quarta-feira, 12 de setembro de 2018

CHARLATÃES


Autor: Robin Cook




Sinopse: Célebre pelos seus avanços na medicina, o hospital universitário de Boston tem diversas «salas de operações híbridas do futuro». Os tratamentos são mais bem-sucedidos e os riscos muito reduzidos. É por isso um choque quando um erro de anestesia durante uma operação de rotina resulta na morte do paciente. O Dr. Noah suspeita de William Mason, um cirurgião de renome internacional, narcisista e snobe. Mas Mason põe todas as culpas na anestesista Ava London.
Quando começam a surgir mais mortes associadas a erros nas anestesias, Noah é obrigado a investigar todo o seu pessoal médico, incluindo Ava, que pode muito bem não ser quem parecia ser. Mas, sobretudo, é preciso descobrir o culpado antes que mais mortes sucedam. 


Confesso que nunca li nenhum livro de Robin Cook, o famoso escritor de thrillers sempre passados no mundo da medicina. Quando li esta sinopse achei que poderia estar aqui a oportunidade para finalmente ler algo deste autor, e gostei do que li.

Em primeiro lugar, por nunca ter lido nada do autor, não consigo ter noção se este é, ou não, um dos seus melhores trabalhos. Contudo, apreciei bastante a sua escrita, a forma como explora personagens e história, levando-me por um mundo que nunca vi explorado em ficção, apenas em livros de não-ficção. Posto isto, é preciso dizer que rapidamente o livro me agarrou com várias suspeitas em cima da mesa sobre alguns personagens.

Gostei da forma indireta como o autor me fez suspeitar de algumas personagens e da atmosfera que foi criada desde o início, sempre com alguma desconfiança, sempre com a sensação que o que movia este enredo era a ganância dos personagens. Com isto sempre presente, o livro avança a bom ritmo e são várias as vezes em que tenta enganar-nos. Numas vezes conseguiu, noutras nem por isso, talvez porque alguns truques aqui usados em termos linguísticos já forma usados noutros livros e se estivermos atentos percebemos o truque. No entanto, o livro está montado de forma inteligente, criando flutuações na forma como vemos algumas personagens e com isso o enredo ganha qualidade e a atmosfera adensa-se.

É verdade que achei alguns momentos mais forçados, mas no global é um livro coerente, bastante sustentado pelas personagens, pelos seus passados, medos, traumas, objetivos, sonhos, etc... é, maioritariamente, um livro sobre a mente humana, sobre aquilo a que damos valor e à forma como vemos o mundo e as pessoas à nossa volta. E, aos poucos, torna-se arrepiante, quase aterrador, graças à escrita do autor que me pareceu tão suave e realista em certos momentos que me fez criar uma boa ligação com a narrativa. Pelo meio, personagens interessantes e a clara sensação de contra-relógio. Se gostam de thrillers, este livro é uma boa escolha, principalmente para quem se interessar pelo mundo da medicina. Apesar de não ser um marco no género thriller, fiquei com curiosidade de ler mais livros do autor.

Luís Pinto



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