terça-feira, 22 de julho de 2014

QUEM AMA ACREDITA

 
Autor: Nicholas Sparks

Título original: True believer

Sinopse: Jeremy Marsh vive em Manhattan, onde a sua reputação como jornalista científico é irrepreensível. Cético por natureza, deleita-se a desmascarar falsos médiuns, cultos religiosos fraudulentos e terapias duvidosas. No dia em que chega a Boone Creek, uma pequena e pitoresca cidade na Carolina do Norte, Jeremy está seguro de que o mistério das fantasmagóricas luzes no cemitério local tem uma explicação racional. Lexie Darnell adora Boone Creek, onde trabalha como bibliotecária. Disposta a dar a conhecer a magia da cidade, ela acompanha Jeremy nas suas investigações. Lexie e Jeremy não podiam ser mais diferentes e, contudo, os sentimentos que os unem são intensos e verdadeiros. Jeremy sabe que a sua estadia em Boone Creek tem um prazo, findo o qual regressará à sua amada Nova Iorque. Por seu lado, Lexie sente que nunca será feliz numa cidade grande. O futuro da relação é impossível. A não ser que a realidade prove não ser tão racional assim... 


 
Nicholas Sparks tem um estilo característico e que deu resultados. As vendas assim o demonstram. Todavia, apesar de não ser um grande conhecedor da obra do autor, facilmente percebo que este é o livro mais singular que li de Sparks. É o livro mais soft mas, principalmente, o mais alegre. Sparks é um autor que gosta de transmitir sentimentos aos seus leitores, com momentos mais fortes ou tristes, mas aqui, apesar de esses momentos existirem, o livro é mais alegre mas também aquele que mais me fez desconfiar de um final feliz, pois parecia que nunca poderia ser coerente.

O facto de ser um livro alegre também se nota nas personagens principais, estas duas pessoas que, como sempre, trazem algo do passado que as definiu para sempre. Sparks costuma criar as suas personagens tendo como base um ou mais momentos do passado e aqui não é diferente. É neste facto que o autor sempre cria a base realista das suas histórias para depois avançar com um enredo onde qualquer final é possível mas que terá sempre a tendência de ser bastante emocional.

Sparks usa a sua escrita simples e rápida, dando foco ao que é importante para a construção de cada personagem, principalmente porque muitas das personagens do autor são obrigadas a tomarem decisões complicadas e a construção da mesma ajuda a percebermos essas decisões. E neste livro é o que temos. Personagens construídas tendo como objetivo explicar certos momentos, alguns mais previsíveis, outros mais surpreendentes, e que ajudam a desenvolver o enredo ao ritmo que se pede num livro destes.

O que difere Sparks, e o seu êxito, de outros autores são esses momentos do passado que Spark dá a cada personagem. São esses momentos traumáticos do passado que nos definem, e se por vezes parecem exagerados ou lamechas, a verdade é que a própria realidade não está muito longe. E assim os leitores identificam-se. No meu caso, este género de livros demora a "agarrar-me", mas quando as personagens são bem construídas tudo é mais fácil. Neste caso, este não é o melhor livro de Sparks, mas o seu toque mais alegre levou-me a ler com o ritmo mais elevado do que costumo ter neste género.

Este é mais um livro rápido para umas tardes de verão em que não queremos ler nada muito complexo. Os seus fãs irão gostar, novamente, e eu volto a perceber a facilidade com que Sparks conquista os seus leitores apesar de alguns diálogos ainda parecerem um pouco forçados para seguirem um certo caminho. Não é o seu melhor livro, mas é mais um livro ao seu estilo e ao nível que nos habituou, sendo o fator decisivo para adorar o enredo a possibilidade de nos identificamos ou não com as personagens. Se gostam de Sparks, este é mais um livro que irão gostar e de certeza que será um sucesso entre os fãs.

Luís Pinto

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