quarta-feira, 29 de junho de 2011

BATALHA

Autor: David Soares

Por vezes gosto de ler algo que seja realmente diferente. Algo que passe a linha que actualmente define a base dos romances, sejam eles fantasia, ficção, policiais, etc… e assim fugir um pouco à rotina. Desta vez tive nas minhas mãos este livro de um autor que não conhecia.
Batalha apresenta-se primeiro como um livro suave, com alguma filosofia e algumas questões onde o autor usa o mundo dos ratos como metáfora para o nosso próprio mundo, mostrando a insignificância de muitas coisas palpáveis, sendo por vezes muito mais significante aquilo que não se vê com os olhos. Confesso que nessas primeiras páginas julguei que estava a ler uma nova versão de “O Principezinho”. Foi uma sensação má? Não…
Quando cheguei perto da página cinquenta, mais coisa menos coisa, já David Soares me começava a presentear com alguma crueldade e as suas questões mudam para uma vertente mais negra, e nessa altura da leitura, ao reparar na introdução da “imagem” da não aceitação do estranho por parte de algumas personagens pouco importantes, julguei que estava a ler uma nova versão de “O Deus das Moscas”. Foi uma sensação má? Não…
Foi ligeiramente mais à frente que me apercebi que na realidade não estava a ler nenhuma nova versão do que quer que seja, pois efectivamente estava a ler algo novo, e isso agradou-me bastante. Com uma escrita, por vezes fácil, por vezes exaustiva, David Soares consegue dar uma autenticidade que nos prende ao livro. Com as suas questões e metáforas que por vezes nos embalam numa página, para na seguinte nos agredirem com novas perguntas, Soares dá-nos diálogos rápidos e de escrita fácil para de depois nos questionar com um português no qual por vezes me senti quase perdido, e foi esse o primeiro detalhe que realmente adorei. Soares com o seu português menos comum, que apenas usa quando descreve um sentimento, uma dúvida ou um pensamento, obriga-nos a diminuir o ritmo da leitura e a pensar e ao pensar percebemos a mensagem que se quer dar.
A história de Batalha, uma ratazana acolhida por um casal de ratos, tem várias faces, e cada uma delas oferece-nos uma mensagem diferente, e com ela a personagem evolui. Batalha não é mais do que qualquer criança educada por um pai crente, que acredita ver mais do que o que simplesmente está à vista. Batalha, feio, com um cheiro estranho e diferente em tudo o resto (tirando as orelhas) questiona o que possa ser superior. Afinal de contas ele é diferente, pode dar-se ao luxo de não acreditar, de ser revoltado! Para ele, o mundo, com toda a sua beleza e crueldade misturada, apenas é o que é. Nada mais do que isso. Soares dá enorme importância a essa forma da ratazana ver o mundo e consequente falta de esperança.
Mas tal como disse antes, o livro tem várias fases, e se numa somos brindados com crueldade, noutra dizem-nos que o mundo é muito mais do que isso, é o que fazemos dele. Afinal de contas, qualquer ser é bom ou mau, mas pode alterar-se perante certos acontecimentos. Batalha sente essa transformação muito directamente, dando à história uma imagem profundamente realista. Este livro é isso mesmo, optimismo e negativismo. Por vezes é-nos dado a ideia de que somos ingénuos quando não percebemos que uma coisa boa apenas está a disfarçar uma coisa má… e porque somos ingénuos? Porque queremos ser amados e recebemos de braços abertos tudo o que é bom. E não será essa a maior necessidade de todas?
Resumindo, foi um livro que me agradou. Fácil de ler quando era preciso, lento quando nos quer ensinar ou questionar sobre algo. Adorei o final, o que para mim é algo muito importante, foi uma verdadeira surpresa. David Soares consegue neste livro cativar-me a ler a sua restante obra literária, algo que não estava à espera. É um livro por vezes negro, por vezes quase conto de crianças, filosófico e com muitos momentos em que o mundo desta ratazana e do nosso próprio mundo se fundem.
É um livro bem conseguido, que voltarei a ler um dia e mesmo tendo certas partes que poderão não cativar uma ou outra pessoa, este foi  indiscutivelmente o melhor livro de literatura portuguesa que li nos últimos meses. Recomendo-o sinceramente. Vale a pena ler.
Deixo aqui duas passagens do livro que gostei particularmente, pela sua simplicidade e mensagem.

“Quando fazemos coisas boas, disse a porca, nada nos pesa no peito. Nenhuma terra é demasiado dura, nenhuma distância é demasiado longínqua.”

Talvez existam os pais do mundo, pensou. E nos tenham abandonado, porque nós lhes metemos nojo. Porque nos tornámos feios e maus e desmerecedores de afecto.”

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O LIVRO DE SAFIRA

Autor: Gilbert Sinoué

Título original: Le Livre de Saphir

Este foi o primeiro livro que li deste autor. Já ouvira falar mas não conhecia o seu trabalho literário e confesso que me espantou grandemente pela positiva.
A história passa-se na Espanha da Reconquista, poucos anos antes da queda de Granada. Incrivelmente bem detalhada, este livro demonstra o trabalho árduo de um autor em nos mostrar detalhes daquela época, de como as pessoas viviam, dos seus medos e interesses, que fará cada uma das personagens principais avançar ou recuar. Nas suas palavras, Sinoué consegue verdadeiramente transportar-nos para aqueles anos em que Espanha misturava nas suas ruas pessoas Católicas, Árabes e Judeus, mas onde o que reinava era o medo e consequente sentido de sobrevivência necessário para se vencer a desconfiança do que os rodeia.
As três personagens principais: um rabino, um filósofo árabe e um monge franciscano, unem-se para encontrar o Livro de Safira. Dotados de um conhecimento profundo das suas religiões, estes homens vêem-se unidos pelo falecido amigo que escondeu o Livro de Safira, o livro que Deus terá dado a Enoch. Sozinho, nenhum dos três o encontrará. Será necessário o conhecimento das três religiões para se alcançar as palavras de Deus. E que lição nos poderá dar esta simples ideia, pergunto eu.
O ambiente da Inquisição, com a sua espionagem e intrigas, oferece uma atmosfera única ao livro, capaz de nos viciar, mas o que realmente me prendeu ao livro foi a argumentação de cada um dos três conhecedores de religião e como por vezes se torna para nós, leitores, óbvio a similaridade de algumas mensagens nas distintas religiões.
No fim qual será o devoto do verdadeiro Deus? O que estará escrito no livro de Safira? São estas as perguntas que cada um esconde na sua mente.
Um trio impossível para aquela altura mostra-nos como certas barreiras podem ser quebradas quando o objectivo comum e a tolerância se fundem, enquanto perseguem as pistas que poderão revelar o paradeiro do livro. Armadilhas, personagens históricas, tudo serve para nos prender ainda mais enquanto vemos um grupo que se ajuda enquanto argumenta sobre qual Deus será o verdadeiro. Estes diálogos são incrivelmente inteligentes, dando-nos diferentes pontos de vista, ensinando-nos a base de cada religião, enquanto cada personagem aumenta o conhecimento das outras crenças. A forma subtil como cada um dos três se desenvolve ao ouvir, sem preconceitos, os ensinamentos de todas as religiões, é notável e demonstra um trabalho profundo do autor sobre o tema. No desenrolar apercebemo-nos como cada erudito de uma religião é tão cego perante as outras, e a forma como aos poucos cada religião se une com as outras demonstra até onde um preconceito nos pode cegar. Deverá alguém poder afirmar: o meu Deus é o verdadeiro Deus? Estarão as outras religiões enganadas enquanto uma está certa?
É um dos livros mais bem escritos e inteligentes que já li, onde será benéfico já termos algum conhecimento sobre o tema, com diálogos muito bem criados e encaminhados, um conhecimento profundo de religiões e da civilização mediterrânica. Este autor despertou o meu interesse para futuras escolhas literárias. Se gostam de ver discutidas os diferentes pontos de vista de várias religiões, com opiniões coerentes e não extremistas, envolvidos um romance cheio de armadilhas e interesses, este é um livro a não perder.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A FÚRIA DOS REIS

Autor : George R. R. Martin

Título original: A Clash of Kings

A Fúria dos Reis, é como já devem saber, o terceiro livro desta saga. Depois de um primeiro livro que serviu de introdução a este vastíssimo mundo de Westeros e um segundo livro onde a acção cresce exponencialmente, acabando de forma frenética, comecei a ler este livro com um entusiasmo acima da média.
Contudo este livro revelou-se o mais “parado” dos três, com a acção a desenvolver-se menos que nos anteriores. Mas será este travar no desenvolvimento da história mau? Já lá vamos… primeiro devo explicar o porquê deste travão.
Este livro começa com a apresentação de uma nova personagem,  Davos e devo confessar que gostei da sua introdução por dois motivos: primeiro porque até então estávamos confinados aos olhos da família Stark, ao Duende e a Daenerys e foi bom ter uma nova perspectiva da história. Em segundo a personagem Davos mostrou-se uma surpresa com o desenrolar da história. Uma personagem diferente, com uma fidelidade fora do normal e que ele próprio chegará a questionar mas sem vacilar. Portanto gostei da personagem introduzida apesar de não ser uma personagem de grande relevo, servindo mais para vermos as movimentações e personalidade de Stannis.
Outra personagem que ganha estatuto de ser central no capítulo e vermos a história pelos seus olhos é Theon Greyjoy. Os seus capítulos são mornos e servem também de introdução a outras personagens e locais de Westeros. Nota-se que George Martin expande suavemente o seu mundo, travando a história e aumentando as intrigas.
É esta a razão que faz o livro ser mais lento, a introdução de algo que será necessário para o futuro da história. Aliás nota-se como Martin deseja que conheçamos as bases destas novas personagens para mais facilmente percebermos as suas decisões. Nesse aspecto Martin revela uma capacidade muito acima da média em construir personagens e não trair as suas próprias convicções a cada acção.
Uma nota ainda para Tyrion, o Duende, que começava a revelar um pouco de si nos livros anteriores para agora se tornar a personagem principal deste livro, e no meu caso terei apenas de lhe fazer uma vénia. Personagem deliciosa, desenvolve-se bastante, revela-nos lentamente os seus medos, os seus traumas e como isso o influencia a cada decisão. É para mim a personagem mais bem criada da história e o livro vale pelos seus capítulos.
Também devo salientar uma decisão por parte do autor que me agradou: a de não nos afundar em páginas e mais páginas de todas as batalhas que se desenrolam. Dando-nos os olhos de Tyrion, que permanece longe da guerra de espadas, George Martin dá-nos os resultados das batalhas dentro de cada capítulo sem nos saturar com pormenores excessivos. Que melhor maneira do que esta para nos divulgar o que se passou na batalha enquanto presenciamos as intrigas e movimentações de bastidores? Penso que este aspecto foi muito bem conseguido.
Enquanto umas personagens ganham projecção, outras perdem-no, caso de Robb pelo facto antes mencionado de a narrativa estar fora das batalhas, e também o caso de Catelyn, que apesar de ter alguns capítulos como figura central, perde o fulgor dos livros anteriores, deixando-se cair em medos e dúvidas acentuados pelos desenvolvimentos passados. Este facto parece de tal forma importante, que mesmo para os mais distraídos, Martin faz questão de nos dar os pensamentos mais impotentes de Catelyn, contrastando com a personagem que nos livros anteriores foi capaz de capturar Tyrion com um golpe de mestre.
Uma pequena menção ainda para o fim do livro, uma vez mais a editora “corta” o livro original em dois no momento em que mais queremos ler, porque quer tenhamos gostado ou não do final, queremos todos saber o que realmente se passou naquelas últimas linhas. O apetite por mais páginas aumenta ainda mais.
Em resumo, A Fúria dos Reis apresenta-se o mais lento dos livros até agora e aquele que poderá prender menos o leitor. Contudo este travão na história parece-me essencial para preparar o que está para vir e sei que o autor nos surpreenderá no futuro. É um livro que não se pode perder, não pelo que desenvolve mas pelo que nos dá a conhecer. No ar fica a vontade de ler mais e também a dúvida sobre Tyrion: até onde a genialidade deste anão e do próprio autor se poderão fundir?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO

 Autor: John le Carré

Título original: The Spy who came in from the cold

Têm sido muitos os autores que tentam escrever sobre espionagem. Não é um género fácil. Há que perceber aquele mundo, o que realmente envolve, o que realmente se faz e o porquê de o fazerem. Raramente a espionagem é feita de tiros, carros desportivos, etc… Talvez por isso os grandes escritores de espionagem do último século tenham sido homens com experiências reais em serviços de espionagem. Aquele que será não só o mais famoso mas aquele que nos trouxe os melhores livros, foi John le Carré, ficando à frente de outros nomes famosos como Graham Greene, Ian Fleming ou Tom Clancy.
Com mais de vinte livros, O espião que saiu do frio foi o livro que lhe deu a projecção que tem hoje. O próprio autor confessou que depois do êxito do livro decidira dedicar-se inteiramente à escrita deixando o trabalho que exercia. Escrevera-o em apenas cinco semanas numa onda de entusiasmo e inspiração. Com um trabalho tão vasto no mundo literário, com grandes clássicos como “O Fiel Jardineiro”, “Casa da Rússia”, “Um espião perfeito”, entre outros, decidi ler “O espião que saiu do frio”. De seguida li outros livros de espionagem, e mais outros, até regressar a este. Escrevo hoje sobre ele porque o considero o melhor que li.
Alec Leamas é a personagem principal desta história passada logo após o erguer do Muro de Berlin. Homem céptico e quase depressivo, Alec é tudo aquilo que James Bond não é: deselegante, por vezes rude, fisicamente nada atractivo e um operacional em fim de carreira, deixa para trás a grande maioria dos sentimentos que muito raramente o seu corpo é capaz de produzir. Continua as suas missões porque considera que os serviços de informações têm sempre uma lei moral com base em resultados e que depois a balança os julgará. E assim somos levados para o mundo de espionagem mais cinzento e traiçoeiro que já li, pois o mundo que vemos é pelos olhos de Alec, mesmo que indirectamente, e como ele está farto daquele mundo dividido por uma muralha.
A história leva-nos lentamente, sem grande espectáculo em descrições ou acontecimentos, para um mundo de comunismo, de encenações de todas as personagens, onde os bons e os maus se fundem tal como a própria lógica na guerra do bem contra o mal.
É um livro morno e que não cativará muita gente na sua primeira metade. É na segunda metade que este livro se torna fabuloso. As suas revelações tornam este mundo ainda mais negro e acabamos por não saber de que lado está cada um dos intervenientes, acabando num final arrebatador que não esquecerão tão cedo.
No entanto é na segunda vez que lemos este livro que percebemos que estivemos perante uma obra-prima. Ao sabermos agora as verdadeiras intenções de cada um, percebemos o que antes nos falhara, quer seja nos diálogos, quer seja em pequenas acções. Mais não revelarei porque este é um livro que vale pela sua história e intriga.
Uma nota ainda para a personagem principal, que acaba por nos cativar, contra qualquer probabilidade, ao desvendar do seu passado e suas convicções. Inteligente, com pensamento perspicaz, Alec quase que nos ensina espionagem sem querer.
Um livro a não perder. Pode não ser o mais apelativo e o mais entusiasmante dos livros de Carré, mas é uma verdadeira lição do mundo de espionagem onde os resultados valem muito mais que pessoas ou moralidade. É rude e cru, um livro marcante para os adeptos do género e que vos farão ler mais deste autor. Imprescindível.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O CEGO DE SEVILHA

Autor: Robert Wilson

Confesso que policiais não é a minha leitura de eleição e também que deste autor ainda não tinha lido nada, contudo ao ser-me indicado por uma amiga, decidi lê-lo e agora posso dizer que valeu a pena o tempo.
O livro começa com um ritmo agradável e prende-nos de imediato com o seu suspense muito bem criado por forma a manter-nos agarrados ao livro. A escrita é apetecível e conduz-nos de seguida para uma lenta e viciante descoberta da personagem principal, Javier Fálcon. Gostei particularmente da forma como é contada a história com vários momentos onde o passado revelado da história nos empurra para o futuro da personagem e suas dúvidas e receios. Por vezes o livro leva-nos de tal forma ao interior da mente depressiva da personagem principal que quase nos esquecemos do policial enquanto história de homicídio e busca do seu autor. É para mim este o aspecto positivo do livro, com o autor a captar a nossa atenção acabamos por ver a história apenas com os olhos de Javier Fálcon, o que nos leva a uma incapacidade de conseguirmos perceber o homicídio, aliás, nem sequer tentamos, porque a nossa atenção está focada naquele detective.
De salientar também o fim que me agradou por um simples motivo mas para mim essencial: não o consegui adivinhar, e para mim nada é mais frustrante do que ler um policial e adivinhar como acaba.
Não sendo o melhor policial que já li, O Cego de Sevilha foi uma agradável surpresa de um autor que não conhecia. Recomendo-o principalmente a quem goste do género. Não ficará desapontado e talvez ganhe a vontade de continuar com a saga de Javier Fálcon ou talvez ler o seu livro “Último acto em Lisboa”, entre outros.
Deixo-vos a sinopse de O Cego de Sevilha: É semana santa em Sevilha. Um empresário de renome é encontrado atado, amordaçado e morto em frente da sua televisão. As feridas auto-infligidas deixam perceber a luta que travou para evitar o horror das imagens que foi forçado a ver. Quando confrontado com esta macabra cena, o habitualmente desapaixonado detective de homicídios Javier Falcón sente um medo inexplicável.

A MURALHA DE GELO

Autor: George R. R. Martin

Título original: A Game of Thrones

Quando comecei a ler o primeiro livro desta saga, e reparei na enorme quantidade de livros que teria de ler para ver como tudo acabará em Westeros, decidi que iria intervalar entre os livros da saga e outros quaisquer livros, de forma a não estar preso a este mundo e alternar os estilos literários. Bem, agora confesso que não consegui. Quando acabei “A Guerra dos Tronos” foi-se impossível ler qualquer outro livro que não fosse este. O primeiro livro acaba num momento em que o ritmo da acção cresce e já estava a devorar as palavras como se fossem oxigénio e me estivesse a afogar.
Como devem saber o livro original, Game of Thrones, é na tradução para português dividido em dois, sendo A Muralha de Gelo a segunda parte. Aplauso para a editora que dividiu o livro no momento em que mais nos leva ao desespero se não tivermos ainda esta segunda parte.
O ritmo deste livro é sempre a aumentar e agora que as personagens estão desenvolvidas na nossa mente, George Martin desenvolve a acção de forma frenética, e nós seguimo-la com euforia.  
Tal como expliquei ao falar sobre o primeiro livro da saga, o autor dá-nos a história pelos olhos de algumas personagens, sendo eles os vários membros da família Stark e ainda Tyrion ou Daenerys, sendo para mim o Duende Tyrion quem mais se desenvolve enquanto personagem. Começo realmente a apreciar este Duende.
Em relação ao mundo de Westeros não há muito mais que não tenha antes dito quando falei do livro anterior, e o que poderia comentar acabaria por revelar o desenrolar do livro. George R. R. Martin construiu realmente um vasto mundo dando-nos vários olhos de locais diferentes. Bem estruturado, com momentos em que sorrimos por sabermos mais do que a personagem que estamos a ler, o autor prende-nos mais neste livro do que no anterior. Mostra-nos o lado cruel e vingativo do mundo, expõe ainda mais a natureza humana, com a sua violência, estupidez e desejos de mortes, violações ou paz interior.
É realmente um iniciar auspicioso para uma saga, elevando-se a um patamar que poucas sagas alcançam quando estão concluídas, George Martim consegue-o no primeiro livro original (dois primeiros na versão portuguesa). É imprevisível, dá-nos momentos em que nos apetece entrar no livro e resolver as coisas com as nossas próprias mãos, dá-nos razões para continuar a ler os próximos livros e no fim apercebemo-nos de que se trata de um livro que nem necessitaria de qualquer fantasia para nos agarrar mais à história, as personagens encarregam-se de nos viciar sem a ajuda da fantasia que muito suavemente começa a preencher algumas linhas.
Continuem a ler esta saga, aproveitem-na e recomendem-na a amigos que tenham o gosto pela leitura, seja ela realista, fantástico, ficção científica, ou outra, qualquer pessoa acaba este livro com curiosidade sobre o futuro de alguma personagem. Eu tenho as minhas preferidas e apercebo-me que as aprecio não pelo seu estilo, simpatia ou poder (como em muitas outras sagas de fantasia) mas sim pelas suas decisões e profundidade de personalidades lentamente reveladas. De realçar ainda o grande final que este livro nos oferece, obrigando-nos a esquecer a revolta que fomos acumulando nas suas páginas e a continuar com a saga.    
Como último conselho aviso-vos para não lerem a sinopse do livro que acabará por vos ajudar a prever eventos futuros. Deixem que cada surpresa vos ataque como me atacou a mim: dura, cruel e impensável. Um grande livro e uma grande saga que continuarei a ler e a falar aqui sobre ela.

RATOS E HOMENS

Autor: John Steinbeck

Título original: Of mice and men

Um homem precisa de alguém, alguém que esteja perto. Uma pessoa fica louca quando não tem ninguém. Não importa quem seja o outro, desde que esteja acompanhada. Eu lhe digo – gritou-lhe – eu lhe digo que uma pessoa sente-se tão só que até fica doente.”
Estas foram as palavras que me levaram a ler o primeiro romance de um dos maiores nomes da literatura. John Steinbeck, que nasceu em 1902 e recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1962, deixou ao mundo dos livros uma herança vasta e preciosa. Tendo assinado livros como As Vinhas da Ira, O Inverno do nosso descontentamento e A Leste do Paraíso, era óbvio que teria, mais cedo ou mais tarde, de ler um livro seu. A questão era qual… a escolha foi fácil depois de ler as palavras que antes mencionei. Ratos e Homens (Of mice and men, título original) escrito em 1937, foi para mim muito mais do que um livro. As suas 100 páginas foram lidas num único dia. Uma leitura única, suave, relaxante. Este é daqueles livros que não cansam, é daquelas obras que em meros três minutos de leitura percebemos estar perante uma verdadeira obra de mestre.
Falando um pouco sobre o livro devo começar por explicar que se trata de uma história sobre dois homens, George e Lennie, e rapidamente o leitor se apercebe de como uma célebre frase (que tanto ouvi em Matemática) se encaixa perfeitamente: “O todo é mais do que a soma das partes”. Separados George e Lennie nunca se permitiriam sonhar tal como faziam juntos e muito menos sobreviver, seja isso mais ou menos importante do que sonhar.  George forte e esperto protege Lennie com a inteligência que falta ao seu amigo. Lennie apresenta-se como o homem dotado de força prodigiosa mas que nunca sobreviveria com tão retardada mente. Um realista, o outro ingenuamente sonhador, juntam-se na esperança de um dia viverem em paz, criarem coelhos e talvez ganharem a felicidade numa quinta isolada dos problemas do mundo.
A vida simbionte destas duas personagens cativou-me de uma forma que não esperava, levando-me a não conseguir parar de ler. Steinbeck consegue criar duas personagens tão distintas, com pensamentos e falas tão reais e díspares, que por vezes senti-me que estava a ver algo real, de tão sublime que é a escrita realista de Steinbeck. É revigorante, com o desenrolar da história, reparar como o autor consegue com duas personagens tão marcantes vulgarizar o mito do sonho americano sem nunca o mencionar directamente, enquanto ao mesmo tempo nos atira à cara o que é o valor da amizade e o quanto poderemos estar dependentes dela. Tudo isto na escrita mais simples que alguma vez li em tantos livros que me passaram pelos olhos. Tudo o que Steinbeck descreve arrebatou-me pela forma como o faz, desde personagens, locais ou sentimentos. Contudo não se deixem levar pela simplicidade da sua escrita e tomem uma atitude crítica, pois confesso que por várias vezes senti que o autor nos deixava, a nós leitores, o papel que perceber a mensagem que não está visível.
Este é, a partir do momento em que o li, o livro que mais gostei da literatura realista, que por vezes não me fascina. Ratos e Homens é um livro que nos prende por tudo o que mencionei antes e pela forma como Steinbeck consegue levar-nos sem esforço até à última página. Mostra-nos o que é a amizade, o que são os limites da compaixão, da frustração de uma vida e de como por vezes nos ajoelhamos e desistimos de algo tão importante em troca de um quase impossível sonho.
Li este livro há poucos meses, sou um rapaz de 26 anos e sei que se este livro me tivesse passado pelas mãos há 10 anos, não o teria terminado… hoje é um dos livros da minha vida, que recomendo, que irei reler. Um livro que ainda hoje o recordo no meu dia-a-dia e me fez decidir ler toda a obra de John Steinbeck.

sábado, 18 de junho de 2011

O SENHOR DOS ANÉIS

Autor: J. R. R. Tolkien

Título original: The Lord of the Rings 

Criticar a obra-prima de Tolkien é quase uma perda de tempo por uma simples razão: Não há nada que possa dizer que não tenha sido dito. Escrevo estas linhas simplesmente porque se trata do melhor livro que alguma vez li. Confesso que não foi o que me deu mais prazer, nem o que mais me prendeu às suas linhas, mas é, indiscutivelmente, o melhor livro que alguma vez li.
 Quando comecei a ler “O Senhor dos Anéis” ainda não fazia a mínima ideia que no futuro existiriam filmes que revolucionariam a Sétima Arte e portanto não sabia o que me esperava. Comecei a lê-lo com uns quinze anos por um simples motivo: a crítica do Sunday Times dizia “o mundo da literatura inglesa encontra-se dividido em duas partes: a daqueles que já leram O Senhor dos Anéis e a daqueles que o vão ler”.
Ora claro está que um rapaz como eu que achava que gostava de fantasia, não poderia deixar de ler tão prestigiado livro! Agarrei-me ao primeiro dos três volumes como uma criança esfomeada mas rapidamente a ânsia me passou. Tolkien começava a história com o relato de uma raça de pequenas pessoas aos quais chamou de Hobbits e de um feiticeiro enfadonho de nome Gandalf  (que usava fogo de artifício nas festas) e outras descrições que enchiam as primeiras páginas de forma quase interminável. A isto seguiu-se uma festa de aniversário. Para mim algo não estava bem. Como poderia aquele livro começar por algo que não fosse fabulosas batalhas com dragões, magias e cavaleiros reluzentes? Pois. Parece-me agora que Tolkien sabia o que estava a fazer.
Já li esta história algumas vezes e em toda elas me maravilho com o mundo que Tolkien inventou. Ficará para sempre na minha memória o que senti ao ler Galdalf contra o Balrog gritando “TU NÃO PASSARÁS”, ao ver a descrição de Minas Tirith ou Minas Morgul, a negociação com Boca de Sauron, o aparecimento do Rei de Angmar, a conversa entre Frodo e Galdalf sobre a morte que Gollum merecia e acima de tudo, a própria personagem de Gollum, para mim a melhor que já li. A minha favorita. E claro que não poderia esquecer o mistério que envolve Tom Bombadil.
Pode-se com algum trabalho encontrar uma ou outra parecença com Beowulf (que apenas mais tarde tive o prazer de ler) no segundo volume em que chegamos a Rohan com as personagens da Irmandade. Mas o que Tolkien trouxe à fantasia é de tal forma avassalador, com mundos, costumes e personagens tão fortes e perfeitamente detalhados, que torna este livro como “o obrigatório”. Se ainda não o leram, parem tudo o que estejam a fazer e tratem de o ler! Se já o leram, sabem do que falo, sabem que neste livro está o que outros imitaram e que mesmo que não o façam, a influência é demasiado forte para ser negada. Tolkien é um dos grandes génios da literatura e assinou um mundo ímpar, um trabalho de uma vida. Um livro impossível de perder.

Deixo-vos aqui a frase (versão original) que mais me marcou neste livro: “Deserves it! I daresay he does. Many that live deserve death. And some that die deserve life. Can you give it to them? Then do not be too eager to deal out death in judgement. For even the very wise cannot see all ends.

DUNA


Autor: Frank Herbert



Título original: Dune



















Ficção científica é um género literário que me seduz desde pequeno, e desde pequeno que a reputação de Duna me chegou aos ouvidos. Porém, devido a vários factores, só há pouco tempo comecei a ler este livro que é considerado por muitos como o melhor livro de ficção científica de sempre. Podendo não ter um nome tão sonante neste género como H. G. Wells, Robert Heinlein ou Isaac Asimov, Herbert tem na saga Duna o seu grande momento, principalmente neste primeiro livro e torna-se num marco incontornável no género.
Duna é um livro que se desenvolve à volta de dois pontos: a vasta intriga política de interesses de poder e dinheiro, e o enorme conflito familiar. Mais não revelarei.
 Desde cedo o universo criado por Herbert é-nos apresentado como se o conhecesse-mos desde crianças, não nos dando espaço para apresentações ou explicações. É-nos pedido então uma ginástica mental para ler, decorar e perceber mais à frente o que anteriormente foi narrado. De salientar neste ponto que os Apêndices apresentados no fim do livro são de grandiosa importância desde a primeira página.
A história começa com a nomeação do Duque Atreides para governar o planeta Arrakis, conhecido por Duna. Coberto por areia e castigado pela força do sol, este planeta é o local onde ninguém deseja estar, mas é também o único planeta onde se pode encontrar a preciosa especiaria. Juntamente com esta especiaria vem poder e dinheiro, e tal conjunto traz sempre mais perigos do que os desejados. Não adiantarei mais a história, porque apesar de muito boa, não é nela que reside o grande trunfo deste livro. As personagens são muito bem conseguidas, com Paul Atreides como principal, mas é o planeta que faz este livro funcionar. Com um detalhe que nunca tinha visto num livro de ficção científica, Herbert vai-nos deslumbrado com pequenas noções de ecologia, zoologia, biologia, etc… até acabar com os conceitos bases de uma sociedade preparada para aproveitar a água a uma escala que me deixou de boca aberta. Os pormenores são simplesmente deliciosos.
Confesso que gostei da intriga política, tal como da personagem Paul Atreides, dos Mentat (grupo de homens treinados desde crianças para desenvolverem a mente, tornando-os em mentes lógicas capazes dos mais complexos cálculos e previsões lógicas sobre o que os rodeia), e das Bene Gesserit (não explicarei o que são para não estragar a agradável surpresa que aos poucos a história nos revela), mas é o planeta que me encanta com os hábitos e costumes da sua população. É aqui que Herbert mostra o seu brilhantismo e não revelarei qualquer exemplo porque este é um livro que deve ser lido. O seu tamanho pode assustar mas no fim o leitor é recompensado quando o fecharem e pensarem em tudo o que acabaram de ler.
 Para finalizar uma pequena vénia aos diálogos. Entre os melhores que já li, capazes de nos darem a conhecer as personagens, de nos mostrar mais sobre Duna e que ajudam a ficarmos presos a este planeta. De salientar também que a união dos pensamentos das personagens durante os diálogos é também muito boa e que ganham um valor ainda maior quando lemos este livro pela segunda vez, ajudando-nos a ver coisas que antes nos tinham passado ao lado. O facto de todos os capítulos começarem com um texto supostamente criado por uma personagem num futuro após o fim do livro, ajuda não só na compreensão como também nos deixam alguma vontade de continuar a leitura da saga.
Em resumo devo dizer que Duna é um grande livro, um dos melhores do seu género. O planeta criado, com todas as suas características e filosofia presentes, torna Duna num dos mundos mais complexos que podemos ler, e ficamos a perceber o porquê de o considerarem o “O Senhor dos Anéis” da ficção científica.
Respirem fundo, ganhem coragem para ler as suas quase 600 páginas e mergulhem neste mundo de areia e montanhas!

O DEUS DAS MOSCAS

Autor: William Golding

Título original: Lord of the flies

Em 1954 William Golding (Prémio Nobel da Literatura em 1983, elevado ao título de Sir em 1988) publica este livro que imediatamente ganha um estatuto difícil de alcançar no mundo literário. Presença assídua em todos os Tops de melhores romances de sempre, O Deus das Moscas despertou a minha atenção há poucos meses. Com elevadas expectativas comecei a ler cada palavra com a maior atenção. A história desenrola-se numa ilha deserta onde um avião se despenha, deixando como únicos sobreviventes um grupo de crianças, não nos dando “imagens” quer do acidente quer do resto do mundo. Apenas mais à frente no livro nos é dado uma possibilidade do que é o mundo exterior àquela ilha, isto numa altura em que confesso, me questionava sobre o porquê de não existirem raparigas no livro. Agora ao olhar para o livro acabado de ler, penso que a não inclusão de raparigas neste mundo de William Golding tem as suas razões.
O livro começa com dois rapazes, Ralph e Piggy a explorarem a ilha após o acidente, e desde cedo se percebe que o autor tem a capacidade de nos presentear com um diálogo que só poderia sair das bocas de crianças. Este é o início do tema central do livro: até onde irá uma qualquer mente ao tocar o extremo sem estar devidamente preparada. Não revelando nada sobre a história, devo salientar como o autor nos leva para aqueles diálogos infantis de um bando desordenado de crianças que tanto poderão decidir com lógica como apenas usando o argumento “porque sim”. De salientar também como por vezes as personagens se questionam sobre como os adultos classificariam as suas acções, isto mesmo sem existir qualquer presença adulta, o que nos remete uma vez mais para a necessidade de afirmação e concretização pessoal aos olhos dos que admiramos em pequenos.
É, do início ao fim, um livro brilhante, que chega a ser aterrador ao observarmos como aquelas crianças que por um momento caminham na direcção certa, para mais tarde toda a organização se desmoronar graças a uma imaginária suspeita que levará a um medo bem real e corrosivo. Pelo meio vemos a necessidade de afirmação de qualquer ser humano ao viver em comunidade ou a de submissão originada por traumas latentes no passado de cada um. Aos poucos o livro torna-se aterrador por um lado ao ser óbvio que já não há caminho a seguir por aquelas crianças, e por outro lado ao levarmos uma chapada na cara por sabermos o quanto este livro é uma metáfora para o verdadeiro mundo que todos conhecemos onde podemos questionar até onde iríamos cada um de nós se todas as nossas acções ficassem impunes.
Um livro perturbador, com uma escrita sublime e momentos que não esquecemos tão cedo. Não é um livro para crianças, nem para a maioria dos adolescentes, mas é indiscutivelmente um livro que ninguém deveria perder.

A GUERRA DOS TRONOS

Autor: George R. R. Martin

Título original: A Game of Thrones

Inicio o meu blog com este livro pelo simples facto de ser o primeiro livro da saga que leio neste momento. Antes de começar a lê-lo, muito ouvir falar deste mundo de Westeros, apelidada por muitos como a melhor saga de fantasia dos últimos anos, talvez a melhor fantasia de sempre. Com tantas pessoas a elogiar e com a própria crítica ajoelhada a esta história, decidi avançar.
Confesso que já li muita fantasia mas confesso também que depois de “O Senhor dos Anéis” nenhum livro me “preencheu as medidas”. As comparações são inevitáveis, há sempre momentos em que fechamos os olhos e pensamos “mas porque é que este autor meteu isto aqui?”. Falo, obviamente dos “clichés Tolkianos”: lindos e imortais elfos que vivem em florestas, anões que vivem nas grutas, etc… podia estar aqui o dia todo.
Martin em A guerra dos tronos rompe com essa dependência nos livros de fantasia e nem sei explicar o quanto isso me soube bem. A história passa-se em Westeros e ao fim de algumas dezenas de páginas já nos apercebemos que Martin não se retraiu ao criar um vasto leque de personagens e penso que seja aqui que está o segredo da sua história e do vício que me ofereceu. Com cada capítulo a ser-nos dado como o ponto de vista de uma personagem (os vários membros da família Stark preenchem a maioria dos capítulos neste livro, juntamente com Daenerys, a rapariga exilada) acabamos não só por nos apegarmos às personagens mas principalmente a conhecê-las, e nisto Martin é fabuloso: na capacidade de nos dar personagens “reais”, personagens que são boas e más, com virtudes e defeitos. Não há neste mundo uma personagem totalmente boa nem outra totalmente má. São pessoas, com motivos, objectivos, dúvidas e receios tal como existem na vida real, tal como nós somos. E é isto que nos liga a este mundo. Por outro lado o facto de apresentar várias personagens e consequentes diferentes pontos de vista, Martin torna esta saga independente de qualquer personagem que possamos achar principal, dando o sabor de imprevisibilidade em cada linha, sabor esse que não senti noutras famosas sagas como Harry Potter ou O Senhor dos Anéis. Seria no mínimo revoltante ver Harry Potter morrer a meio da saga, ou quem sabe assistir à morte de Frodo assim que saíssem de Rivendell. Com George Martin começamos a perceber que qualquer personagem pode na página seguinte morrer, deixar de ser importante ou simplesmente trair todo o conceito que criamos sobre ela na nossa mente. E isto é a realidade pura e dura transportada para um mundo de fantasia.
A Guerra dos Tronos começa bem, acaba ainda melhor num momento de cortar a respiração, e empurra-nos para o livro seguinte sem a mínima dificuldade. A fantasia por seu lado não mostra a sua verdadeira face, Martin limita-se a sugeri-la, deixando-a para já à nossa imaginação.
Livro a não perder com um início forte e viciante graças às suas personagens que nos “emprestam” vários olhos por este mundo de Westeros. Leiam-no!
Uma última palavra para a Editora Saída de Emergência, dando-lhe os parabéns por nos trazer esta saga e pelo enorme trabalho de tradução necessário para este livro.

Deixo-vos aqui a sinopse deste livro: Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, recebe a visita do velho amigo, o rei Robert Baratheon, está longe de adivinhar que a sua vida, e a da sua família, está prestes a entrar numa espiral de tragédia, conspiração e morte. Durante a estadia, o rei convida Eddard a mudar-se para a corte e a assumir a prestigiada posição de Mão do Rei. Este aceita, mas apenas porque desconfia que o anterior detentor desse título foi envenenado pela própria rainha: uma cruel manipuladora do clã Lannister. Assim, perto do rei, Eddard tem esperança de o proteger da rainha. Mas ter os Lannister como inimigos é fatal: a ambição dessa família não tem limites e o rei corre um perigo muito maior do que Eddard temia! Sozinho na corte, Eddard também se apercebe que a sua vida nada vale. E até a sua família, longe no norte, pode estar em perigo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Olá a todos!

Sejam bem-vindos ao blog "lerycriticar"!

Este blog é dedicado aos livros porque eles são o meu maior vício. Mas como ler não é só folhear meia dúzia de páginas, pretendo partilhar convosco as minhas impressões acerca de alguns dos livros que me passaram pelos olhos. Espero com a minha opinião ajudar os visitantes deste blog a fazer a sua selecção literária no acto da compra, do empréstimo ou simplesmente do interesse. Para além da crítica, pretendo igualmente dar a conhecer as diversas obras para saborearmos de forma mais intensa cada linha escrita. Espero agradar a todos, mencionando não só livros da actualidade, mas também expressar a minha opinião e admiração pelos grandes clássicos de todos os géneros literários e por aqueles que, não sendo conhecidos como clássicos, guardam no seu conteúdo algo de muito valioso e ainda por descobrir.
Deixem-me as vossas sugestões, opiniões e, acima de tudo, espero que apreciem a vossa visita a este blog!

Até já!