quarta-feira, 12 de novembro de 2014

DEI-TE O MELHOR DE MIM


Autor: Nicholas Sparks

Título original: The best of me




Sinopse: Na primavera de 1984, dois adolescentes norte-americanos, Amanda Collier e Dawson Cole, envolvem-se na intensa vivência do primeiro amor. Apesar de pertencerem a mundos diferentes na pequena cidade de Oriental, na Carolina do Norte, o seu amor um pelo outro parece-lhes suficientemente poderoso para enfrentar todos os desafios. Mas quando o verão de seu último ano da escola secundária chega ao fim, acontecimentos imprevistos colocam os dois jovens em trajetos irremediavelmente divergentes. Vinte e cinco anos mais tarde, a morte do único amigo que os protegera reúne-os de novo na cidade natal. Confrontados com dolorosas memórias e um sentimento que se revela intacto, que sentido dar agora a um amor que nunca poderia mudar o passado?



Quando comecei a ler este livro não sabia bem o que pensar. A base, já tantas vezes usada, mostra um romance entre dois adolescentes: a jovem rica e o rapaz pobre e rebelde. A primeira questão que me assaltou a mente foi: porque é que nunca é o rapaz rico e a rapariga rebelde? Deixando para trás esta questão, deixei que Sparks fizesse o que sabe fazer melhor: tentar levar o leitor para um estado emocional em que seja impossível parar de ler, tal é a vontade de que tudo corra bem neste enredo. Apesar de, no meu caso, raramente resultar, não posso deixar de dar os parabéns a Sparks pela forma como escreve, levando sempre a nossa atenção para os sentimentos, sacrifícios e amores que cada personagem nos pode demonstrar.

No entanto, e apesar de rapidamente simpatizar com a paixão entre Amanda e Dawson, é Tuck quem "rouba o show" sendo, ao mesmo tempo, a personagem mais bem conseguida e também a mais fácil de gostar. Tuck, no pouco tempo de antena que tem, é, provavelmente, uma das melhores personagens que Sparks já criou.  E é Tuck o catalisador de uma história que tem momentos previsíveis, e outros que me surpreenderam.

Todavia, o que mais marca este livro é o facto de existir um momento a partir do qual se torna difícil "torcer"por este casal que agora se reencontra. Esse momento é quando vemos que Amanda é casada e tem filhos. A partir daqui este casal ao unir-se, acabará com outra família. Aqui acredito que os leitores se dividam entre várias finais possíveis que cada um irá criar. Eu, talvez por conhecer o autor, criei na minha mente um final possível saído da mente de Sparks e acertei na maioria dos acontecimentos, o que me deixou com a sensação que apesar de bem pensado, o final é previsível se estudarmos os anteriores livros do autor. Todavia, este é um risco que qualquer leitor carrega, o de adivinhar o final. Existiram outros momentos que não apreciei, principalmente uma questão "paranormal" que para mim não faz sentido, mas também apreciei outros momentos em que acho que o autor arriscou e bem para criar momentos marcantes dentro do género. 

O que Sparks consegue neste enredo é dividir os leitores, levá-los a questionar o que fariam caso fossem Amanda ou Dawson. Existirá amor como o primeiro? Conseguiremos viver sempre a pensar "e se..."? O que estamos dispostos a abdicar?

Sparks oferece um livro dentro do seu estilo. Emocionalmente intenso, sempre com o intuito de nos aproximar das personagens para que, sem querermos, comecemos a sofrer com elas, Sparks apenas peca em alguns momentos mais mornos, nos quais a intensidade diminui bastante para que seja descrito um momento que pouco oferece à história. Estes momentos serão o único problema de um livro que consegue ser exatamente o que o leitor estará à espera quando o adquirir. É, tal como todos os livros do escritor, direcionado para o público feminino, por ser um livro mais emocional, mais apaixonado e que pretende deixar um nó na garganta de quem o ler. 

Se gostam do autor, este é mais um livro ao nível do que Sparks já apresentou e com o qual conquistou o mundo.

Luís Pinto

2 comentários:

  1. Oh, quero tanto ler este livro e agora ainda fiquei com mais vontade!

    Olá Luís. Eu sei que este não é o teu género mas gosto da forma como falas sobre o livro. Estou muito curiosa. Parabéns pela crítica.

    Beijinhos

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  2. Olho para este texto e vejo uma análise muito objetiva e que me agradou. Sou uma fã de Nick Sparks e vejo os problemas que mencionaste. Não estava a pensar comprar este livro para já mas deste-me vontade de o ler antes do natal. Arriscarei e informo-te se gostei. Bjjs

    Teresa

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