quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ANO 2012


O Ano de 2012 chega ao fim e já algumas pessoas me perguntaram sobre qual foi o melhor livro que li este ano. A resposta não é fácil!
Este foi o ano de ler ou reler alguns clássicos, mas também de conhecer novas sagas, novos autores, novos géneros! 2012 fica marcado pelo regresso de Tolkien ao cinema, pelo anunciar de novos filmes Star Wars, pelo regresso de J. K. Rowling, mas também pela enorme quantidade de adaptações de livro que passaram para o grande ecrã... principalmente nas últimas semanas.


Comecei 2012 no blog com a análise a Clube de Combate, e seria imperdoável não estar neste pequeno texto sobre o melhor que li este ano. Poucos livros me marcaram tanto.
 
De seguida fiquei surpreendido com As mentiras de Locke Lamora, com um mundo imaginativo e personagens interessantes, e com John le Carré voltei à grande espionagem com a sua grande obra A Toupeira, mostrando uma vez mais estarmos perante o grande autor da espionagem.

Em fevereiro comecei a ler a saga das Jóias Negras de Anne Bishop, que gostei muito e recomendo a quem apreciar o género ou quiser experimentar. Difícil de começar as primeiras páginas, mas depois foi impossível de parar. 

Mas foi também em fevereiro que li O Mago - As Trevas de Sethanon, e este é, sem qualquer dúvida, um dos melhores livros que li este ano. Se é o melhor que li ou não, é difícil dizer, mas uma coisa é certa: trata-se de uma saga obrigatória na fantasia!

Em março voltei à Ficção-Científica para continuar outra série obrigatória com O Restaurante no fim do Universo, comecei a analisar livros do universo Star Wars e conheci o mundo dos Sete Ducados e as aventuras de Fitz com O Aprendiz de Assassino, tornando-se numa das sagas mais viciantes que já li.


O verão aproximou-se e li Fahrenheit 451, onde Bradbury mostra a sua fantástica criatividade. Entrei nas centenas de páginas de Guerra e Paz e senti a dor que a guerra cria, e as suas injustiças. Deslumbrei-me com a escrita de Philip K. Dick em Blade Runner e captei a filosofia inerente aos seus pensamentos... e poucos autores falaram da condição de mortal, como este autor. 

Em seguida, O Nome da Rosa e até à última página procurei pelo assassino!


Depois veio o aniversário do blog e a grande experiência que foi ler Eu sou a Lenda, e continuo a dizer que poucos, ou talvez nenhum outro livro, demonstrou de forma tão forte, a solidão humana. Simplesmente fantástico!

E no fim do verão, o grande O Hobbit! E para Tolkien já não existem palavras!


Outono à porta e comecei As Brumas de Avalon, notando claramente a sua qualidade com a eterna luta entre religiões... entre a liberdade de mente, e a manipulação das incultas massas! Logo após voltei a Ray Bradbury, desta vez com Algo Maligno vem aí, e a sua escrita mostrou uma beleza única.

 Tempo ainda para regressar ao mundo de Fitz, na nova saga O Regresso do Assassino, e rapidamente se tornou no melhor livro deste memorável personagem! Saga para continuar em 2013!!!


Para o fim do ano mais alguns clássicos: Ana Karenina, com todas as fraquezas humanas, Os Miseráveis, Grandes Esperanças, Norwegian Wood e o mais recente Cloud Atlas, com uma fabulosa mistura entre ciência e filosofia...

sem me esquecer de reler O Jogo Final de Orson Scott Card, que analisei aqui em 2011 e continua a maravilhar-me a cada leitura.

Pelo meio, viciei-me com os livros de James Patterson e a velocidade da sua narrativa.  Fizemos vários os passatempos, tivemos centenas de participações, e muitos livros oferecidos! A todos os que participaram, obrigado!


Foram muitas as opiniões que escrevi este ano. A grande maioria foram de livros lidos em 2012, mas não todos. E outros, que li este ano, apenas terão uma opinião no próximo. Mas, de uma coisa tenho a certeza: tive a sorte de ler excelentes livros e ainda me faltam ler muitas grandes obras da literatura!

Qual foi a melhor leitura? Não sei...
Mas todos estes livros que menciono neste post, deixaram a sua marca.
A todos os que visitaram e deixaram uma opinião no meu blog, o meu obrigado! E que 2013 traga excelentes leituras!

E para vós, quais foram os grandes livros que leram em 2012?







segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL


A todos vós, desejo um Feliz Natal, com muita saúde e alegria, e um ano 2013 melhor do que este e com excelentes leituras!

Obrigado a todos!

FELIZ NATAL


sábado, 22 de dezembro de 2012

Passatempo: Star Wars - Path of Destruction

PASSATEMPO

STAR WARS
Path of Destruction


Hoje temos para oferecer o primeiro livro da trilogia de Darth Bane, uma das mais aclamadas trilogia do universo Star Wars!


Para se habilitarem a ganhar, respondam à pergunta e sejam fãs do blog! A resposta não influencia o sorteio.

Apenas é permitida uma participação por pessoa!
O Passatempo termina dia 31 de dezembro

Aproveitem ainda para participar nos restantes passatempos de natal do blog:


Passatempo: Dragon Ball vol. 4, 5 e 6

Passatempo: Os Homens que odeias as Mulheres - Pack livro e Blu-ray

Passatempo: A Vida de Pi

Boa sorte a todos!


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Passatempo: A Vida de Pi

PASSATEMPO

A Vida de Pi
de Yann Martel

E com o Natal quase a chegar, iniciamos hoje o 3º passatempo de Natal no blog

Desta vez, em parceria com a Editorial Presença, iremos oferecer um exemplar de A Vida de Pi, um dos grandes livros dos últimos anos e que terá uma adaptação cinematográfica nos próximos dias!

Para se habilitarem a ganhar, leiam o texto seguinte e respondam à pergunta.

O passatempo termina dia 28 de dezembro!

Boa sorte a todos!

Feliz Natal!



Filho do administrador do jardim zoológico de Pondicherry, na Índia, Pi Patel possui um conhecimento enciclopédico sobre animais e uma visão da vida muito peculiar. Quando Pi tem dezasseis anos, a família decide emigrar para a América do Norte num navio cargueiro juntamente com os habitantes do zoo. Porém, o navio afunda-se logo nos primeiros dias de viagem. Pi vê-se  na imensidão do Pacífico a bordo de um salva-vidas acompanhado de uma hiena, um orangotango, uma zebra ferida e um tigre de Bengala.


Yann Martel nasceu em Espanha, em 1963, tendo-se naturalizado canadiano. Estudou Filosofia na Universidade de Trent, no Canadá, viajou muito e teve diversos empregos antes de começar a escrever. A Vida de Pi, publicado em mais de 40 países, valeu-lhe o Man Booker Prize de 2002, entre outros prémios, e figurou como bestseller do New York Times durante mais de um ano. A Presença publicou também nesta coleção o romance Beatriz e Virgílio, o mais recente do autor.





 Para mais informações sobre o livro, visitem o site da editora com informações sobre o livro.

 Aproveitem ainda para participar nos restantes passatempos de Natal no nosso blog!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ALEX CROSS


Autor: James Patterson

Título original: Cross



Este é o 4º livro que leio de James Patterson mas é também o 1º que leio da saga Alex Cross, e fazendo uma rápida comparação entre livros, este Alex Cross é o menos viciante, mas também é o melhor livro dos quatro. E porquê? Vou tentar explicar.

Ao contrário da saga Women's Murder Club, este livro apresenta um ritmo mais lento e torna-se menos viciante virar as páginas. No entanto, este ritmo mais baixo deve-se ao maior aprofundar das personagens e na minha opinião ajuda a tornar o livro mais sólido e consistente, mas principalmente, um bom livro para apresentar as personagens.

A primeira coisa a dizer é: este livro é apenas o 12º da saga mas é o 1º editado por esta editora. É provável que esta escolha "tenha recebido o peso do filme" que irá estrear este ano, mas para mim as questões são duas: nota-se a falta dos primeiros livros? Sim. É importante para esta leitura? Nem por isso. 
Ainda sobre este assunto, fiquei agradado por este livro começar com um flashback, voltando atrás no tempo, até ao início da própria saga, e sendo assim, acabamos por ver o início desta personagem, mesmo falhando os primeiros livros. Claro que algumas coisas se tornam confusas, mas são pormenores insignificantes e que nada retiram qualidade ao enredo.

Como sempre, Patterson brinda-nos com capítulos rápidos, pequenos e sem grandes descrições, sempre mais virados para os pormenores que fazem a ação avançar. A fórmula continua a resultar, principalmente pela forma como a história é montada, dando a cada capítulo um pouco mais de suspense enquanto nos brinda com revelações que nos obrigam a continuar.

O grande trunfo deste livro é a forma como o autor nos mostra duas personagens, principalmente o vilão. Patterson cria um vilão para recordar, e sinceramente, torna-se na grande personagem do livro, pois é a mais consistente e a que acabamos por perceber melhor. Esta é uma das grandes diferenças entre este livro e outros que li do autor. Patterson abranda o seu livro para nos mostrar o vilão, os seus motivos e o porquê das suas escolhas.

Outro aspecto interessante em comparações com a saga WMC é o facto de este livro não ser apenas uma "caça ao homem" mas antes, duas histórias (herói e vilão) que em certos momentos se tocam, tirando do livro o objetivo de descobrir o vilão, e oferecendo a hipótese de o compreender.

Alex Cross é um "herói banal" enquanto personalidade e foi isso que gostei neste personagem principal. A sua simplicidade e humildade, raramente heróica, contrasta um pouco com outros detectives que por vezes lemos, e mostram um ar de "duro" que nem sempre encaixa ou parece forçado. Alex Cross é apenas um marido e um pai, com todas as suas incertezas e imperfeições, e gostava de a conhecer melhor nos próximos livros.

Resumindo, este é o livro mais lento que li de Patterson (mas continua a ser rápido), e é também o melhor. Maior profundidade de personagens, uma boa história, surpresas no fim e a sensação que ainda há mais para ler; tornam este livro bastante agradável para quem gostar do género. Não é uma obra-prima, é sim entretenimento puro.

Gostam de policiais cheios de adrenalina? Alex Cross é uma boa opção.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Passatempo: Os Homens que odeiam as Mulheres - Livro e Blu-ray

PASSATEMPO

Os Homens que odeiam as Mulheres

Pack Livro e Blu-ray


Tal como já tinha avisado, com a chegada do Natal, chega também ao blog uma série de passatempos. Por isso, a juntar ao Passatempo Dragon Ball temos agora a oportunidade de oferecer um Pack de Os Homens que odeiam as Mulheres

 
Livro e Blu-ray

Para participar, apenas têm de ser fãs no facebook ou seguidores do blog e colocarem o vosso nome no questionário.

O passatempo termina dia 27 de dezembro
Apenas é permitido uma participação por pessoa
Boa sorte a todos e Feliz Natal!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Passatempo: Dragon Ball - Vol 4, 5 e 6

PASSATEMPO

Dragon Ball - Vol 4, 5 e 6

 

Com a chegada do Natal, o blog Ler y Criticar inicia hoje uma série de vários passatempos para que 2013 comece com vários livros para ler!



Hoje oferecemos três volumes da manga Dragon Ball na versão portuguesa!

Depois de termos oferecido os três primeiros volumes, agora oferecemos os volumes 4, 5 e 6!
 

Para participar, apenas têm de ser fãs no facebook ou seguidores do blog e colocarem o vosso nome no questionário.


O passatempo termina dia 24 de dezembro

Apenas é permitido uma participação por pessoa

Boa sorte a todos e Feliz Natal!






quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CLOUD ATLAS - Atlas das Nuvens


Autor: David Mitchell

Título original: Cloud Atlas


David Mitchel diz-nos que cada um de nós é uma gota no oceano. Mas não é um oceano, um conjunto de gotas? Então estamos todos ligados...
6 pequenas histórias... O primeiro ponto a focar é o esquema do livro. 6 histórias são lidas cronologicamente (da 1ª até à 6ª) e interrompidas as primeiras cinco, deixando o leitor apenas a conhecer a 6ª história até ao seu fim. Depois, vamos regressando ao passado (da 6ª à 1ª) e, consequentemente, o livro acaba na mesma pequena história onde começou.

Cloud Atlas é um livro único. A sua mistura entre ciência e filosofia faz com que cada pessoa tenha a sua interpretação, pois a carga filosófica e científica é tão marcante, que ficamos perante um enorme conjunto de razões possíveis para o que acabámos de ler. Mas a mensagem inicial, aquilo que liga as seis histórias e consequente razão do qual o livro trata, essa é universal... é a ligação entre a matéria, viva ou morta. É a ligação que torna tudo eterno? Aquilo que agora compõe o meu corpo, já antes esteve noutro ser vivo e voltará a outro depois de mim... mas poderá transmitir algo mais do que "massa"? poderá transmitir sentimentos ou conhecimento? Ou será a alma o fator eterno que nos molda e define?

Quando acabei esta obra, pensei que não há nada igual ao trabalho que este autor deixou nestas páginas. As 6 histórias apresentam-se em diferentes eras, desde o nosso passado até um futuro distante e nada risonho, e enquanto viajamos pelo tempo e espaço, a narrativa muda, tornando esta obra num conjunto de 6 livros que apresentam géneros diferentes. Thriller, ficção-científica, comédia, etc... David Mitchell acaba por criar um género ousado e que será, certamente, ligeiramente copiado no futuro.

Num olhar científico, a Terceira Lei de Newton diz-nos que para qualquer ação, existirá sempre uma reação de igual força. Num olhar filosófico, Descartes diz-nos "Penso, logo existo"... o fantástico deste livro é a forma como, ao mesmo tempo, apoia e destrói estes dois olhares. E a partir daqui, cada leitor terá uma experiência única e que deve ser lida.

Não é um livro fácil e pede-se algum ritmo na leitura. Se olharmos com atenção, há muitos momentos que são iguais nas várias histórias, pequenos pormenores que mostram a ligação, e estes momentos serão mais facilmente descobertos se lermos o livro a uma boa velocidade. Também não será um livro que agrade a todos, mas é preciso termos consciência para o que iremos ler. Este livro é, como já disse, científico, filosófico, e nada definitivo. Mas é também um livro sobre a ganância pessoal e empresarial que poderá destruir a moralidade que muitos lutaram para construir.

Posto isto é óbvio dizer-se que o conjunto das seis histórias é muito mais do que cada uma individualmente, pois é a ligação que faz a diferença. E no fim perguntamos o que é uma ligação? O que é existir? O que é um sentimento? O que é sonhar?


Muitos leitores não irão apreciar, outros irão adorar. No meu caso: um dos melhores livros que li este ano, e que um dia voltarei a ler, encontrando, certamente, novos significados.

Para os interessados deixo o link da editora e também o do livro, com mais informações e o trailer da adaptação cinematográfica.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

OS MISERÁVEIS


Autor: Victor Hugo

Título original: Les Misérables


Agarrar e ler este livro é quase um ato de coragem. Mais de 1200 páginas é o que precisamos de ler para conhecermos a imortal obra de Victor Hugo. Felizmente a qualidade é tão grande quanto o próprio livro.

É verdade que o tamanho do livro mete "respeito" mas nunca foi uma leitura difícil, principalmente porque não precisamos de muitas páginas para perceber a genialidade da escrita de Victor Hugo: uma escrita pausada, que tem tanto de lógica como de apaixonada, que tem tanto de metódica como de sonhadora... e que constantemente nos faz pensar enquanto nos abre portas a novas formas de ver a vida.

Não é preciso muito até se tornar óbvio estarmos perante um livro obrigatório. Demora a ser lido e apresenta um ritmo baixo, mas trata-se essencialmente de uma obra marcada pela filosofia e pensamentos de um fantástico autor que nos leva a questionar o que é essencial, enquanto vemos um retrato lento e marcante da decadente sociedade francesa. Tudo isto misturado numa história de amor e injustiças, narrada com grande realismo.

Valjean é a grande personagem deste livro e com ela são abordados os mais variados temas, levando-me a não conseguir definir a sua personalidade em duas ou três características. Bondoso e responsável, estamos perante um homem física e mentalmente destruído, mas, tal como Victor Hugo nos diz, até a mais negra noite encontra o seu fim e o sol nasce.  A questão será quando... Valjean é, sem qualquer dúvida, das melhores personagens alguma vez criadas.

Com personagens marcantes, como Fantina, Cosetta, Javert e Valjean, Os Miseráveis é uma história de amor, de sacrifício, ódio, e essencialmente, miséria... quer seja a miséria no bolso ou na mente. Tudo começa com um olhar, principalmente esse sentimento que é "amar". Nada se compara à sensação de sermos amados, e pior do que morrer, é viver sem sermos amados. E muitas das personagens desta história, nunca o foram, e portanto, nunca viveram. A vida matou o sonho...

Devemos reeducar as pessoas, ou castigá-las eternamente?

Envolta em fortes convicções políticas, a história é manipulada pelos que têm poder e pelos que não conseguem desistir, quer seja para fazer o bem, ou o mal. Mas a realidade, e a mensagem que o autor nos passa é que não ser ouvido não é razão para nos calarmos. Como podem, perante o caminho da felicidade, algumas pessoas voltarem para trás, por acharem que certos obstáculos são intransponíveis?

Quantas vezes sonhámos com um Deus misericordioso?

Victor Hugo diz que não há meio termo para o amor... ou te destrói, ou te salva. O livro é igual. Devido ao seu tamanho e ao pormenor que o autor oferece na sua narrativa, algumas pessoas deixarão o livro a meio, mas acredito plenamente que quem acabar esta obra, terá sido marcado pelas palavras deste autor.
Eu adorei o livro e para mim é obrigatório. É um dos melhores livros de sempre e a minha humilde crítica não fará justiça a tamanha obra. Aliás, para mencionar rapidamente todos os temas alcançados pelo autor, teria de escrever muito mais...

Custa, mas vale a pena cada minuto! Leiam-no!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

TERCEIRO GRAU


Autor: James Patterson

Título original: 3rd Degree


Após um bom começo de saga e de um segundo livro que não conseguiu estar ao nível, este terceiro livro é sem grande dúvida o melhor da série. 

E porquê? Porque Patterson arrisca. Em primeiro lugar temos um grupo de terroristas  com motivações interessantes, e o enredo vê-se envolto num tema polémico e atual. A crítica social está presente, mas o mais provável é só darmos por ela quando acabarmos o livro, tal é o ritmo a que a leitura se desenrola. Tudo isto torna o livro mais coerente e com maior qualidade.

Outro ponto a favor é o facto de pela primeira vez sentirmos que as personagens principais estão em risco e aquele sentido de proteção dada pelo autor desaparece, tornando o livro muito mais realista, levando a saga para um caminho que não consigo antever.

A fórmula é a mesma: ritmo elevado, personagens que são aprofundadas um pouco em cada livro e uma enorme necessidade de continuar a ler até ao fim. Mas este livro, para além de mais polémico, é também o mais surpreendente de todos. Imprevisível em muitos momentos, não é muito difícil descobrir a identidade do mestre por detrás do grupo terrorista, mas este é também o primeiro livro da saga em que identificar o vilão não é o mais importante... e quem ler, irá perceber o que quero dizer.

Capítulos pequenos, rápidos como sempre, com finais que nos obrigaram a ler mais umas páginas, e espaço apenas para os detalhes que façam avançar a história, Patterson traz-nos o livro visualmente mais leve da série, desaparecendo um pouco o olhar macabro dos anteriores vilões, mas tal não faz este livro ser menos interessante. Lindsay continua a ser a personagem principal mas perde alguma da sua preponderância, e agora temos alguns capítulos das restantes amigas. Esta adição é muito agradável e apenas se pedia que em certos momentos a narrativa fosse mais lenta para termos uma melhor noção dos sentimentos de quem estamos a seguir.

Tal como sempre, Patterson faz um livro dentro da sua fórmula. Não esperem obras-primas, nem narrativas complexas e belas. Isto é uma série de ação, para ser lida em poucos dias, para colar o leitor às suas páginas e entreter até à última linha. Não há grandes descrições nem grande filosofia ou pensamentos profundos. O que há, é uma enorme necessidade de continuar a ler, se este género vos agradar. James Patterson é um nome a seguir! E quem gostar do autor, não deverá perder este livro.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

AS BRUMAS DE AVALON - A Rainha Suprema


Autor: Marion Zimmer Bradley

Título original: The Mists of Avalon - Book Two: The High Queen


Após um primeiro livro que serviu para introduzir personagens, religiões e "máquina política", este segundo livro é, tal como o nome indica, marcado pela Rainha Suprema e sua evolução. Gwen, que mostra uma forte transformação durante o livro, é a personagem que faz a história avançar, pois é ela a face da verdadeira batalha deste enredo. Uma batalha que é muito mais do que escudos e espadas.

Como se destrói uma ideia? Como se apaga uma religião, uma fé, uma necessidade de acreditar em algo?
Com uma nova fé? Por palavras ou espada? Com compreensão ou desprezo? Estas perguntas, facilmente identificadas neste livros, foram a realidade (e provavelmente ainda são) do nosso passado, da evolução das civilizações e da manipulação, consciente ou inconsciente, daqueles que tinham a capacidade de argumentar e influenciar... ou simplesmente o poder da decisão. E todas as sociedades do planeta foram limitadas pela sua própria religião.

Gwen, a Rainha Suprema que nunca será feliz por acreditar que transporta dentro de si o verdadeiro pecado, é a fraca e manipulável pessoa com a qual acabamos por sentir simpatia, mas que muitas vezes me deixou de boca aberta pela sua incapacidade de pensar por si mesma e aceitar as diferenças... As pessoas têm medo do que não compreendem e do que é diferente.
E o facto de me ter ligado (para o bem e para o mal) com esta personagem, demonstra a fantástica qualidade da autora em nos levar a atravessar as brumas e entrar nesta história. Um caso raro de qualidade. 

"Mas em perfeita verdade, penso que serão os cristãos a ter a última palavra"

No geral, e olhando apenas à qualidade da obra, este livro está ao nível do primeiro, o que é excelente, com personagens bem construídas e coerentes, com ideais vincados e um mundo que se sente a respirar. Mas o aprofundar da trama e de algumas personagens, torna-o muito mais viciante (também por não necessitar da introdução obrigatória no primeiro livro), e facilmente nos vemos dentro deste mundo.

É verdade que o livro peca por não apresentar nenhum "momento de cortar a respiração", sendo mais uma obra de evolução de personagens, muito graças aos saltos temporais que dá, mas é esta evolução, de todos os seus componentes, que me prende a esta saga. MZB criou um mundo sólido e credível como poucos conseguiram, e em apenas dois livros (que nem sequer são muito grandes).

Morgaine é a minha personagem preferida (apesar de Igraine ter tido o grande momento do livro) e provavelmente terá muito a dizer até ao fim da história, e confesso que me agradou um momento muito particular no qual a autora mostrou que esta mulher também é humana, e como tal, susceptível de errar, tal como todas as outras personagens.

Recomendado? Sim. Ainda estou apenas a meio desta saga, mas a qualidade de MZB está presente desde a primeira linha, e facilmente se percebe o enorme sucesso da saga. Faltam ler dois, e fico à espera de um final arrebatador a esta história sobre a qual não falo para nada revelar.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Passatempo: Uma Morte Súbita - Vencedor

PASSATEMPO

Uma Morte Súbita
de J. K. Rowling


E chegou ao fim mais um passatempo em parceria com a Editorial Presença. É o regresso da escritora que nos deu Harry Potter. 

Desde já, obrigado a todos os que participaram! Recebemos centenas de participações, a grande maioria com resposta bem grandes, em que deixaram a vossa opinião sobre esta autora e a sua grande saga, indicando o que mais gostaram em Harry Potter (a resposta não influenciava o sorteio). 

Uma vez mais obrigado!

E o vencedor é: 

Maria Guadalupe Miguel

Parabéns à vencedora!

Mais passatempos em breve, por isso não deixem de participar!

Para os interessados, podem procurar por mais informações sobre o livro neste link, ou consultar a minha opinião ao livro neste link.

Boa sorte para a próxima!

domingo, 2 de dezembro de 2012

O Hobbit e Anna Karenina: novas edições



A Publicações Europa-América lançou agora novas edições de dois dos grandes filmes deste ano. Sendo  dos filmes que mais aguardo este ano e visto que há pouco tempo publiquei as minhas opiniões a estas duas grandes obras literárias, convido-vos agora a visitar o site da editora com estas novas edições disponíveis.

Deixo ainda o link das minhas opiniões para os interessados destes dois livros, marcantes nos seus géneros: O Hobbit e Anna Karenina

NOVAS EDIÇÕES




Título: O Hobbit
Autor: J. R. R. Tolkien
Colecção: Contemporânea
Preço: 22.75€
Pp.: 264

O prelúdio d’ O Senhor dos Anéis
A mais aguardada estreia cinematográfica de 2012


Esta é a história da aventura de um Baggins, que deu consigo a fazer e a dizer coisas completamente impensáveis…

Bilbo Baggins é um hobbit que desfruta de uma vida confortável e sem qualquer ambição. Ele raramente se aventura em viagens, não indo mais longe do que até à dispensa de sua casa, no Fundo do Saco. Mas este conforto será perturbado por Gandalf, o feiticeiro, e por um grupo de treze anões, que num belo dia chegam para o levar numa viagem «de ida e volta». Eles têm um plano para pilhar o espantoso tesouro de Smaug, o Magnífico, um dragão enorme e extremamente perigoso.
Encontros inesperados com elfos, gnomos e aranhas gigantes, um dragão que fala, e ainda a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos, são apenas algumas das experiências por que Bilbo passará.

O Hobbit
é o prelúdio de O Senhor dos Anéis e já vendeu milhões de cópias desde a sua publicação, em 1937. É claramente um dos livros mais amados e influentes do século XX.

«Uma obra-prima incomparável», The Times





Título: Anna Karenina
Autor: Leão Tolstoi
Colecção: Clássicos
Preço: 38.62 €
Pp.: 872

Um clássico intemporal!

Por entre o frio de Moscovo e as neblinas geladas de São Petersburgo, uma história de amor imortal que nasce com um simples olhar. Uma paixão trágica que tudo abandona para se dedicar ao amor de um único homem. Uma heroína tão intensa e comovedora como Madame Bovary e a Dama das Camélias, que eternizou o nome de Leão Tolstoi colocando-o na galeria dos grandes génios da literatura universal.

«Já se disse que a obra de Shakespeare, a de Balzac e a de Tolstoi são os três maiores monumentos erguidos pela Humanidade à própria Humanidade. Estou cada vez mais convencido de que isso é verdade!» André Maurois
 
Esta nova adaptação cinematográfica de Joe Wright, realizador de Orgulho e Preconceito e Expiação, conta com Keira Knightley, no papel principal, Jude Law, Aaron Taylor-Johson e Kelly Macdonald, entre outros.

Leia o livro. Veja o Filme.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

NORWEGIAN WOOD


Autor: Haruki Murakami

Título original: Noruwei no Mori




O primeiro livro que li de Haruki Murakami, um dos melhores escritores do momento, e fiquei completamente fascinado. A escrita de Murakami é fantástica e a forma como o autor descreve personalidades e locais, é diferente de qualquer outra, tornando-o único.

Esta é a história de Toru Watanabe e o triângulo amoroso na sua juventude. Em pano de fundo vemos a revolta juvenil contra os poderes políticos e a degradação dos valores morais que levarão Toru e os seus amigos a querer algo mais, algo com significado. Toru, uma personagem muito bem construída, é apenas mais um jovem num país onde as expectativas prendem os jovens, levando-os a uma vida de stress e de medo por falharam aos sonhos dos pais e de uma nação.

A escrita de Murakami não é fácil e neste livro envolve-nos numa mistura de sentimentos e sensação de que a morte está sempre perto, pronta a atacar. E por isso digo que este livro não é para todos, pois as suas páginas estão cheias de dor, sensualidade e hipocrisia daqueles que falam e raramente agem. O autor explora os diálogos (bem construídos e vastos) como forma de avançar na história e explorar personagens (distintas e encaixam na perfeição na história). Consegue-o na perfeição, e obriga o leitor a continuar juntamente com as personagens... mas nem todas as mentes estão preparadas para agarrar a felicidade. A decisão é algo que, por vezes, custa, e vem com um preço. E aqui, todas as personagens irão pagar.

O que leva uma pessoa a desistir de tudo? Que sensação tão angustiante e asfixiante será a que leva uma pessoa a suicidar-se, abandonando família, amigos, e todos os prazeres da vida, sabendo que nada reside depois disso? Talvez seja na dor ou na paixão, que a lógica desaparece...

Com um enredo duro, visualmente forte, triste em muitos momentos e arrebatadora em muitas das suas páginas, a beleza da vida está sempre presente, mesmo que escondida do nosso olhar. Personagens, ambiente, história... Murakami consegue tudo de forma magistral, levando-nos à mente de Toru, percebendo esta personagem com a facilidade que apenas alguns autores conseguem colocar por palavras.

O final, fantástico, arrebatador e repleto de significados, é apenas mais um exemplo da maturidade necessária para percebermos este livro e sermos atropelados pelos seus significados... pela sua dor, a dor dos jovens que cresceram agarrados a algo e acabaram por perder esse apoio.

Um livro fantástico de um autor que me conquistou facilmente, em poucas páginas. Murakami tem uma escrita pausada, que nos obriga a pensar e que torna o livro lento, mas cheio de significados. O enredo é forte e cruel, e não será um livro para qualquer leitor, mas trata-se de uma obra fantástica e que marca quem a ler. Murakami é um autor a seguir.

E se no fim, nos esquecemos do que é realmente importante nas pessoas que amamos?


terça-feira, 27 de novembro de 2012

SEGUNDA OPORTUNIDADE


Autor: James Patterson

Título original: 2nd chance



Após ler o primeiro livro desta saga (Primeira a morrer) decidi voltar às aventuras de Lindsay e ver que outros casos iria desvendar.
A fórmula é a mesma que no anterior: capítulos rápidos, sempre preenchidos com algum acontecimento que faz a história acelerar enquanto não nos permite identificar o assassino.

Aqui não existe grande complexidade nem espaço para pormenorizadas descrições. O segredo de Patterson está no ritmo sempre elevado e na capacidade de nos surpreender. Patterson apenas olha ao detalhe de fatores que possam ajudar ao desvendar do mistério e o leitor vê-se mergulhado numa montanha russa de ação e mistério.

Patterson explora temas interessantes e diferentes em cada livro, transformando esses temas na base da história e motivos do assassino. No entanto, este serial-killer não consegue ter o impacto que teve o vilão do anterior livro, não pelo motivo, mas pela sua personalidade e forma de actuar... mas aqui é uma questão de gosto.

Um dos aspetos mais interessantes é o aprofundar das personagens, principalmente de Lindsay, revelando um pouco sobre o seu passado e projetando a história para algo mais pessoal, e que a levará a momentos de maior risco. O livro lê-se sem parar, com uma cadência frenética de revelações e apesar de ser mais previsível que o anterior, a verdade é que não conseguimos parar. E estará aqui o segredo do grande sucesso que rodeia este autor em todo o mundo: a forma como monta o livro, dando as revelações nos momentos ideais.

Com um ou outro momento que me pareceram mais forçados, a verdade é que Patterson dá-nos mais um livro viciante. Não está ao nível do primeiro, mas consegue executar a missão de entreter, viciar e levar o leitor a pensar sobre como se conseguirá apanhar o serial-killer. 
O facto de lermos os livros pela sua ordem cronológica ajuda à compreensão do desenvolvimento das personagens, apesar de não ser obrigatório, pois cada livro tem uma história independente.

Para os fãs deste tipo de livros, com ritmo frenético bem ao estilo de James Patterson, então este é mais um livro a ser lido, pois a imaginação deste autor ajuda a criar o suspense ideal para cada tema. Se gostaram do primeiro livro, continuem com a saga, pois o melhor ainda está para vir.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

UMA MORTE SÚBITA


Autor: J. K. Rowling

Título original: The Casual Vacancy



Este livro é, indiscutivelmente, o mais esperado do ano. Rowling, a autora que colocou uma geração de televisão e Playstation a ler, moldando a adolescência de milhões de crianças, regressa com um livro para adultos.

No entanto, muitos não conseguirão gostar deste livro. Porquê? Não por culpa da autora (em muitos casos), mas sim por culpa do leitor... leitor esse que estará sempre a comparar este livro com os anteriores.
O segredo é esquecer completamente toda a fantástica série do feiticeiro e olhar para estas páginas como se fossem escritas por qualquer outro autor.

É verdade que Rowling apresenta o seu estilo de escrita sem grandes mudanças. Quem tenha lido Harry Potter tantas vezes quanto eu, irá encontrar uma forma de escrever muito semelhante: a pontuação, a forma como expõe a história, o detalhe em certos momentos, a capacidade de criar diálogos que prendem o leitor... Rowling não mudou. O que mudou foi o tema sobre o qual está a escrever.

Este é um livro incrivelmente realista, no qual Rowling não tem problemas em mostrar uma sociedade destroçada, onde os interesses políticos valem mais do que ajudar o próximo. A cada página sentimos a crueldade inerente ao ser humano, a vontade de dominar o que o rodeia, mas também o amor pelo próximo. Sendo assim, as personagens são o grande trunfo deste livro, e digo-vos que raramente vi uma obra que conseguisse explorar tão bem, tantas personalidades distintas (umas melhores do que outras). Rowling mostra um detalhe impressionante do quadro psicológico de cada uma, não existindo distinções entre boas e más. Todos os humanos têm a capacidade de odiar e amar algo... e aqui nós iremos ver os motivos, traumas e experiências de vida, narradas com uma linguagem forte e realista.

Rowling toca nos mais variados temas, principalmente nos que aniquilam uma sociedade. Infidelidade, racismo, inveja, ganância, drogas... muitos destes problemas começam porque as pessoas são egoístas. E Rowling relata-nos as fraquezas humanas com enorme qualidade. Algumas pessoas aprendem antevendo os erros, ou vendo os erros dos outros. Outras aprendem cometendo o erro, e outras nunca aprendem, limitando-se a dizer que vão mudar, mudar... e nunca mudam por mais vergonha que tenham delas próprias. A realidade é que é mais fácil criticar os problemas dos outros, do que enfrentar os nossos. 

Não querendo revelar nada da história nem a opinião sobre alguma personagem em particular (há algumas muito bem construídas), este livro demorou a conquistar-me e apenas na segunda metade do livro entrei definitivamente na história. A trama central não é marcante, pois este livro é sobre pessoas, as suas formas de encararem a vida... as pequenas coisas a que se agarram. Esta é uma história sobre aquele instante em que morremos e todos os nosso planos, desejos e ideias, desaparecem. Este é um livro sobre o efeito borboleta que o mais insignificante dos gestos pode criar.

Rowling é uma excelente escritora. Se Harry Potter foi único no seu género e marcou-o para sempre, este livro não o consegue, mas isso seria quase impossível. Esqueçam o feiticeiro durante esta leitura, não esperem um livro de suspense com incríveis revelações no fim, mas sim um relato fiel sobre a condição humana, do mundo em que vivemos e no qual nenhum de nós é perfeito.

Acredito que muitos não gostarão do livro, mas eu gostei. O final é marcante e o sentimento que criei em relação a algumas personagens faz-me ver a intensidade que este livro transmite e o facto de ter gostado bastante de algumas, que de perfeitas nada tinham. No entanto, volto a dizer: não é um livro para todos, e muitos não irão gostar.

Podem ver a sinopse e mais sobre o livro no site da editora.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Passatempo: Uma Morte Súbita


PASSATEMPO


Uma Morte Subita
de J. K. Rowling


Uma vez mais, em parceria com a Editorial Presença, temos um livro para vos oferecer. Desta vez, aquele que será, provavelmente, o livro mais aguardado do ano!

J. K. Rowling regressa após ter terminado a saga Harry Potter!

Para se habilitarem a ganhar, basta darem uma sincera opinião sobre as anteriores obras da autora, dizendo-nos o que mais apreciam nos seus livros, quer seja personagens, história, forma de escrever, etc...

O vencedor será sorteado, e a vossa resposta não tem influência no sorteio!


O Passatempo termina dia 30 de novembro às 23:59
Uma participação por pessoa

Para mais informações sobre o livro, vejam este link.



«Um romance maravilhoso. A mestria de J.K. Rowling como contadora de histórias está ao nível de RL Stevenson, Conan Doyle e PD James…»
The Observer


Boa sorte e não se esqueçam de se tornarem fãs do blog no facebook!