quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

PECADOS SANTOS


Autor: Nuno Nepomuceno




Sinopse: Nas comunidades judaicas de Londres e Lisboa, ocorre uma série de homicídios, todos eles recriando episódios bíblicos. Atos bárbaros de antissemitismo ou de pura vingança? Um rabino é encontrado morto numa das mais famosas sinagogas de Londres. O corpo, disposto como num quadro renascentista, representa o sacrifício do filho de Abraão, patriarca do povo judeu. O caso parece ficar encerrado quando um jovem professor universitário a lecionar numa das faculdades da cidade é acusado do homicídio. Descendente de portugueses, existem provas irrefutáveis contra si e nada poderá salvá-lo da vida na prisão.
Mas é então que ocorrem outros crimes, recriando episódios bíblicos em circunstâncias cada vez mais macabras. E as dúvidas instalam-se. Estarão ou não estes acontecimentos relacionados? Poderá o docente vir a ser injustamente condenado? Porque insistirá a sua família em pedir ajuda a um antigo professor, ele próprio ainda em conflito com os seus próprios pecados? As autoridades contratam uma jovem profiler criminal para as ajudar a descobrir a verdade. Mas conseguirá esta mente brilhante ultrapassar o facto de também ela ter sido uma vítima no passado?



Como alguns de vocês poderão saber, tive o prazer de apresentar este livro juntamente como Nuno Nepomuceno, a Sofia Teixeira e a Vera Brandão, duas das melhores bloggers de literatura do nosso país. Foi uma apresentação divertida e agradável na Fnac do Colombo e espero que tenha ajudado a dar a conehcer um bom livro português. Foi a segunda vez que apresentei um livro de Nuno Nepomuceno e aproveito para lhe agradecer a honra e a confiança que me deu para apresentar algo que certamente será tão importante para ele.

Agora, uso aqui o meu humilde espaço para falar um pouco sobre este livro, que considero o melhor trabalho do autor até hoje. Em primeiro lugar, este é um livro que se pode ler isoladamente, mas aconselho a leitura do livro anterior, A célula adormecida, para uma melhor compreensão das personagens. Aproveitando o desenvolvimento do livro anterior, o autor não necessita de apresentar as personagens principais na sua totalidade, mas quem nunca tenha lido o livro anterior não se sentirá perdido.
 
O que mais apreciei nesta obra foi o facto de ser diferente do que esperava, sendo muito mais um thriller psicológico e menos um livro de espionagem, apesar de presente. O autor foca-se no passado de algumas personagens para dar a densidade necessária ao enredo e à trama, sendo que estão aí, no passado, muitas das revelações mais importantes e que são o motor da narrativa.
 
O autor foca-se, mesmo que indiretamente, no passado das personagens, e em como o que nos aconteceu nos molda, mais ou menos, para sempre. Não podemos, nem devemos, fugir ao nosso passado. E essa é uma das mensagens do livro. Pelo meio, intriga, mortes, surpresas e muita pesquisa histórica. Aliás, é preciso elogiar o trabalho de pesquisa do autor e principalmente a forma como nos dá a informação necessária para percebermos o que envolve o erendo, quer seja em termos políticos, quer sociais ou religiosos, sendo que a religião é o grande tema a ser explorado neste enredo. É um livro com o qual aprendi bastante.
 
Para mim este é o melhor livro do autor porque tem a melhor estrutura e ritmo. O livro está bem pensado e estruturado, surpreendendo no fim e deixando pontas soltas para um próximo. Claro que tem falhas, tem momentos que antevi e outros momentos mais forçados, mas no geral é um livro muito bem conseguido. O que me agrada em Nuno Nepomuceno é a forma como tenta sempre fazer algo diferente, não se fixando numa fórmula igual ao livro anterior. É esta constante inovação que me agrada e que me faz querer ler os próximos. Se gostam de thrillers com um toque de Lisboa pelo meio, então este é um livro a ler. Sem dúvida.
 
Luís Pinto
 
 
 

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