quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

PÔR A CASA EM ORDEM


Autor: Matt Ruff

Título original: Set this House in order



A ideia base deste livro, simplesmente fantástica, é, resumidamente, a história de um rapaz com várias personalidades e que tem consciência do seu problema. Para o resolver, Andy "cria" uma casa dentro da sua mente onde as várias personalidades vivem, falam entre sí e comunicam com a personalidade que está a controlar o corpo. Esta base parece algo "rebuscada" ao início, mas posso afirmar que se trata de algo que se torna bastante realista e que no fundo é apenas uma solução para um problema.

Antes de começar com a opinião ao livro, vejamos alguns factos: todos conhecem a história do computador Deep Blue, computador da IBM que venceu Kasparov num duelo de 6 partidas de xadrez (3 partidas empatadas e um resultado final de 2-1). Este computador tinha a capacidade de processar, mais ou menos (não são números oficiais), 3 milhões de milhões de instruções por segundo (e sim, é mesmo milhões de milhões, eu não me enganei a repetir a palavra), e estamos a falar de um super computador, pois um computador doméstico terá no máximo, 100 mil milhões. Nessa altura muitos disseram que o computador batera o cérebro humano em velocidade de processamento. Errado. A diferença é que o nosso cérebro faz muitos mais do que pensar. O nosso cérebro diz, individualmente, a cada célula do nosso corpo, o que devem fazer para sobrevivermos, e para além disso, ainda pensa, processa todos os sentidos, fala, movimenta-se, etc... é impossível calcular com exatidão a capacidade do nosso cérebro (o aglomerado de matéria mais complexa no Universo que conhecemos), mas estima-se que esteja perto dos 100 milhões de milhões de instruções por segundo (são muitos zeros)... e somos totalmente dependentes dele. E se ele não funcionar corretamente? E se o nosso cérebro nos enganar?

Agora, passemos ao livro: recomendado por um amigo e com uma incrível pontuação no GoodReads, comecei este livro com boas expetativas e agora posso dizer que é um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Não é fácil entrar na leitura, pois, apesar de não existir aqui qualquer forma de fantasia ou ficção-científica, muito do senso comum é destruído no início, pelo menos na forma como vemos uma pessoa. Esta é uma realidade completamente distinta da forma como este rapaz, Andy Gage (narrador), vive e vê o mundo.

A partir do momento que entramos no livro, temos a tentação de questionar qualquer coisa, tornando o trabalho do autor muito mais difícil, pois estamos atentos a tudo. No entanto, o autor conseguiu em dois momentos, deixar-me de boca aberta, completamente surpreendido. Com este aglomerado de blackouts, ligamo-nos ao personagem, pois em muitos momentos, sabemos apenas o que ele sabe, e que é pouco.

A escrita é simples e directa, com alguns saltos temporais mas que nunca tornam a história confusa (aliás, a história está muito bem montada), o que ajuda bastante para que o livro seja de fácil leitura e ritmo elevado. As personagens, principalmente as personalidades de Andy, estão muito bem construídas, tal como a personagem Penny.

Falar sobre este livro não é fácil sem revelar muito da história, Mas esta obra, que é sobre várias personalidades na mesma mente, é uma lição em que sentimos que devemos aceitar-nos a nós próprios, uma lição sobre mudar o que está mal e não desistir. Matt Ruff olha para a base filosófica que nos diz que somos o nosso passado, e usando personagens traumatizadas, usa esse mesmo passado para as tornar coerentes, e por isso posso dizer que se o passado é a base da nossa personalidade, então este autor explorou o tema como poucos.

E quando as pessoas que mais nos deviam amar, são aquelas que nos viram as costas? Ser amado, é, talvez, a maior necessidade humana. Se não formos amados, não somos felizes, não existe sentido... mas poderemos apagar da nossa mente essa ausência? O que é preciso sofrer para apagar um passado? O que é preciso para acreditarmos que a culpa é nossa?

Bem estruturado e incrivelmente original, Matt Ruff dá-nos um livro que nos mostra a vontade de melhorar, de sobreviver e de criar um significado para a nossa existência. Esta obra é fantástica e recomendada pelas suas personagens, pela sua história, mas principalmente, por nos despertar para uma realidade que muitos de nós não conhecemos, e por isso, este é um livro que não devemos apenas ler, devemos tentar perceber, e sentir, o que é a vida para uma pessoa com este problema. 

Um livro viciante, original e que nos leva numa viagem pela consciência humana, mas também pela capacidade de um homem ser bondoso ou cruel. Como disse antes, falar mais sobre este livro, é revelar o que não devo, e por isso limito-me a recomendar esta leitura, sabendo que aquilo que escrevo não consegue transmitir todas as sensações que este livro me deu.



Luis Pinto

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Passatempo: Rendida


PASSATEMPO

Rendida
de Sylvia Day


Hoje temos para oferecer um exemplar do livro Rendida, obra que tem tido enorme sucesso por todo o mundo e que inicia a saga Crossfire.

Para se habilitarem a ganhar, basta serem fãs do blog facebook ou seguidores e preencher em baixo com os vossos dados. Apenas é permitida uma participação por pessoa.


O passatempo termina dia 5 de março, às 23:59h

Boa sorte a todos!


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

DIREITOS DE SANGUE


Autor: Kristen Painter

Título original: Blood Rights



Chrisabelle esconde no corpo as marcas douradas e os segredos das comarré - uma raça especial de humanos criada para alimentar a elite de vampiros nobres com o seu sangue rico e poderoso. O destino dela está traçado desde sempre: servir incondicionalmente o seu patrono. Mas quando este é assassinado, a vida de Chrysabelle muda por completo. Finalmente pode ser livre, um sonho que nunca se permitira ter e que depressa se transforma num pesadelo.


Um colega disse-me que esta série melhora a cada livro (leu a versão inglesa) e então entrei neste mundo com algumas expectativas.
O mais interessante neste início de saga é o mundo criado. Existe um equilíbrio interessante entre as várias temáticas que tornam a história mais sólida. É verdade que em alguns momentos, surgem algumas dúvidas sobre como este mundo se sustenta e torna credível, mas também fica a ideia que muitos dos segredos desta história ainda não foram revelados (isto falando do mundo em si), e como tal, são pormenores que apenas nos próximos livros se poderão analisar melhor.

Ainda falando deste mundo, assinalar que a sua compreensão é fácil mesmo existindo alguma complexidade, pois a autora faz um bom trabalho ao mostrar onde esta história se desenvolve. Existem várias classes sociais e uma intriga constante, levando a que a autora nunca nos mostre tudo. Aliás, neste livro nada é descrito de uma só vez. As descrições são dadas aos poucos não deixando que a acção pare, e portanto este livro é uma obra de ritmo elevado onde apenas é descrito o essencial.

Em relação às personagens, todas elas mostram que têm um passado sólido onde se escondem vários segredos. Esta noção de secretismo ajuda a que o ritmo se mantenha elevado, principalmente quando vamos descobrindo um pouco mais sobre Tatiana, a vilã. Esta é, aliás, a personagem que mais gostei, talvez por ser a mais coerente. Algumas das personagens boas, pareceram-me "demasiado boas" em alguns momentos, enquanto que Tatiana me pareceu apenas uma personagem com convicções definidas, e portanto, bem sustentada.

Com uma forte distinção entre as duas personagens principais (heroína e vilã), gostei bastante do facto de, apesar de  existir um casal (Chrysabelle e Malkom) que é o centro da acção, a própria acção não se centra na relação entre os dois, mas sim nos seus objectivos, quer seja a sobrevivência, honra, etc... Existem vários momentos de grande emoção e que prendem o leitor, no entanto é preciso dizer que alguns, são mal explicados, e enquanto não o forem, ficará a sensação que foram forçados. Este é, no entanto, um problema comum em muitos livros que são o início de uma saga.

Com um ritmo elevado e um mundo negro, que se enquadra perfeitamente na escrita da autora (directa e forte), existe sempre um negrume que envolve o enredo e que gostei, pois nunca me pareceu exagerado dentro do contexto. Em algumas ocasiões dá a ideia que as personagens perdem um pouco a noção do objectivo principal, criando outros, e esse deverá ser o início para os restantes livros, pois várias hipóteses ficam no ar. Várias perguntas ficam sem resposta juntamente com a sensação que o melhor está para vir. O mundo e a intriga oferecem o que é necessário para termos aqui uma boa saga, mas só os próximos livros o poderão confirmar.

É claramente focado para o público feminino, mas em certos momentos o livro perde essa identidade, principalmente quando estamos com Tatiana, e portanto, apesar de ser aconselhado a um público feminino, qualquer pessoa apreciadora deste tipo de fantasia urbana poderá apreciar esta história. É um livro com falhas, principalmente porque não explica muito, mas no global é um empolgante início de saga e que me deu vontade de ler os próximos livros. Novo livro dentro de alguns meses!

Luís Pinto

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

HERESIA


Autor: S. J. Parris

Título original: Heresy



Inglaterra, 1583. Um país inundado pela paranóia e pela conspiração, mas um porto de abrigo para um monge radical em fuga. Giordano Bruno, com as suas teorias de astronomia, fugiu da Inquisição para a corte de Isabel I. Ali, atrai as atenções de Francis Walsingham, chefe dos espiões e inimigo dos conspiradores católicos. Bruno é infiltrado na universidade de Oxford, que se crê ser um antro de dissidentes franceses. Rapidamente Bruno dá por si envolvido nas intrigas do colégio universitário e distraído por uma bela jovem. Pouco depois, começa a investigar uma série de assassinatos horríveis, relacionados entre si por cartas com pistas. As cartas sugerem que as vítimas eram culpadas de heresia. Mas estará Bruno a ser ajudado ou induzido em erro, ou será ele o próximo alvo?


Este é um livro que faz uma boa mistura entre factos históricos e ficção, e que questiona a mistura da política com a religião. A partir desta base, temos um livro que nos traz como grande tema, pelo menos na minha opinião, uma questão muito interessante: será possível lutar contra a opressão usando ainda mais opressão?

A personagem principal, Giordano Bruno, está bem conseguida, e a forma como está estruturada ajuda o trabalho da autora, visto que ao não apresentar um grande talento para a investigação (apesar da sua enorme inteligência), tanto personagem quanto leitor, ficam na escuridão e, por vezes, apenas descobre coisas ao acaso. Quem esteja à espera de um Sherlock Holmes, não o encontrará aqui, pois esta personagem comete falhas que não parecem forçadas se tivermos em conta a construção da própria.

O início do livro é lento, sendo ao mesmo tempo, a parte com maior qualidade mas também a que menos agarra o leitor. O ritmo é pausado e nas primeiras páginas sentimos algum arrastar, principalmente porque a autora está a criar a base da história para depois acelerar. Podemos assim dizer, que se trata de um livro mais próximo do ritmo de Umberto Eco do que de Dan Brown.

A maioria dos diálogos estão bons (houve um ou outro momento que me pareceram forçados para adensar a trama ou algum tema em particular), e são essencialmente virados para as questões religiosas, principalmente nas interpretações da vontade de Deus. No entanto, todas estas questões servem apenas para tornar o livro mais completo, porque o objectivo principal de Giordano (e também do leitor) será descobrir o assassino.

Com esta busca, o final torna-se surpreendente e quando voltamos a pensar sobre todo o livro, torna-se muito bem conseguido. Alguns poderão não apreciar que tudo seja revelado de uma vez e não aos poucos durante o desenvolvimento do enredo, mas eu não desgostei. Nota-se ainda um bom conhecimento da autora sobre o período histórico (eu não sou perito em história e portanto a minha avaliação pode não ser correcta), tanto nos dilemas religiosos como nos políticos, mas também em pequenos pormenores, como são exemplo as cenas de tortura.

No global, Heresia (um livro que faz parte de um trilogia apesar de cada enredo ser independente), é um livro interessante e que cativará mais os leitores que não procurem acção frenética mas sim uma investigação mais pausada e num mundo mais sólido. Não é o melhor no seu género mas é uma leitura bastante agradável e que me prendeu principalmente pelo tema "opressão" que aqui é bem explorado. Sem dúvida que irei ler os próximos!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

DEUSES AMERICANOS


Autor: Neil Gaiman

Título original: American Gods



Vencedor dos prémios Hugo, Nebula, Locus, SFX Magazine, Geffen e Bran Stoker para melhor romance, este livro ganhou o que poucos conseguiram, e rapidamente se tornou no mais famoso livro deste autor.

A ideia básica deste livro diz-nos que os Deuses apenas existem enquanto acreditarmos neles. Sendo assim, os antigos, e quase esquecidos deuses, vivem entre nós, e tentam trazer fieis para a sua causa. Mas novos deuses estão a aparecer e a ser adorados por todo o mundo. Televisão, internet, media, trazem-nos todos os dias, os novos adorados das gerações adolescentes. Os deuses estão ultrapassados e já não são o exemplo de vida para ninguém.

No início este livro não será fácil, principalmente porque nada faz sentido. A personagem principal, Sombra, é um homem que acaba de sair da prisão e não tem nada ao que se agarrar (a mulher morreu e não tem família ou emprego). A partir daqui, Sombra será recrutado pelo Sr. Quarta-feira, que é na realidade, um deus (não revelarei qual). Sombra é um homem que não encaixa com o leitor comum. Desprovido de sentimentos (na maioria do livro) ou preocupações após a morte da sua mulher, não é fácil o leitor gostar de uma personagem que parece apática grande parte do tempo. A juntar a isto está o facto de a história não fazer sentido nas primeiras páginas. Parece sempre que falta algo a cada página.

Não revelando mais sobre a história, começo por dizer que Gaiman criou um conjunto fantástico de personagens. Quando digo isto, não estou a dizer que temos personagens que marcam o leitor ou que ficarão na memória por muitos anos... falo sim de um conjunto de personagens que encaixam na perfeição na história que Gaiman criou. Diversificadas e todas elas com segredos, o leitor irá captar pequenas dicas do autor sobre cada uma, e caberá a nós juntar as peças no início do enredo.

A história é uma crítica à sociedade e não um livro de fantasia cheio de acção, por isso não esperem brutais lutas entre deuses. Aqui não interessa quem é mais forte, apenas quem é mais adorado. Aliás, nesta "batalha" entre antigos e novos deuses, o livro nunca nos diz directamente quais devemos adorar (não nos diz quem são os bons e os maus), isto apesar de o nosso personagem principal estar de um dos lados da batalha, a verdade é que não existe uma linha que separe o bem do mal. E como tal, cada Deus terá o seu toque de misericórdia, mas também de crueldade. Interesses, imoralidade, convicções, fé... tudo isto dá qualidade às personagens.

Mas, como disse antes, este livro é uma crítica a esta actual sociedade que deixa novas gerações serem educadas pelos ídolos que nos aparecem na televisão e internet. Os pais biológicos já não são os educadores das actuais crianças, porque o mundo consome todo o tempo que a vida oferece. Agora os exemplos de vida são os intocáveis ídolos que os media nos impingem, e que nos fazem acreditar que um dia teremos aquelas vidas de sonho.

Como disse antes, acredito que este livro não agrade a todos, principalmente pelo seu início nublado e por algumas personagens não mostrarem sentimentos ou motivação (mas também aqui teremos uma crítica aos nossos tempos). No entanto, todo o livro acaba por fazer sentido e se olharmos para o "palmarés" de prémios desta obra, percebemos que existe qualidade, e muita! O final não é fácil de interpretar e cada leitor poderá retirar ideias diferentes. Eu retirei a minha lição e adorei. Para mim é um excelente livro, sem dúvida, e também o é para muitos outros leitores e críticos, porque ganhar tantos prémios não está ao alcance de todos. Merece ser lido!

Para mais informações, visitem o site da editora.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Selos para o Blog!


Nos últimos tempos recebi alguns selos de outros blogs e finalmente arranjei tempo para responder a estas iniciativas.

Em primeiro lugar, o selo "2013 Literário" que me foi oferecido pelos blogs:

Chaise Longue
O imaginário dos livros
rabiscos, rascunhos e limitada
Sonho de uma tarde de outono
Refém das letras





Aqui estão as regras:

1- Indicar um mínimo de dois livros que gostei de ler em 2012 (sem limite máximo);
2- Indicar pelo menos três livros que desejo ler em 2013 (sem limite máximo);
3- Indicar o nome e o link de quem ofereceu o selo;
4- Oferecer o selo a mais 10 pessoas para dar sequência a este projeto de incentivo à leitura.

Respostas:

1- A melhor forma de responder a esta questão é indicando este link onde falei um pouco sobre as melhores leituras que tive em 2012.

2- Em 2013 quero ler a trilogia Milénio, continuar com a saga O Mago (pelo menos um livro irá sair este ano), e ainda acabar a saga do O Regresso do Assassino e a história do grande Fitz.

3- feito em cima.

4- Assim que tiver tempo, indico os 10 blogs (a ser editado)





Recebi ainda um outro selo do blog Crónicas de Mirimë


Regras: 

Indicar 11 factos sobre mim
Responder às 11 perguntas que nos atribuiram
Nomear 11 blogs com 200 ou menos seguidores, e fazer 11 perguntas a esses blogs.


11 factos sobre mim:

1- Leio sempre antes de ir dormir
2- O primeiro livro que li foi "Os Cinco na Ilha do Tesouro"
3- Todos os dias sou acordado pelo meu cão
4- Sempre que não tenho um livro novo para ler, pego no O Senhor dos Anéis ou num Harry Potter
5- Fiz um interrail pela Europa, e foi fantástico
6- Tenho o sonho de um dia conseguir publicar livros que estou a escrever
7- Adoro gelados (como todo o ano)
8- Verão é a minha estação preferida
9- Este ano mascarei-me de Darth Vader
10- Nunca leio dois livros ao mesmo tempo
11- Gostava de ter mais tempo para o meu blog e também para visitar outros

Responder às 11 perguntas da Carla:


1)  Qual foi o livro que mais te marcou e porquê?
R: Não é fácil. O Senhor dos Anéis maravilhou-me pois nunca lera nada assim(li-o bastante novo e não conhecia ainda o poder da literatura), Harry Potter fez-me sonhar em criança e sonhei viver naquele mundo (e criou em mim o prazer de escrever), e O Clube de Combate alterou-me para sempre, pois a sua visão sobre o mundo é um soco que nenhum outro livro me tinha dado.
 
2)  Que género literário preferes?
R: Apesar de ler qualquer género, o fantástico é o meu preferido (fantasia e ficção-científica)
3)  O que mais te agrada numa leitura?
R: Uma boa história, um fim inesperado, e um livro que me faça pensar ou que me consiga enganar até ao momento da revelação.
4)  Se pudesses mudar o rumo da história de uma personagem, qual seria?
R: Salvaria Dumbledore
5)  Quem desejarias conhecer pessoalmente?
R: Roger Federer e J. K. Rowling. Se fosse uma personagem literária, seria Tomas da saga O Mago. Mas há muitas outras pessoas que gostaria de conhecer.
6)  Que impacto têm as histórias dos livros e filmes na tua vida?
R: Depende. Alguns tiveram um grande impacto, outras não.
7)  Se pudesses mudar o mundo, por onde começarias?
R: Pela fome. Não aceito que tal ainda exista.
8)  O que desejas para ti?
R: Saúde e felicidade.
9)   O que te inspira?
R: História de vida de algumas pessoas.
10)  Se tivesses uma pena molhada em tinta mágica, o que escreverias para que se tornasse realidade?
R: Hogwarts
        11)  O que te falta para seres feliz?
        R: Já sou feliz, mas há sempre qualquer coisa que falta para sermos ainda mais felizes.






A regra de nomear 11 blogs com menos de 200 seguidores não será fácil, e assim que tiver mais tempo, nomeio-os e faço a perguntas (parte a ser editada).


Muito obrigado a todos os que se lembraram do meu blog no momento de oferecer selos. Fiquei mesmo muito feliz por se lembrarem do meu blog!

Em princípio, no fim de semana também irei nomear os blogs e não vai ser tarefa fácil. Continuem com estas iniciativas que são sempre bem vindas para promover a leitura, e contem comigo!!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O REI VEADO


Autor: Marion Zimmer Bradley

Título original: The Mists of Avalon - Book Three: The King Stag



Este terceiro livro da saga As Brumas de Avalon é, provavelmente, o que mais gostei até agora. Em termos de qualidade, está ao nível dos anteriores, e cada vez mais sinto que, ao ler esta saga, estou a ler um único livro, onde a qualidade e ritmo são constantes, a forma narrativa está igual e nada parece forçado ou arrastado.

O que me faz gostar mais deste livro são os temas que agora têm o controlo da história. A autora continua a tocar, sem qualquer receio, em temas controversos, como a religião, a manipulação de massas ou a homossexualidade, tudo isto misturado numa invisível hipocrisia, que por vezes, nem o leitor descortina à primeira. Este é ainda, o livro onde o fanatismo religioso ganha maiores contornos, cegando as personagens e desculpando os seus atos e ignorância. A esta fórmula ganhadora junta-se agora a dúvida de algumas personagens sobre os seus atos e motivos, e por isto tudo, digo que é impossível para mim dizer se este livro é melhor ou pior que os anteriores (pois todos são muitos bons), mas foi o meu favorito.

As personagens continuam fantásticas e Morgaine volta a ser genial, e, para além de nos fazer pensar, também nos ilude, tornando a leitura melhor. No entanto, estes pequenos pormenores ajudam a demonstrar um dos grandes trunfos desta saga: as personagens são reais, têm falhas, têm vergonha e têm medo, e esta história nunca seria tão marcante se não estivéssemos perante um grupo de personagens bastante credível e que nos deixam uma mistura de sentimentos.

Gwen e Arthur são o ponto central deste livro, e facilmente consigo gostar do Rei e detestar a Rainha. Não é difícil perceber no que estas personagens se tornaram, nem porquê. Existe uma forte luta entre religiões que incendeia a política, mas principalmente a mente e os objetivos das pessoas. Fazer a vontade de Deus poderá ser a mais fácil desculpa para muito do que se faz, mas isso dependerá da forma como usamos essa desculpa. Onde está afinal o limite? Será que temos consciência que estamos a usar a religião apenas como uma desculpa para implementar a nossa vontade?
Em termos psicológicos, Arthur é quem demonstra ao autor esse limite, sendo a personagem que questiona a sua vida por não estar preso a fanatismos. E com ele vemos que cada homem, em algum momento da sua vida, questionará o que deixou neste mundo e também as razões para muito do que fez.

Apesar de num ou noutro momento sentir que a autora poderá ter exagerado na forma como o homem é demasiado fraco dentro do jogo de intrigas, e que o seu lugar na corte se deve apenas à força física, percebo que o mundo e todo o seu contexto leve a tal ideia. É verdade que gostava de ver um homem a ter a capacidade de andar pelos bastidores e jogar as suas cartas, mas este é, um livro onde a luta pela moralidade e religião imperam, e um homem que passou uma vida apenas a olhar para a guerra, não consegue criar a teia de interesses para sobreviver neste mundo.

Falta-me apenas um livro para terminar esta fantástica saga e por isso vou deixar uma melhor apreciação para o fim. Para já, vou vendo onde a história me leva, mas novamente a ideia persiste: esta saga é consistente, onde mundo, personagens, diálogos e história, estão ao mesmo nível (altíssimo), dando uma sensação de plenitude que poucas sagas oferecem. E por isso estamos perante uma saga tão famosa no seu género.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

UMA CASA DE FAMÍLIA


Autor: Natasha Solomons

Título original: The novel in the viola


Na primavera de 1938, a ameaça nazi paira sobre a Europa.

Em Viena, a família Landau vê desaparecer muitos dos seus amigos e teme pela sua segurança. Decidem fugir do país mas não poderão partir juntos. Elise, a filha mais nova, é enviada para Inglaterra, onde a espera um emprego como criada de uma família aristocrática. É a única forma de garantir a sua segurança. Para trás deixa uma vida privilegiada.


O que me agradou neste livro foi a sua base de partida e não me desiludiu. Esta obra é sobre o início da Segunda Guerra Mundial e como uma parte da sociedade tentou adaptar-se sem saber o que estava para vir. Os Judeus tentam manter-se em segurança, a restante sociedade não sabe como os encarar, se os deve ajudar ou manter-se afastada. Como sempre, uns preocupam-se, outros não.

O livro apresenta um ritmo que oscila. Por vezes é rápido, por vezes é lento, mas no global é um livro que vai acelerando enquanto a história se desenrola e os locais ficam na nossa memória. Olhando ainda para a escrita da autora, não se trata de uma prosa fascinante mas consegue "oferecer-nos" a história com qualidade e facilmente sentimos o que a autora nos tenta transmitir. Esta qualidade está, essencialmente, presente nas descrições de locais, e sentimos que estamos presentes no mundo que a autora descreve.

Elise é uma personagem principal bem construída, e é com ela que o livro ganha uma forte carga emocional por nos aproximarmos de uma rapariga que perdeu tudo e deixou para trás tudo o que conhecia, procurando apenas a sua sobrevivência, e torna-se fácil simpatizar com esta personagem. Menciono ainda os pais de Elise, que apesar de estarem ausentes do centro narrativo, dão um forte contributo à história com pequenas ideias e simbolismos quase sempre presentes.

A ideia base é, como já tinha dito, muito interessante, e está bem conseguida. No entanto, também devo assinalar que a autora junta um toque de preconceito (sobre as origens das pessoas) que me agradou, e que dificultam toda uma vida que já não se apresenta fácil. Ainda dentro da visão de cada pessoa, vemos várias "visões" sobre a guerra. Uns admiram os heróis, outros choram os mortos, mas aqueles que voltam e são aplaudidos, conseguem apagar da memória da generalidade do povo a morte dos restantes, e novamente vemos que, na maioria das vezes, apenas choram os que são próximos. Os outros rapidamente esquecem.

O final foi, provavelmente, o que menos me agradou. Percebo a decisão da autora e, olhando para toda a história, a base foi construída para que este final fosse possível, e de certeza que muitos leitores gostarão da forma como a autora acabou estas páginas.

Tentando não revelar nada, esta opinião é sobre um livro que não está no topo do seu género mas que é um bom livro. Tem pormenores de grande qualidade e quem goste do género ou do tempo em que a história se passa (início da Segunda Guerra Mundial), terá aqui uma boa escolha, assente numa história de amor e solidão, onde várias personagens ficam na memória. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Passatempo: Jamie Oliver - vencedor!


PASSATEMPO

Jamie Oliver
Refeições em 15 minutos


Chegou ao fim mais um passatempo, desta vez um bem diferente, pois oferecemos um livro de receitas!

Obrigado a todos os que participaram e divulgaram este passatempo, e se não ganharam, desejo-vos boa sorte para a próxima!

E o vencedor é:

Carlos Henriques Sousa

Parabéns ao vencedor!

Mais passatempos em breve! Continuem a participar e boa sorte!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

OS DILEMAS DO ASSASSINO


Autor: Robin Hobb

Título original: Golden Fool: Book 2 of The Tawny Man




Após ter lido o primeiro livro desta nova saga (O Regresso do Assassino), e de ter sido, na minha opinião, o melhor livro da autora neste mundo de fantasia, havia o problema de as minhas expectativas estarem muito altas.

A verdade é que o livro sofre com a sua divisão ao meio, não em termos de qualidade, mas em relação a momentos marcantes. No global, este livro tem a mesma qualidade que o anterior: personagens coerentes, bons diálogos, boa intriga (bem estruturada e montada nos momentos certos) e os pensamentos de Fitz a moldarem a narrativa e seu ritmo. No entanto, ao estar dividido (não que eu condene a divisão) este livro torna-se exclusivamente no criar de uma nova intriga, e para a desvendar, teremos de ler o próximo.

A história começa onde acaba o anterior e agora Fitz terá de se adaptar a uma nova realidade enquanto sofre as recentes perdas. A partir desta base estaremos perante, tal como o título indica, os dilemas de Fitz sobre vários temas: a forma como educará Zar, o treino com o Príncipe, o seu novo papel na corte, etc... (não vou revelar mais, mas existem mais alguns dilemas que seguramente ajudarão a agarrar o leitor até ao fim da saga).
Com esta carga mais emocional, e com menos ação, o ritmo do livro volta a baixar tal como a autora já tinha feito na saga anterior, em que o segundo livro é a definitiva construção da base na qual o resto da saga se irá apoiar.

Sendo assim, este criar da intriga pode ser menos viciante, mas será, certamente, muito importante para o futuro, e isso será notório quando mais tarde olharmos para certas personagens e também culturas (a noiva do príncipe e a sua cultura deverá ser o exemplo mais marcante). 
Falando ainda sobre culturas, a autora, uma vez mais, expande o seu mundo, dando a cada livro uma visão mais alargada sobre este mundo onde estão os Sete Ducados. Para já, e apesar de pouco ter sido revelado, o pouco que se nota de novo, identifica-se como algo diferente do que foi apresentado até aos livros anteriores, e a sensação de repetição não existe.

Um dos aspetos mais interessantes é o desvendar de algum do passado dos dragões e também da personagem Bobo. Por um lado, temos uma nova visão sobre o aparecimento e o desaparecimento dos dragões, que nos ajuda, não só a tentar adivinhar o que está para vir, mas principalmente a perceber alguns fatores que ficaram por esclarecer na saga anterior, e este detalhe ajuda a juntar ainda mais as sagas. E por outro lado temos o Bobo... sempre reservado e calculista, esta personagem raramente responde diretamente, e como tal, raramente temos uma resposta definitiva. Sendo assim, qualquer informação sobre o passado deste personagem é imediatamente absorvido pelo leitor, desejoso de saber mais sobre este amigo de Fitz, e neste aspeto, este livro é talvez o que mais informações dá, sem dar nenhuma em concreto, e como tal, podemos dizer que este livro cria mais perguntas do que responde e nos mostra que ainda existirão muitas revelações!

Por último, uma pequena referência para o desvendar (finalmente) da personalidade de Breu. É verdade que não temos muito, mas nota-se que a autora quer aproximar o leitor desta personagem, talvez para mais tarde criar um momento de maior carga emocional, mas é claro que a história ganha com o aprofundar de mais uma personagem da qual sabemos muito pouco.

Com Fitz a amadurecer e a autora a manter a qualidade que nos habituou, esta saga prende-me como poucas conseguem. Muitas perguntas ficam no ar e não existe nenhuma revelação conclusiva, existindo sim, várias "dicas" por parte da autora ao nos mostrar que certa noção está errada, ou certo diálogo não nos mostrou tudo o que deveríamos saber. 
Há várias personagens novas (estou bastante curioso em relação a algumas), todas elas de culturas diferentes, e as últimas páginas iniciam acontecimentos que, certamente, me farão ficar colado às próximas páginas.

Para já, há muito que gostaria de dizer sobre este livro mas guardarei para o próximo. O que posso dizer é que Robin Hobb escreveu uma saga que me prende como poucos conseguiram, e é a par de sagas como O Mago e A Guerra dos Tronos, uma das poucas que me faz querer ler imediatamente o próximo. Não se destaca em nenhum dos aspetos mais importantes da fantasia (personagens, mundo, magia, etc...), mas no global, está muito acima da média! 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Do livro à tela: várias adaptações 2

DO LIVRO À TELA

2º bloco de textos



Hoje trago-vos mais uma compilação de textos sobre adaptações que fiz na minha rubrica "Do Livro à Tela" no site Magazine HD.



Foi um final de ano com várias adaptações e que se tornaram em grandes filmes, cheios de nomeações e sucesso nas bilheteiras. 

Ficam aqui os links de cada opinião.


Dêem-me as vossas opiniões!










  





 

  E para 2013, que adaptações querem ver?

Digam as vossas sugestões!