por ser escravo da técnica do livro (não nos dar as respostas), e assim ficamos com um personagem que não faz as perguntas certas.

Apesar do final ter sido, no meu entender, previsível, o que mais gostei foi o caminho até esse final. Existem bons momentos, bons confrontos e decisões que nos empolgam. Neste aspeto, Maze Runner oferece o que se pedia: ritmo e ação. O problema está em todas as perguntas que não responde, e quanto mais pensamos, menos sentido tudo isto faz desde o primeiro livro. E, por isso, a pergunta que se faz é: existirá um próximo que nos explique tudo aquilo que tivemos a ler em três livros e não percebemos? Ou terá Dashner entrado por um caminho do qual já não consegue sair?

Maze Runner é uma boa saga adolescente. Todavia, um leitor mais exigente e que comece a juntar peças do puzzle, encontrará demasiadas perguntas sem resposta. O segredo do livro está em manter um ritmo tão alto que não temos tempo para questionar. Se gostaram dos dois anteriores livros, leiam este, aproveitem a vertiginosa viagem, e tirem as vossas conclusões. Se procuram uma saga adolescente com ritmo, personagens interessantes e narrativa viciante, esta saga poderá agradar-vos, mas se querem algo mais coerente, Maze Runner ainda não oferece tudo o que é preciso. Da minha parte, ficarei à espera que próximos livros me ofereçam algumas respostas, e se o conseguir, Maze Runner será muito melhor.

 Luís Pinto

3 comentários:

  1. Apesar dos pontos que assinalas aqui, deste-me ainda mais vontade de ler esta saga. Estou a pensar comprar um pack se existir ou aproveitar uma promoção. Abraço.

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  2. Já me tinhas convencido a ler e este é o meu género de livros. Rápidos e com ação. Percebo algumas das coisas que indicas mas vou apostar porque senti que gostaste do livros mesmo com as falhas que têm.

    Boas leituras.

    Ah, também estou a pensar ver o filme mas só depois de ler.

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  3. Li o primeiro depois de ler a tua opinião e agora vou já passar para o segundo e depois o terceiro. Depois digo-te se gostei e se acaba como tu dizes espero que haja mais. Mas o que eu mais gostei foi mesmo da ação do primeiro livro. Se continua assim, muito bom!

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