quarta-feira, 8 de junho de 2016

O QUINTO EVANGELHO


Autor: Ian Caldwell

Título original: The Fifth Gospel



Sinopse: Uma semana antes da inauguração de uma exposição de arte nos museus do Vaticano, Ugo Nogara, o curador responsável, é encontrado morto em Castel Gandolfo. A polícia papal não consegue descobrir o autor do crime. E o padre Alex Andreou, amigo do curador assassinado, decide investigar por conta própria.
Para encontrar o homicida, tem de desvendar o segredo do curador - a verdade dos evangelhos acerca da relíquia sagrada mais controversa e misteriosa do Cristianismo. Porém, quando começa a compreender os contornos da morte de Ugo Nogara, e as suas consequências para o futuro das Igrejas Católica e Ortodoxa, o padre Alex apercebe-se de que também corre perigo. 



Já lá vai quase uma década desde que li A Regra de Quatro (Caldwell é co-autor), e confesso que já não me lembro de todos os detalhes. No entanto tenho algumas noções que se podem comparar com este livro.

Em primeiro lugar este livro é mais lento, mais informativo. Caldwell transforma o seu ritmo numa montanha russa, em que certos momentos aceleram bastante, mas noutros abranda demasiado para dar algumas informações que quase parecem repetitivas. Nota-se que o autor tenta oferecer o máximo de informação possível sobre alguns aspetos ligados à religião e ao Vaticano, mas por vezes parece exagerar. No entanto, é também desta aprendizagem que vamos tendo que aparece o trunfo do livro: o contraste entre o lado mais conhecido da Igreja Cristã e o lado mais Ortodoxo. Este contraste é uma adição muito interessante, pois temos formas diferentes de se olhar para a mesma religião e, principalmente, formas diferentes de se viver perante uma crença. 

No entanto, este livro é um thriller e é a mistura de suspense e segredos desvendados que faz o enredo avançar. Enquanto narrativa, o autor consegue manter um bom suspense apesar de alguns momentos serem mais óbvios. Não é fácil avançar para um livro neste tema, pois muito já foi lido. Não é fácil surpreender. Tendo isto em conta, a segunda parte do livro é um pouco mais óbvia mas também consegue agarrar mais o leitor, pois cria-se uma ligação com a personagem principal e também começa-se a adensar uma questão muito interessante sobre algo que aconteceu no início.

Olhando para o livro como um todo, este é um interessante thriller que agradará aos fãs do tema religioso. Gostei das personagens e apenas peca por um ritmo inconstante e por alguns momentos que não têm grande impacto. Por outro lado, o contraste das personagens está muito bem conseguido e o trabalho de investigação nota-se, levando o leitor a aprender bastante. Se apreciem o género e o tema, então é um bom livro para este verão, e mesmo não sendo fantástico ou inovador,  vai agarrar-vos até ao fim.

Luís Pinto

2 comentários:

  1. Pedro Ferreirajunho 08, 2016

    Este é o meu género de livros e tenho lido alguns que tens recomendado. Este não conhecia mas talvez ainda vá a tempo de o comprar na feira.

    Boas leituras a todos

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  2. Gostei desta opinião sincera e fiquei com muita curiosidade. Continuação de bom trabalho.

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