sexta-feira, 11 de março de 2016

ANTÓNIO E CLEÓPATRA


Autor: Adrian Goldsworthy

Título original: Anthony and Cleopatra




Sinopse: Marco António, o homem mais poderoso de Roma, e Cleópatra, a sedutora rainha do Egito, são, sem sombra de dúvida, personagens da maior estória de amor da nossa História. Inspiraram arte, filmes, literatura e o seu dramático romance foi contado e recontado ao longo dos tempos. Juntos viveram num ambiente de luxo e esplendor, lutaram pelo sonho de um império e perderam tudo na mítica batalha de Actium. Passados mais de dois mil anos sobre o seu espetacular suicídio, António e Cleópatra continuam a despertar curiosidade. Adrian Goldsworthy, autor de Os Generais Romanos e César, tendo por base fontes antigas e evidências arqueológicas, conta-nos a verdadeira história destas duas figuras, pensadas no seu tempo e na sua cultura. Este historiador vai atrás dos factos por detrás das lendas e mitos, para nos revelar que António não era afinal um simples soldado, aliás tinha pouca experiência militar, mas sim um homem nascido numa família aristocrata, com grande habilidade política. E Cleópatra, a bela e ambiciosa rainha, não era egípcia, mas sim grega. Falava grego, vestia-se como grega, mas sabia que só uma aliança a Roma a poderia colocar perto do poder. No seu caso seduzindo e tornando-se amante de César, primeiro imperador de Roma, e de Marco.


António e Cleópatra é o segundo livro que leio deste famoso autor que tem, com vários livros, demonstrado o seu enorme conhecimento sobre a história do Império Romano. Após ter lido um primeiro livro (Augusto) que gostei bastante, estava na altura de voltar para ler um pouco mais, e decidi agarrar este pois tem como foco um dos "romances" mais famosos da nossa História.

O autor deita por terra lendas e mitos para nos dar os factos retirados de várias investigações que alteram a forma como agora podemos ver esta história. Não sendo um romance, mas sim o livro quase académico, não existe muito que possa ser analisado de forma simples. No entanto, o nosso olhar tem de cair, em primeiro lugar, na forma como o livro está escrito. O autor demonstra neste livro, tal como demonstrou no anterior, facilidade em colocar um leitor que pouco conheça do assunto, a perceber o que é essencial. Tal factor agradará a qualquer leitor que queira saber algo sobre este tema mas que não tenha uma base de conhecimento alargada.

Sendo assim, nunca me senti perdido na leitura. Os factos aparecem nos momentos certos, nem sempre de forma cronológica, para que seja possível perceber as ligações entre algo que o escritor mencionou antes e depois, para percebermos tanto as questões sociais e políticas, mas também como o passado de algumas personalidades os moldou.

O conhecimento do autor é palpável e ao fim de ler dois livros sinto que fiquei com um conhecimento considerável nos dois temas que li. Gosto da forma como o autor me explica as coisas, baixando ao meu nível de conhecimento e me dá até algum espaço para retirar as minhas próprias conclusões. Este tema, que está envolto em vários mitos, tem aqui uma versão muito mais sustentável e credível. Tal como o próprio autor indica, o que está aqui é o resultado de muita investigação e capacidade de ligar vários acontecimentos e factos sobre a vida naquela época.

Por fim, deixar claro que o autor não se limita a explorar um ou dois temas. A narrativa dá uma imagem global de como o império se sustentava e como as pessoas viviam, tal como se vê todas as teias políticas e religiosas. Enquanto livro, sinto que o livro anterior que li, Augusto, é um livro com maior qualidade de investigação, mas apreciei mais este tema. 

O resultado final é um livro muito completo e que agradará a todos os que queiram saber mais sobre o Império Romano e principalmente sobre esta época de António e Cleópatra.

Luís Pinto

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