quarta-feira, 8 de novembro de 2017

VIDAS FINAIS


Autor: Riley Sager

Título original: Final girls




Sinopse: Há dez anos, Quincy Carpenter, uma estudante universitária, foi a única sobrevivente de uma terrível chacina numa cabana onde passava o fim de semana com amigos. A partir desse momento, começou a fazer parte de um grupo ao qual ninguém queria pertencer: as Últimas Vítimas.
Desse grupo fazem também parte Lisa Milner, que perdeu nove amigas esfaqueadas na residência universitária onde vivia, e Samantha Boyd, que enfrentou um assassino no hotel onde trabalhava. As três raparigas foram as únicas sobreviventes de três hediondos massacres e sempre se mantiveram  afastadas, procurando superar os seus traumas. Mas, quando Lisa aparece morta na banheira de sua casa, Samantha procura  Quincy e força-a a reviver o passado, que até ali permanecera recalcado.
Quincy percebe, então, que se quiser saber o verdadeiro motivo por que Samantha a procurou e, ao mesmo tempo, afastar a polícia e os jornalistas que não a deixam em paz, terá de se lembrar do que aconteceu na cabana, naquela noite traumática.
Mas recuperar a memória pode revelar muito mais do que ela gostaria.


Este é um daqueles thrillers que começa bastante devagar, criando ambiente, cimentando a base da intriga e apresentando os personagens. Com um ritmo mais baixo do que o normal para os thrillers, desde cedo o livro nos demonstra que algo está mal. Falta informação e algumas personagens podem estar a mentir. É nesse caminho que o livro se desloca, acabando por se tornar mais num thriller psicológico do que inicialmente parecia.

Na segunda metade o livro acelera, ganhando a intensidade necessária para nos agarrar, mas sem nunca deixar para trás aquela sensação sombria de suspense em que esperamos que algo aconteça a cada página. Pelo meio, alguns momentos forçados e outros que me surpreenderam, com revelações bem construídas, inteligentes e coerentes. Gostei também de alguns diálogos, criados para aumentar o suspense ou para nos fazer duvidar de certas personagens. Durante grande parte da narrativa, o autor tenta levar-nos por vários caminhos ao mesmo tempo, para que cada leitor crie as suas próprias teorias mas sempre com a noção de que provavelmente não estaremos a ver todos os cenários possíveis.

Com um ritmo final forte, gostei da forma como o livro termina. É interessante ver que no fim do livro, o enredo empurrou-me ferozmente mesmo tendo em conta que nenhuma personagem me levou a criar uma grande ligação emocional. Globalmente, este é um livro em crescimento, tanto de ritmo, como de maturidade, que mistura uma boa carga psicológica com uma constante sensação de suspense que agradará aos fãs do género. Não é uma obra prima, mas tem elementos que ao serem misturados tornam esta leitura empolgante e que merece ser lida pelos fãs do género. Pelo meio alguns temas interessantes que gostava que o autor tivesse explorado ainda mais, mas que claramente acabariam por abrandar o ritmo do livro.

Luís Pinto

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