quarta-feira, 31 de agosto de 2016

31 dias, 31 passatempo - Número 2



31 DIAS, 31 PASSATEMPO - 2016

NÚMERO 2

A ilha de entrada
 
Começa hoje a iniciativa em que teremos um passatempo por dia, durante 31 dias.

A todos os que tornaram esta iniciativa possível, o meu muito obrigado. Esta é a forma com a qual quero agradecer a todos os que passaram por este blog durante todos estes anos e desejo boa sorte a todos!

Para este passatempo, o meu agradecimento à editora Marcador! 

Para se habilitarem a ganhar este livro basta preencherem o formulário e serem fãs ou seguidores do blog. Devem também partilhar o passatempo nas redes sociais e indicar o link da partilha.


Depois é só ter alguma sorte e este prémio será vosso!

Apenas é permitida uma participação por pessoa

O passatempo termina dia 11 de setembro!
Boa sorte a todos!
Amanhã, novo passatempo!



terça-feira, 30 de agosto de 2016

31 dias, 31 passatempo - Número 1


PASSATEMPO

31 DIAS, 31 PASSATEMPO - 2016

NÚMERO 1

As gémeas do gelo
 
Começa hoje a iniciativa em que teremos um passatempo por dia, durante 31 dias.

A todos os que tornaram esta iniciativa possível, o meu muito obrigado. Esta é a forma com a qual quero agradecer a todos os que passaram por este blog durante todos estes anos e desejo boa sorte a todos!

Para este passatempo, o meu agradecimento à editora Topseller!

Para se habilitarem a ganhar este livro basta preencherem o formulário e serem fãs ou seguidores do blog. Devem também partilhar o passatempo nas redes sociais e indicar o link da partilha.


Depois é só ter alguma sorte e este prémio será vosso!

Apenas é permitida uma participação por pessoa

O passatempo termina dia 10 de setembro!
Boa sorte a todos!
Amanhã, novo passatempo!



segunda-feira, 29 de agosto de 2016

OS FRUTOS DO VENTO


Autor: Tracy Chevalier

Título original: At the Edge of the Orchard




Sinopse: Em 1838, a família Goodenough instala-se em Black Swamp, uma zona inóspita e remota do Ohio, onde cultiva um vasto pomar de maçãs para ter direito à terra. A vida naquele local é extremamente dura.
James e Sadie Goodenough encontram formas distintas de enfrentar as adversidades: James limita-se a esperar que as suas diletas macieiras cresçam e deem frutos, enquanto Sadie passa os dias embriagada.
Nisto, uma discussão entre o casal tem uma consequência terrível no destino dos filhos.
Em 1853, Robert, o filho mais novo, encontra-se a vaguear pela Califórnia em plena Febre do Ouro, incerto de que rumo dar à vida. Deve continuar a fugir do passado ou constituir família?



Desde as primeiras páginas que percebemos que este não é um livro fácil de se ler. A autora puxa pelas nossas emoções, torna cada página numa mistura de sentimentos e aos poucos começamos a sentir o ambiente negro que este livro lentamente cria. É a sensação de desespero em que vemos como o livro nos tenta retirar qualquer esperança para estas personagens. 

Com um interessante conjunto de personagens, o destaque vai para uma que não irei revelar o nome para que o leitor não fique condicionado quando ela aparecer. É essa personagem, secundária, que torna todas as outras melhores, e é com ela que chega alguma esperança. No entanto, este é um livro sombrio, tal como os tempos também o eram. Em primeiro lugar devo destacar o interessante trabalho de investigação que a autora fez. A mistura entre realidade e ficção, personagens históricas e de ficção, leva a que o enredo pareça coerente, tal como o mundo aqui descrito.

O ritmo é cheio de altos e baixos, tal como as próprias emoções que o livro transmite. Num momento sorrimos, noutros sentimos a personagem que mais gostamos a desistir de encontrar algo bom. Neste aspeto a autora está muito bem, pois consegue explorar as suas personagens, com grande foco no passado de cada uma, tendo como base traumas, sonhos e medos. O resultado é um enredo inteligente, duro e que agarra o leitor.

Gostei bastante da forma como a autora conseguiu misturar tantos momentos históricos neste enredo. São pequenos, suaves, mas estão lá, e levaram-me a sentir que conheço um pouco mais daquele momento histórico dos EUA em que tanto se sonhou e tantas famílias acabaram na pobreza, ou na riqueza. Numa visão global este não foi um livro que adorei e que recomende a todos, mas o ambiente sombrio está muito bem conseguido e no final fiquei com a sensação que apesar de não ser um livro para qualquer leitor, muitos irão gostar destas páginas, principalmente porque o final surpreende.

Foi uma leitura interessante com a qual aprendi bastante e que me deixou com vontade de ler mais sobre esta época. Como já disse, não é fantástico, mas se gostam deste estilo ou desta época, vale a pena ler.

Luís Pinto


31 dias, 31 passatempos - 2016! - Começa amanhã!

 
 
O blog fez 5 anos de existência no dia 18 de junho, e para comemorar tal acontecimento, vamos iniciar hoje, tal como fizemos o ano passado, a iniciativa "31 dias, 31 passatempos", que consiste, tal como o nome indica, em termos um passatempo por dia durante 31 dias!
Vamos oferecer livros, filmes, videojogos, marcadores de livros, etc... Em primeiro ligar, quero aproveitar para agradecer a todos os que tornaram possível este mês de passatempos. Um agradecimento muito especial às editoras que se mostraram disponíveis para ajudar, e também a todas as distribuidoras e outras empresas que de alguma forma me vão ajudar com os prémios, e, é claro que tal ajuda apenas foi possível graças a trabalhar no meio.
Quero ainda aproveitar para pedir desculpa a todos aqueles que nas últimas semanas têm comentado os posts do blog e não tiveram resposta da minha parte. Foi uma fase de muito trabalho para conseguir estes passatempos e ainda tentar manter as leituras em dia.
Tenho assim de agradecer a todos os que continuam a visitar este espaço, a deixar a sua opinião, e que o fizeram durante todos estes anos. Acredito que fazer estes 31 passatempos é a melhor forma de agradecer a todos e desejo-vos boa sorte!
Novamente, obrigado a todos os que, de alguma forma, me acompanharam nestes 5 anos. E amanhã temos novo passatempo!

Boa sorte a todos!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Rio 2016 - Bronze que veio do suor




O Ler y Criticar nasceu há mais de 5 anos, e durante todos esses dias, apenas fiz análises de livros e passatempos, num total de mais de mil artigos. Hoje, no entanto, vou abrir a primeira excepção. Vou falar sobre outra coisa que não um livro. Vou falar sobre os Jogos Olímpicos.

Os Jogos Olímpicos são o maior evento desportivo do mundo. De forma natural quebra barreiras, alimenta sonhos, torna o mundo em algo melhor, nem que seja dentro daquela aldeia onde os atletas ficam. Em que outro local do mundo vemos todas as nações, juntas, a promoverem um mesmo espírito, um mesmo objetivo? Enquanto o mundo continua nas suas guerras, nos seus interesses políticos, financeiros, etc... aqui vemos duas atletas, cada uma da sua Coreia, a abraçarem-se. Vemos Oriente e Ocidente juntos. Todas as raças, todas as religiões, juntas, a abraçarem-se no final de cada prova. Vemos sonhos concretizados quando os jovens que há dez anos tiraram fotos com os seus ídolos, agora enfrentam-nos. E, por isso, os Jogos Olímpicos são mais do que medalhas.

No entanto, é sobre as medalhas que se fala, porque é uma competição e todos queremos ganhar. E em Portugal trata-se de um tema delicado, onde povo exige medalhas e os atletas pedem condições. Esta é a imagem que se passa, mas é muito mais do que isso. Reduzir o trabalho dos atletas às medalhas que conquistam é injusto. Este ano a única medalha que tivemos foi da Telma Monteiro e agora muitos falam de fracasso. A primeira questão que me salta é a seguinte: somos um país em que a Educação Física nem sequer conta para a média do secundário (sim, essa média que praticamente define as nossas opções no futuro académico) e depois querem sucesso no desporto? É o mesmo que dizer às crianças que o desporto não conta para nada. Seria o mesmo que me dizerem que a minha nota de Português não conta e depois criticarem-me por escrever mal.

Para além da nossa enorme falta de mentalidade para o desporto, que não promovemos em grande escala, à excepção do futebol, ainda nos faltam condições, e claro que não competimos sozinhos, pois os outros atletas também querem ganhar. Vejamos o seguinte: se um treinador de futebol disser que quer ganhar o próximo jogo, é notícia (notícia devia ser se ele dissesse o contrário, porque dizer que quer ganhar qualquer um pode dizer). A Telma Monteiro ganha uma medalha num torneio internacional e não aparece em lado nenhum, sendo preciso os Jogos Olímpicos para se dar destaque a estas modalidades. Obviamente que o futebol tem um peso que nenhum outro desporto tem, e não condeno essa situação, mas depois parece que exigimos o mesmo aos atletas que nem sabemos quem são. Dois dias antes de a Telma ganhar o bronze e a dedicar à força lusitana, estive num evento onde um homem disse o seguinte: "É sempre a mesma coisa. Aquela do judo vai ser já a primeira desilusão. Falta mentalidade vencedora." De forma suave meti-me na conversa e indiquei ao senhor que "aquela do judo" que ele mencionava era apenas uma atleta que ganhou 11 medalhas em campeonatos da europa. 11! 5 medalhas em campeonatos do mundo! Podia estar aqui o dia todo a falar das medalhas internacionais que a Telma ganhou vinda de um país que não tem tradição na modalidade. E o homem não fazia a mínima ideia do que ela tinha ganho, mas já a estava a criticar.

No entanto, todos cometemos erros destes, ao criticarmos algo sobre o qual não temos todo o conhecimento. O que já não acho normal é, uns dias depois da Telma ganhar a medalha, ver um jornalista reformado dizer que não percebe porque se davam os parabéns a uma atleta que ao ficar em terceiro, na realidade tinha perdido. Como é que alguém pode pensar assim? Nós devíamos era dar os parabéns a uma atleta que há mais de 15 anos faz o nosso hino ser ouvido lá fora! Que levantem a mão aqueles que em todo o nosso país tiveram tamanho sucesso nas suas carreiras, seja ela desportiva ou outra coisa qualquer!

Mas também devemos dar os parabéns aos outros que deram o seu melhor. Quando vemos um atleta nosso a ficar entre os 15 melhores do mundo e ficamos a saber que o senhor é GNR, temos de dar os parabéns e não há nada a exigir. Eu quando saio do meu trabalho, vou para casa, para a minha família, descansar, etc... O senhor GNR sai do emprego dele e vai treinar as poucas horas que lhe restam. Muito fica para trás e ainda consegue competir contra outros que são profissionais. E mesmo que fosse sua profissão ser atleta e não GNR, ficar entre os 15 melhores do mundo continuaria a ser fantástico. Em quantos setores temos os melhores do mundo? Se existissem umas olimpíadas de medicina ou advocacia, ou informática, ou outra coisa qualquer, traríamos mais medalhas? Talvez não, mas deveríamos aplaudir todos aqueles que estavam entre os melhores. E tudo isto sem sequer mencionar os atletas paralímpicos que ganham tudo e nem sequer ficamos a saber.

Para acabar, e porque o texto já está comprido, quero dar os meus parabéns aos atletas portugueses que ficaram entre os melhores e, principalmente, dou os meus parabéns à Telma Monteiro. É motivador ver uma rapariga sair de um bairro com poucas condições e chegar a um pódio de uma grande competição. Telma não subiu um vez ao pódio... subiu centenas. A Telma Monteiro é a quinta judoca mais medalhada de sempre... em todo o mundo. Saiu de um país que pouco sabe sobre judo quando comparado com outros países onde o judo enche estádios e a população para para ver os melhores a competir... e ela venceu. A já famosa frase da Telma para os seus amigos nestes jogos Olímpicos, "Eu vim para ficar", fica-lhe bem, que nem uma luva. Mas não lhe fica bem agora. Fica-lhe bem desde há 15 anos, quando ela começou a treinar e veio para ficar. Pena algumas pessoas só terem notado agora, mas ainda vamos todos a tempo.

Luís Pinto

terça-feira, 23 de agosto de 2016

PSICOPATA AMERICANO


Autor: Bret Easton Ellis

Título original: American Psycho






Sinopse: Patrick Bateman é o musculado e bem-parecido herdeiro de uma grande herança e trabalha em Wall Street. É obcecado por roupa de marca, música pop, restaurantes caros, aparelhos eletrónicos e noites de excessos em Nova Iorque.
Pouco a pouco vai revelando o seu lado obscuro, expressando-se através da violência, revelando-se tão dormente e apocalíptico como a sociedade que critica. Até que vai longe de mais e um detetive começa a investigar a sua vida.
Psicopata Americano é a narrativa de um tempo - os anos 80, nos Estados Unidos - e um retrato inclemente e humorístico, cruel e pateta, emocionante e repulsivo de humorístico.
A tudo isto acrescem as referências à cultura das celebridades e ao estilo de vida superficial e ganancioso dos tempos modernos. É um espelho daquilo em que estamos a tornar-nos (ou que já somos). Um espelho de feira popular, que nos distorce, encolhe e exagera, mas não deixa de refletir o Homem que Dostoiévski anuncia na epígrafe deste livro: «Ele representa uma geração que ainda está viva, e entre nós, nos dias que passam.»



Para aqueles que possam não conhecer o livro ou o filme, começo por dizer que este livro é uma obra prima, mas que não se recomenda a qualquer pessoa. Este é um livro que se adora ou se odeia, mas que inegavelmente transpira uma qualidade rara. É aquele murro no estômago do leitor que percebe o que o ser humano pode fazer, nas diferenças sociais, no que o dinheiro pode comprar, no caminho que alguns de nós percorrem, mesmo aqui ao nosso lado.

Esta é a história de um serial killer que demonstra ter tudo o que a sociedade que o envolve admira e enaltece. Profissão estável, muito dinheiro, estilo, classe, conhecimento, bonito e musculado. Por detrás dessa imagem, a imagem do ser humano perturbado. Olhando de longe percebemos a metáfora, a forma como o autor tenta despir qualquer personagem, qualquer pessoa que também veste uma imagem diária, e a grande maioria veste, pois a sociedade assim obriga. 

Com uma escrita crua, mas também humorística, o autor puxa pela nossa repulsa enquanto, indiretamente, nos leva a ver semelhanças entre este homem e nós. E é nessa luta que entramos, mesmo que o possamos não perceber, porque o autor quer mostrar-nos que por fora aquele é o homem que se deseja ser e que a sociedade confia. É essa ironia que provoca a revolta, porque o vilão parece o herói.

Com um ritmo bem conseguido e poderosas descrições do meio no qual as personagens percorrem esta história, é no enredo que está a arte do autor em nos chocar com uma personagem principal que fica na história da literatura das últimas décadas. Forte e surpreendente, este é um livro marcante, que não é para todos, mas que marcará qualquer leitor que se aventure neste clássico.

Luís Pinto

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

OS INOVADORES


Autor: Walter Isaacson

Título original: The innovators





Sinopse: Quais as capacidades que permitiram a certos inventores e empreendedores transformar as suas ideias visionárias em realidade? O que provocou os seus saltos criativos? Por que razão alguns foram bem-sucedidos e outros fracassaram? Em Os Inovadores, Walter Isaacson dá resposta a estas questões, oferecendo-nos a mais completa história da revolução digital, uma narrativa fascinante acerca daqueles que criaram o computador e a Internet. Numa escrita empolgante e ágil, Isaacson organiza um roteiro minucioso que começa com Ada Lovelace, filha de Lord Byron e pioneira da programação na década de 1840, passa pela fundação do mítico Silicon Valley e segue até aos nossos dias, com Steve Jobs ou Bill Gates. Explorando mais as personalidades desconcertantes destes génios do que as suas invenções, Os Inovadores é o guia indispensável para o modo como nasce a inovação e para se compreender o mundo digital que é hoje o nosso.



Isaacson é um nome incontornável dentro dos autores que conseguem criar obras focadas em personalidades. Os seus livros são mundialmente famosos, com destaque para as suas obras sobre Steve Jobs ou Einstein, e aqui teremos um objetivo mais alargado de explorar as personalidades e feitos de grandes inovadores da nossa história mais recente.

O primeiro destaque a ser feito sobre este livro é que a leitura é bastante divertida, o que ajuda bastante tendo em conta o tamanho do livro. Com muitas páginas pela frente, e não tendo uma ligação direta entre as várias histórias (apesar da ligação existir de forma indireta), o leitor poderá  perder um pouco o ritmo de leitura, mas a forma leve e com humor que o autor usa, tornam a sua escrita muito mais fácil de se ler.

Outro aspeto que se deve salientar é que o autor não se focou tanto nas inovações em si, nem no que trouxeram ao mundo, mas sim nas pessoas que alcançaram essa inovação. Quais os seus sonhos e receios, quais os seus sucessos e fracassos, quais os seus motivos, como enfrentaram as dificuldades ou recuaram perante algum obstáculo. E é essa luta, quer interior, quer com o meio no qual vivem, que é o grande centro deste livro. Tal imagem mais humana e menos focada nos resultados tecnológicos era exatamente o que procurava e o autor chegou com mestria a esse ponto.

Inteligente, bem montado e baseado numa óbvia boa investigação, este é um dos melhores livros que li sobre este tema, sendo claro o porquê de ter sido recebido com aplausos pela crítica. Um livro que ensina bastante, com um "toque" mais divertido em alguns momentos para quebrar o gelo e que agradará aos que procuram saber mais sobre este tema. Um livro de grande qualidade.

Luís Pinto


domingo, 14 de agosto de 2016

OS GENERAIS


Autor: Simon Scarrow

Título original: The Generals





Sinopse: Descubra a história que levou à invasão de Portugal pelas forças de Napoleão.

Napoleão Bonaparte e Duque de Wellington. Dois gigantes da História e um mundo pequeno de mais para os abarcar. Corre o ano de 1796 e tanto Arthur Wellesley (mais tarde conhecido por Duque de Wellington), como Bonaparte estão a deixar a sua marca como homens de reconhecido génio militar.
Comandante do 33.º Regimento de Infantaria, Wellesley é enviado para a Índia, onde as suas habilidades e coragem impressionam grandemente os seus superiores. No papel de comandante do Exército de Itália, Napoleão Bonaparte trava batalhas com sucesso e alcança uma rápida evolução política. Em 1804 proclama-se Imperador de França e ambiciona conquistar toda a Europa. Chegou o tempo para o futuro Duque de Wellington enfrentar Napoleão num combate épico que abalará o mundo e ficará registado para sempre na História.



Apesar de ser o segundo livro da saga que se foca em Napoleão e Wellesley, este é um livro que se lê bem de forma isolada, não sendo necessário ler o livro anterior. Claro que ler o livro anterior poderá melhorar esta leitura, mas a verdade é que eu não o fiz e foi na mesma uma boa leitura.
Este é o primeiro livro que leio do Scarrow fora da saga da Águia e apesar de se notar que se trata do mesmo autor, também se nota que existe aqui um esforço para contar a história de forma diferente. Na saga da Águia o autor foca-se nos personagens e na parte emocional dos mesmos, levando o leitor a sentir uma ligação e a preocupar-se. Aqui o foco é mais académico, levando a que o livro ganhe em conhecimentos mas a perder na emoção e interesse que poderá proporcionar à generalidade dos leitores.

Focado em Napoleão e  Wellesley, esta foi uma boa leitura para ganhar conhecimentos sobre uma época e duas personalidades sobre as quais sabia pouco. Neste aspeto o livro é fantástico, e devemos aplaudir a muito boa investigação histórica que o autor terá feito. O seu conhecimento é impressionante, resultando na sensação de que a cada página estamos a aprender algo sobre algo ou alguém. Tal nota-se ainda mais nas batalhas que o autor descreve com um detalhe de assinalar. É fácil visualizar o que está a acontecer e quase que estamos perante um estudo académico. Infelizmente, ao aumentar o detalhe e ao dar tanto conhecimento ao leitor, a emoção perde-se, porque o ritmo do livro é sempre baixo.

Outro aspeto muito positivo está no enorme contraste entre os dois personagens principais. O autor explora as diferenças de mentalidade política, religiosa e militar, mas também nas diferentes formas como Napoleão e Wellesley se dão com outras pessoas, quer aquela que conhecem na rua, ou o mais fiel amigo. Tal contraste está muito bem conseguido, mas, novamente, o ritmo do livro é penalizado.

Esta é uma daquelas obras que quando acabamos de ler sentimos que aprendemos bastante. Os conhecimentos que o autor nos dá estão em cada página e o interesse da leitura esteve nesse aspeto. A história perde por não ser o foco da nossa atenção, e o ritmo baixo não ajuda. Num olhar crítico este é um dos melhroes livros do autor, mas de um ponto de vista de um leitor que procure algo mais emocionante, aqui o livro não consegue estar ao nível do que o leitura me habituou na saga da Águia. Gostei deste livro e aprendi bastante, mas acredito que será muito mais apreciado por quem queira aprender sobre o tema principal e não por quem procura um bom livro de ação nos tempos medievais. 

Luís Pinto

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A MEMÓRIA


Autor: David Baldacci

Título original: Memory man




Sinopse: A Memória é um livro poderoso e surpreendente: a história de um homem dotado de uma memória perfeita e perseguido por um crime sangrento. Ele não se consegue esquecer de nada - mas há uma noite que ele gostaria de apagar para sempre da sua mente… Ou então descobrir finalmente quem destruiu o seu mundo.




Quando se lê muitos livros todos os anos, cada vez se sente mais que existem menos livros capazes de nos surpreender. Este foi um livro que li porque gostei da originalidade da sinopse. Já há alguns anos li vários estudos sobre esta condição cerebral que leva uma pessoa a recordar e reviver tudo como se estivesse a acontecer naquele momento, levando a que os acontecimentos mais negros da vida de cada pessoa estejam sempre presentes, originando, por vezes, a depressões devido ao constante sentimento de tristeza ou dor.

O ponto mais positivo deste livro é a forma como o personagem principal está criado. Coerente, inteligente, emocional, liguei-me ao personagem com facilidade e o autor consegue criar uma atmosfera constante em que sentimos a dor e a angústia do personagem. Com esse ambiente o enredo torna-se negro, quase claustrofóbico, deixando o leitor num estado em que a ansiedade o leva a acelerar a leitura.

Apesar de alguns momentos mais arrastados ou forçados, a grande generalidade do livro está montado de forma a deixar pistas que devemos descobrir, mas o final acabará sempre por surpreender. Com um ritmo em crescendo, a originalidade do enredo empurrou-me até às últimas páginas e deixou-me com vontade de ler mais sobre este personagem. Aliás, o enredo é principalmente focado neste homem, levando a uma ligação emocional em que vamos aprendendo a conhecer este homem ao mesmo tempo que ele se começa a conhecer a ele mesmo. E é ao estarmos ao mesmo nível que o personagem principal que o livro avança de forma viciante.

O final é coerente e inteligente, levando-me a juntar algumas pontas soltas que estavam bem disfarçadas desde o início do livro. Olhando de forma crítica para o livro, este é um enredo que surpreende pela positiva. Quando comecei a ler estas páginas foi por curiosidade e não por sentir que este livro seria muito bom... fiquei agradavelmente surpreendido. Enquanto thriller, este é dos melhores que li nos últimos tempos e que recomendo a qualquer fã do género. Fico a aguardar o próximo...

Luís Pinto

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

CÉSAR


Autor: Adrian Goldsworthy

Título original: Caesar - Life of a colossus





Sinopse: Caio Júlio César contínua a ser o romano mais famoso que alguma vez viveu. Carismático líder de homens, sedutor nato de mulheres, era um homem culto, um político brilhante e um génio militar, tendo saído vitorioso de algumas das batalhas mais espectaculares da História. Júlio César morreu aos 56 anos, depois de ter sido nomeado ditador vitalício, assassinado por um grupo de senadores que pretendia defender a República.
Nesta biografia completa e definitiva, o prestigiado historiador Adrian Goldsworthy coloca César no seu tempo e na vasta tela do Mundo Mediterrânico no qual viveu, descrevendo a rica e turbulenta sociedade da época. Uma biografia empolgante do político, do general e do homem.


Escrever sobre a vida de César não será, certamente, uma tarefa fácil. Estamos perante a história de um homem que com as suas decisões mudou a vida de milhões, com efeitos muito para lá da sua vida, alterando a forma como o mundo foi e é. O mais famoso romano de sempre é, ao mesmo tempo, uma personalidade admirada por historiadores, mas também exemplo de muito do que é mau quando temos poder.

Este livro, provavelmente o melhor de Goldsworthy, é um exaustivo trabalho para nos dar a conhecer César, e para mim foi uma leitura entusiasmante. Trata-se de um livro bastante grande e que alguns leitores poderão não ler de seguida, mas quem tenha curiosidade sobre este homem, terá aqui uma leitura reveladora e da qual irão sair muito mais conhecedores da história de César, mas também da história de Roma, do Império romano, e do mundo.

Para nos oferecer todo este trabalho de investigação o autor não se importa de baixar o ritmo, e por isso não foi uma leitura fácil. Contudo a forma como o livro está montado e a forma temporal usada leva a que o livro se torne mais leve. Para tal muito contribui a estratégia do autor de nos ir dando apenas a informação essencial a cada momento, nunca levando a que o leitor não se perca, quer por ter informação a mais, ou a menos.

Gostei imenso deste livro. A História do Império Romano sempre me fascinou, pela sua ascensão e queda, e este é o melhor livro que li sobre o tema. O autor foca-se em César mas consegue criar uma leitura abrangente e que nos mostra mais do que apenas um homem. A visão sobre o império e as lutas entre senado, imperador, democracia, religião, etc... tudo está aqui. A sensação final é que estamos perante uma obra completa e que deverá estar na estante de qualquer leitor que queira saber mais sobre este tema. É uma leitura que pode demorar, mas que conseguiu agarrar-me, mesmo sabendo como iria acabar. Totalmente recomendado a quem olhe para a sinopse e fique com vontade de enriquecer o seu conhecimento sobre o Império que mudou o mundo e o seu homem mais famoso. Veni, vidi, vici!

Luís Pinto


terça-feira, 2 de agosto de 2016

A VINGANÇA DOS TUDOR


Autor: C.W.Gortner

Título original: The Tudor vendetta




Sinopse: Em 1558, após a morte da Rainha Maria, Isabel Tudor ascende ao trono.
Brendan Prescott, o espião privado de Isabel, é chamado à corte inglesa, depois de um exílio de quatro anos na Suíça. A rainha incumbe-o então de investigar o desaparecimento de uma das suas aias, Lady Parry, que tinha ido visitar a família a uma aldeia distante e nunca mais foi vista.
Ao chegar ao destino, e após conhecer os familiares de Lady Perry, Prescott apercebe-se de que estes escondem um segredo que poderá pôr fim ao reinado de Isabel. O desenrolar dos acontecimentos leva-o também a ter a certeza de que alguém se quer vingar. Resta saber se o alvo da vingança é Isabel ou ele próprio.
Numa atmosfera repleta de segredos, Prescott lutará até ao fim para cumprir a sua missão, procurando nunca pôr em causa aquilo por que sempre lutou: a sua lealdade à rainha.


O terceiro e último livro da saga dos Tudor, focado em Brendan Prescott, o espião da Rainha, é em alguns aspetos o melhor livro da saga, mas no global é um livro ao nível dos outros e que completa bastante bem uma trilogia viciante.

O autor continua a manter um ritmo de altos e baixos que encaixa bem no enredo e nos personagens principais. Devido à necessidade de entregar algumas respostas ao leitor, este último livro apresenta diálogos mais extensos mas também mais objetivos e que nos levam a revelar os segredos que impulsionaram as conspirações dos últimos livros, levando-nos para um novo nível no jogo político e religioso que se desvenda pela espionagem.

Com uma escrita suave e uma boa mistura de descrições e ação, o autor continuou a prender-me com facilidade. Algumas personagens que estão presentes nos três livros ganham maturidade e, em alguns casos, ficamos a perceber decisões que foram tomadas nos livros anteriores, ficando uma sensação de coerência que melhora toda a saga. De realçar ainda a atmosfera criada pelo autor. Com facilidade voltamos a entrar nesta era, sendo fácil assimilar a mentalidade e os costumes desta realidade sem que o autor tenha de nos massacrar com demasiadas descrições.

De um ponto de vista global, este é um livro ao nível da saga. O seu fim é bem conseguido mas o livro não se destaca dos restantes. Inteligente e viciante esta é uma trilogia que agradará aos fãs do romance histórico com uma boa mistura de ação e espionagem que procurem uma boa intriga.

Luís Pinto

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

STAR WARS: Darth Vader



Título original: Star Wars - Darth Vader #1



Sinopse: Desde a primeira aparição de Vader no ecrã, converteu-se num dos vilões mais célebres da cultura popular.  Agora pode seguir Vader após o fim de "Uma Nova Esperança" (e das páginas da série Star Wars) nas suas aventuras solitárias, mostrando a guerra do Império contra a Aliança Rebelde na sua perspectiva! Mas quando um Lorde Negro necessita de ajuda, a quem pode recorrer? Enquanto Vader persegue uma vingança muito pessoal contra os rebeldes e investiga as maquinações secretas do Imperador, encontra-se com Aphra e os seus andróides letais, com quem regressa a Geonosis para erguer um exército. Mas algumas pessoas muito poderosas não querem que Vader descubra as verdades que procura! Com aparições especiais de Jabba, o Hutt, Bobba Fett e muitos outros! 



Como grande fã de Star Wars que sou, continuo a acompanhar os comics que a editora Planeta tem vindo a lançar. Depois de uma fase em que as editoras pouco apostaram nos livros do universo de George Lucas, a entrada da Disney em cena veio alterar tudo, muito graças aos filmes e, neste caso também garças à parceria entre Star Wars e Marvel.

Começando pelo que salta à vista, nota-se a qualidade que a editora quer alcançar com estes livros. Capa e folhas são da melhor qualidade que há, estando até acima das versões originais. Na tradução, nota-se um bom trabalho, que mesmo não sendo perfeito, em nenhum momento retira qualidade ao livro.

O primeiro grande interesse neste livro está no facto de se passar ao mesmo tempo que o livro O ataque de Skywalker, já aqui analisado, oferecendo o ponto de vista de Vader em relação aos momentos em que Vader começa a ter como objetivo pessoal reencontrar Luke. Fazendo este livro agora parte do canon oficial da saga, existiam muitas perguntas sem resposta, mas desde cedo o livro consegue agarrar-nos ao dar-nos pequenas respostas e muitas pistas para revelações futuras. Pelo meio, devemos aplaudir a forma como os autores conseguiram captar a essência de algumas personagens e o próprio Vader.

Aliás, este é um livro muito focado em Vader e na sua adaptação ao fracasso perante Luke que destruiu a Estrela da morte. A sua relação com o Imperado está afetada e o jogo de interesses começa, notando-se que nenhum confia totalmente no outro. É a forma como os Sith encaram a relação Mestre/Aprendiz que aqui é tão bem explorada.

Com um ritmo forte e uma revelação final que nos deixa a querer mais e mais, este é o melhor livro de Star Wars lançado desde que a Disney comprou os direitos da saga. Inteligente, emocionante e bem focado no essencial, é impossível parar de ler, e totalmente obrigatório para os fãs da saga. Visualmente é fantástico, atingindo um nível gráfico que poucos conseguem alcançar. Os detalhes estão presentes a cada página, o mundo de Star Wars está fielmente representado e a cada instante percebemos de imediato o que está a acontecer. Totalmente recomendado!

Ficamos à espera de mais e mais. A Força é muito poderosa com este livro.

Luís Pinto