domingo, 14 de agosto de 2016

OS GENERAIS


Autor: Simon Scarrow

Título original: The Generals





Sinopse: Descubra a história que levou à invasão de Portugal pelas forças de Napoleão.

Napoleão Bonaparte e Duque de Wellington. Dois gigantes da História e um mundo pequeno de mais para os abarcar. Corre o ano de 1796 e tanto Arthur Wellesley (mais tarde conhecido por Duque de Wellington), como Bonaparte estão a deixar a sua marca como homens de reconhecido génio militar.
Comandante do 33.º Regimento de Infantaria, Wellesley é enviado para a Índia, onde as suas habilidades e coragem impressionam grandemente os seus superiores. No papel de comandante do Exército de Itália, Napoleão Bonaparte trava batalhas com sucesso e alcança uma rápida evolução política. Em 1804 proclama-se Imperador de França e ambiciona conquistar toda a Europa. Chegou o tempo para o futuro Duque de Wellington enfrentar Napoleão num combate épico que abalará o mundo e ficará registado para sempre na História.



Apesar de ser o segundo livro da saga que se foca em Napoleão e Wellesley, este é um livro que se lê bem de forma isolada, não sendo necessário ler o livro anterior. Claro que ler o livro anterior poderá melhorar esta leitura, mas a verdade é que eu não o fiz e foi na mesma uma boa leitura.
Este é o primeiro livro que leio do Scarrow fora da saga da Águia e apesar de se notar que se trata do mesmo autor, também se nota que existe aqui um esforço para contar a história de forma diferente. Na saga da Águia o autor foca-se nos personagens e na parte emocional dos mesmos, levando o leitor a sentir uma ligação e a preocupar-se. Aqui o foco é mais académico, levando a que o livro ganhe em conhecimentos mas a perder na emoção e interesse que poderá proporcionar à generalidade dos leitores.

Focado em Napoleão e  Wellesley, esta foi uma boa leitura para ganhar conhecimentos sobre uma época e duas personalidades sobre as quais sabia pouco. Neste aspeto o livro é fantástico, e devemos aplaudir a muito boa investigação histórica que o autor terá feito. O seu conhecimento é impressionante, resultando na sensação de que a cada página estamos a aprender algo sobre algo ou alguém. Tal nota-se ainda mais nas batalhas que o autor descreve com um detalhe de assinalar. É fácil visualizar o que está a acontecer e quase que estamos perante um estudo académico. Infelizmente, ao aumentar o detalhe e ao dar tanto conhecimento ao leitor, a emoção perde-se, porque o ritmo do livro é sempre baixo.

Outro aspeto muito positivo está no enorme contraste entre os dois personagens principais. O autor explora as diferenças de mentalidade política, religiosa e militar, mas também nas diferentes formas como Napoleão e Wellesley se dão com outras pessoas, quer aquela que conhecem na rua, ou o mais fiel amigo. Tal contraste está muito bem conseguido, mas, novamente, o ritmo do livro é penalizado.

Esta é uma daquelas obras que quando acabamos de ler sentimos que aprendemos bastante. Os conhecimentos que o autor nos dá estão em cada página e o interesse da leitura esteve nesse aspeto. A história perde por não ser o foco da nossa atenção, e o ritmo baixo não ajuda. Num olhar crítico este é um dos melhroes livros do autor, mas de um ponto de vista de um leitor que procure algo mais emocionante, aqui o livro não consegue estar ao nível do que o leitura me habituou na saga da Águia. Gostei deste livro e aprendi bastante, mas acredito que será muito mais apreciado por quem queira aprender sobre o tema principal e não por quem procura um bom livro de ação nos tempos medievais. 

Luís Pinto

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